Poemas de Arnaldo Antunes

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INCONSEQUENTES LÁGRIMAS
INCONSEQUENTES LÁGRIMAS

Inconsequentes lágrimas...
Que insistem em cair
Quentes e tristes querem chega ao chão
Lágrimas
Que como chuva molham o meu rosto
Inunda minha saudade
Afoga meus sonhos
E na me deixam ver
O sol do amanhecer

Coração quer neutralizar o agora
Nem sei qual será a hora
Mas o que posso fazer
Se não deixar pra depois
Confessar minhas verdades
Da falta que me faz de nós dois

Afeto-me com sua ausência
Mas pensamentos te veem chegar
Moras ao lado de minhas lembranças
Onde há tempo que me faça esperar
Foi nos teus olhos que me perdi
E só consegui ver o teu olhar

A minha loucura é você
Se tento fugir de mim
O tudo que pensei ser
Nada restou pela manhã
Apenas lágrimas do entardecer
E nas minhas saudades estremecer

Onde está a sua mão?
Que tocava meu coração?
Coração chegou a pular
Ao te ver passar
Fazendo-me sonhar
Mas na noite fria
Esperança renascia
Aparecendo um novo dia.

Sei que a chuva vai passar
E o tempo vai enxugar
Essas inconsequentes lágrimas
Que em solidão quer me afogar.

Inserida por JoelmAlexandre

O TEMPO EM SUA EFEMERIDADE



Parece que foi ontem
E já não era mais
Um dia acordamos, e percebemos
Que não se pode voltar a trás
Que o silêncio e a solidão
Já se tornaram uns vírus para a alegria
Já se tornou tristeza
Tudo que um dia significou felicidade
Momentos que se dissolveram
Em pensamentos soltos o vento
Que foram expressos com palavras desconexas
Coisas que esfacelaram os segundos do tempo que passou
Momentos deixados, feito sombras.
Em suas antigas verdades
Mas que se refazem na memória
Contudo, se vão como poeira e o vento leva rapidamente.
Como se fosse capricho do destino
O que não se pode entender
Sobre um mistério indefinido
Tudo passou como instantes
Coisas que inventamos no momento que desejamos
Sensação que sorrateiramente nos engana
E insistimos em ousar no que nos opomos
O que resta agora
É vago traço do vazio
Que tentamos decifrar
Sobre o valor conceitual do tempo
Mas descobrimos uma só verdade
Entre todas que não mais existe

Tudo é efêmero
Como essa lágrima...
Escorrendo delicadamente no rosto
Prefiro calar
Reconstruir um mundo onde a vida se refaz
Esquecendo-me dos gestos perdidos
Do olhar escondido
E busco encontrar no abraço
Seu poder revitalizante
E no sorriso
Nova forma de viver
Em nobres gestos que acolhem a alma.

Inserida por JoelmAlexandre

PERDI-TE NO TEMPO

Olho no espelho e vejo o teu olhar
Minha lembrança do que fui envelheceu
Percebi que não sou mais aquela menina que você conheceu
E nem eu...
A noite agora é amanhã
E eu também anoiteci
Quando você me olhou assim

O tempo passou sem perceber
ouvindo a canção que eu não escrevi
Meu coração não sabe se conter
E chora como menino que há dentro de mim

Meus sentimentos me consomem em pedaços
Se estiveres comigo simplesmente me refaço
Fecho o coração com medo de existir
Mas pelas coisas que passou, obrigado.
Tenho muitas histórias para sentir

No dia em que te perdi
Foi quando reconheci,
Que sou fraco e não sei de mim
Não me encontro em minhas próprias palavras
Só sei que você faz muita falta
E sem você aqui mal posso existir

Inserida por JoelmAlexandre

A INTENSIDADE DE UM SONHO IRREAL


Queria saber te descrever
Saber quem és
Saber o que és pra mim
Ou no que se tornará
Saber o que já não és
O que já fosses
O que já possui
O que já perdeu
Qual significado desse fim
Enfim...
Embora pouco
Tenho você em mim
Já ocupas os pensamentos
Existência do desejo ao teu lado
Embora, longe e inatingível estejas.
Muito de mim ficou contigo
E já nem existe mais
O que existiria se tudo fosse real.
Penso só... idealizo
Sonho ou preencho os meus espaços
Tarde ou cedo
Manhã ou qualquer hora
Queria te ver
Ter você
Mesmo que em sonhos irreais
Nem sei explicar minhas saudades
Só sei que elas estão em minhas verdades.
Saudades que ficam sempre na ausência
E talvez nem queira te deixar ir
Tudo é tão complexo
E ao mesmo tempo simples assim
Confuso entre o beneplácito e o que é maléfico
Sei que é lindo, quando estas de certo.
Talvez menina ingênua,
Talvez sonhos. Não sei.
Nesse talvez malicioso
Que reflete a vontade de viver
De ser...Se tiver você
Trazendo-te
Prendendo-te
Amando-te
E te querendo tanto até dormir
E quando acordar
“estava pensando em você” diria
Beijar-te
Despertar-te
Então... Recordar esse sonho q mais parece real
Em meu mundo singelo de faz de conta.

Inserida por JoelmAlexandre

Fazer igual a todo mundo é tão inútil, tão sem graça, tão arroz com feijão.
Gosto de fazer diferente, ser impressionante, imprevisível e sempre fazer uma mistura.
Não quero ser igual a todo mundo, pois todo mundo é muito chato...

Inserida por gustavo_antunes

Exitem seres humanos, cada um com suas ideologias, suas culturas, suas crenças, cada um na sua vibe.
Não ache que alguém muda outra pessoa, cada um tem um jeito de ser.
Não tente mudar alguém, aprenda a viver com as diferenças do outro...

Inserida por gustavo_antunes

O valor da presença não tem a ver com o espaço do mundo ocupado, mas com o tempo de vida dedicado...
Ser presente é ser inteiramente,
a cada sutileza do tempo,
a cada nuance de possibilidade,
O melhor presente que o outro possa querer, e receber...
Sua presença só acontece de verdade se for lembrada a cada adormecer e amanhecer da saudade...
Faça valer a pena o milagre de estar vivo!!

Inserida por franncisantunes

A inspiração abraça a alma
O verbo, a palavra
Grita poesia no ouvido
Tudo é sabido
Sem querer mudar
Segue o destino
Escrevendo a vida
Em linhas tortas.

Inserida por warleiantunes

Deixar vestígios
Na caminhada:
(Poesia)
As lembranças
Que permanecem
Após a jornada.

Inserida por warleiantunes

Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto...

Sérgio Antunes de Freitas

Nota: Esse pensamento vem sendo repassado como sendo de diversos autores, entre eles Oscar Wilde ou Marcos Lara Resende. No entanto trata-se de um trecho adaptado do texto “Crônica para os Amigos” de Sérgio Antunes de Freitas, publicado em 23 de setembro de 2003.

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⁠DRUMMOND

Janelas debruçadas para a rua,
Tais quais mulheres oferecidas,
Anônimas, vitimizadas,
Mostrando intimidades,
Uma orquídea,
Cacheada em amarelo,
Enorme cascata de pétalas,
Contrastando com a madeira escura
Dos móveis sisudos
Da sala de estar,
Em uma versão do dia e da noite.
Folhas sumidas
Na coadjuvação.
Verde-escuro mimetizado
Contra a lateral da cristaleira.
Mobília triste,
Presente em namoros desfeitos,
Brigas em família,
Choros de solidão,
Ao som de rádios de pilha,
Despedidas de defuntos.
Planta rara e cobiçada,
Purificando o local infecto de lembranças,
Das tristezas mais indesejáveis,
Das vidas medíocres e miseráveis.
Aquela orquídea ostentadora
Continha a bondade, a pureza
E toda a beleza do mundo!

Sérgio Antunes de Freitas
Abril de 2023

⁠Conta, Girassol!

Conta! Conta, Girassol!
Como ter essa cor tão bela?
- Se essa cor te fascina,
Olhe para a sua tez, Menina,
Mais linda que a minha amarela.

Conta! Conta, Girassol!
Como você gira assim?
- Eu seguro em um raio de luz,
Que nos seus olhos reluz,
E giro em torno de mim.

Canta! Canta, Girassol!
Devem ser lindos os seus trinos.
- Aprenda a ouvir com a visão
E olhar com o coração
Para escutar os sons divinos!

Sérgio Antunes de Freitas
Janeiro de 2023

Inserida por SergioFreitas

⁠MISTÉRIO MUSICAL

Tenho alguns vizinhos com demência.
Sempre encontro com um deles no térreo do edifício, aqui em Brasília, chamado de pilotis do bloco.
Ele caminha acompanhado por sua cuidadora, cantando músicas de seu tempo. Cantoria recomendada pelo seu médico provavelmente.
Na última vez que passei por eles, estavam quietos.
Parei na frente da dupla, abri os braços em cobrança e, como não reagiram, soltei a voz potente, para curtos trechos musicais apenas.
Boa noite, amor!
Meu grande amor,
Contigo sonharei.
Eles riram de jogar a cabeça para trás!
Também sorri e segui meu rumo, escutando a complementação do velho:
E a minha dor, esquecerei,
Se eu souber que o sonho teu
Foi o mesmo sonho meu.
Pouco adiante, pensei se ele teria alguma lembrança, quando chegasse ao último verso:
Na carícia de um beijo,
Que ficou no desejo,
Boa noite, meu grande amor.
A dança e a música, para mim, são mistérios!
Não consigo descobrir direito em quais instintos animais estão suas raízes.
Elas alegram, seduzem, aproximam. E curam!
Vivo deslumbrado com elas nesses meus tempos de “voternidade”. Sim, sempre achei que, se existe a palavra maternidade, derivada de materno, existe também a palavra “voternidade”, derivada de vô terno.
Dominamos a música e, também, somos dominados por ela.
No banho, quando fui lavar os membros inferiores, vendo meu pé, cheio de dedos, involuntariamente cantei:
O sapo não lava o pé,
Não lava, porque não quer.
Ele mora lá na lagoa
E não lava o pé, porque não quer.
Mas que chulé!
Nunca compreenderei a essência extraordinária da música, acredito!
Mas tenho uma quase certeza: ela é sobrenatural!
Cante para as crianças e você as transformará em cantigas de amor!

Sérgio Antunes de Freitas
Março de 2023

Inserida por SergioFreitas

CONFESSO QUE MORRI

Talvez não tenha morrido em mim mesmo,
Talvez tenha morrido a morte dos outros.
A vida de Neruda já me foi suficiente.
Vive-se também a vida de outro vivente,
Em sua obra loquaz e permanente.

Faleci a cada pessoa injustiçada,
A cada criança famélica sepultada,
A cada velho doente em sofrimento,
E todas as vítimas de tormento,
A cada execução sem julgamento.

Desencarnei ao saber de crimes passionais
E de cárceres injustos, aplaudidos,
Pelas conversas e pelos jornais,
Ouvindo a avidez das violências
E o choro doloroso de filhos e de pais.

Toda manhã, ressuscitei em cova rasa,
Para morrer na rua ou em casa,
Ao longo dos dias anoitecidos,
Indiferente à alienação dos vivos
E à solidão dos mortos desconhecidos.

Sérgio Antunes de Freitas
Julho de 2022

Inserida por SergioFreitas

MEU POEMA PREDILETO

O azul, a lua enfeita;
Cena feita de outrora.
Afloram horas de saudades,
Das auroras e dos poentes,
Lourejantes, em carmesim.
De tanto olhar para o céu, enfim,
O céu olhou para mim.

Percorri décadas de poesias!
Quadrinhas, sonetos, trovas,
Concretas, líricas,
Dramáticas e épicas,
Muitos metros metrificados,
Redondilhas maiores, menores,
Amores em versos espalhados!

Das rimas ricas que ouvi na vida,
Das vidas que vi nas rimas,
Em uma coletânea completa,
Esquecidos, todos os dilemas,
Abstraídos, todos os problemas,
Vem o mais belo dos poemas,
Chegou a Cora, a minha neta.

Sérgio Antunes de Freitas
23 de novembro de 2022

Inserida por SergioFreitas

⁠PASSOS PERDIDOS

Passos! Passos! Passos!
O mesmo chão se abrindo em perspectivas.
Imagens, porém, retroativas!
Passos à frente, em direção ao passado.
Jornada da vida.
Passos transatos.
Se for reto, chegar-se-á em algum lugar.
Passos solitários!
Passos! Passos! Passos!
Destino errante.
Se mudar o ângulo, chegar-se-á em outro?
Marcha inconstante.
Passos trôpegos, Companheiro!
A mó da fazenda imitando a vida inclemente.
Um sofrimento comum.
A lida de tanta gente,
Sem chegar a lugar nenhum.
Pilão d’água marcando o tempo nefando!
Martelando!
Até quando? Até quando? Até quando?
Passos já desapegados.
Tantas pegadas!
Em breve, apagadas!
Passos! Passos! Passos!
Jogados pelo caminho,
Os beijos e os abraços.

Sérgio Antunes de Freitas
Fevereiro de 2022

Inserida por SergioFreitas

⁠DA DESIMPORTÂNCIA DO SER

Eu vi um voo sem pássaro!
Partiu de uma ramagem inexistente
E não podia pousar.

Era um voo inocente,
Que se adentrou pelo mar.
Mas o lixo marinho impedia o descanso.

No lixo da terra, não caberia,
Pois havia muita gente,
Comendo do lixo da vida.

Eu vi um escravo sem senhor,
Extraindo o ferro da terra,
Para fazer seus grilhões!

Esmurrava pensamentos,
Atacava filosofias,
Suplicava por sofrimentos!

Senti o perfume de flores ausentes,
O vento da calmaria,
E o sol sem raiar o dia.

Eu vi um futuro sem mundo!
Foram tantos os erros dessa gente,
Que Deus se sentiu impotente.

Sérgio Antunes de Freitas
Fevereiro de 2022

Inserida por SergioFreitas

⁠ORAÇÃO ECUMÊNICA

Benditos sejam os que sofrem pelo sofrimento alheio;
Abençoados sejam os que levam alegrias e felicidades para seus semelhantes;
Iluminados sejam os que emocionam a todos com palavras de bondade e esperança;
Consagrados sejam os que eliminam as dores, as doenças e salvam vidas;
Santificados sejam os que dedicam suas vidas para o bem comum;
Louvados sejam os que agem por amor incondicional.
Amem!

Sérgio Antunes de Freitas
Dezembro de 2021

Inserida por SergioFreitas

⁠Abelha e escorpião têm ferrões, que podem até matar!
A abelha vive em uma organização social.
O escorpião é individualista.
A abelha produz mel. Gera riquezas!
O escorpião não produz nada. Só consome!
A abelha busca as flores!
O escorpião vive no lixo.

Sérgio Antunes de Freitas
Janeiro de 2022

Inserida por SergioFreitas

⁠A roupa mais certa para a passagem do ano é a de algodão, preferencialmente, branca.
Além de sua cor da paz, o algodão é um vegetal benfazejo e não só pelo fornecimento de fibras para os tecidos, que enfeitam, forram, protegem.
Ele estanca hemorragias e escuda ferimentos!
É usado pelos pássaros para fazer ninhos e pelos indivíduos para encher travesseiros, nos quais descansam suas consciências tranquilas.
Na alimentação, contribui com o óleo, ajudando a combater a fome das pessoas. E, com seus farelos, a dos animais.
Sua essência perfuma corpos e ambientes.
Para a beleza do mundo, oferece suas flores e suas lavouras em produção.
Também serve para fazer papel, base física de poemas, e papel-moeda, para satisfazer necessidades materiais.
Ele contém os atributos das mais diversas esperanças.
Seja 2024 um ano de algodão, para todos os brasileiros de boa vontade!
Sérgio Antunes de Freitas
Dezembro de 2023

Inserida por SergioFreitas

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