Poemas de Amor de Fernando Verissimo
A espantosa realidade das coisas é a minha descoberta de todos os dias. Cada coisa é o que é. E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra, e quanto isso me basta. Basta existir para se ser completo.
Nota: Trecho do poema “Poemas Inconjuntos” in Poemas de Alberto Caeiro (heterônimo de Fernando Pessoa).
...Mais- O suicídio tanto pode ser afirmação da morte como negação da vida. Tanto faz.
- É mentira. E vou explicar: o suicida é aquele que perdeu tudo, menos a vida.
"Tem gente que é só passar pela gente que a gente fica contente. Tem gente que sente o que a gente sente e passa isto docemente. Tem gente que vive como a gente vive, tem gente que fala e nos olha na face, tem gente que cala e nos faz olhar. Toda essa gente que convive com a gente, leva da gente o que a gente teme passa a ser gente dentro da gente. Um pedaço da gente em outro alguém."
A estrela que eu escolhi não cumpriu com o que eu pedi e hoje não a encontrei, pois caiu no mar, e se apagou. Se souber nadar, faça-me o favor, o milagre que esperei nunca me aconteceu. Quem sabe é só você pra trazer o que já é meu.
Quando eu era menino, os mais velhos perguntavam: o que você quer ser quando crescer? Hoje não perguntam mais. Se perguntassem, eu diria que quero ser menino.
Sou dono de uma verdade que não se traduz em palavras;
Sou inteligente, sei disso, mas minha inteligência não é capaz de iluminações nem de distribuir justiça.
Não é o tédio a doença do aborrecimento de nada ter que fazer, mas a doença maior de se sentir que não vale a pena fazer nada.
A gente sofre muito: o que é preciso é sofrer bem, com discernimento, com classe, som serenidade de quem já é iniciado no sofrimento. Não para tirar dele uma compensação, mas um reflexo.
O dia mente a cor da noite e o diamante a cor dos olhos. Os olhos mentem dia e noite a dor da gente.
Se lhe posso dar um conselho, é este: não tente apanhar o fruto verde para que ele não apodreça na sua mão.
A vida é o que fazemos dela. As viagens são os viajantes. O que vemos não é o que vemos, senão o que somos.
Se depois de eu morrer quiserem escrever a minha biografia, não há nada mais simples. Tenho só duas datas: a de minha nascença e a de minha morte. Entre uma e outra, todos os dias são meus.
Segue teu destino, rega tuas plantas, ama as tuas rosas. O resto é sombra de árvores alheias... Vê de longe a vida. Nunca a interrogues. Ela nada pode dizer-te. A resposta está além dos Deuses.
Outras vezes oiço passar o vento,
E acho que só para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido.
O ar não é silencioso? O vento não faz barulho? E que é o vento senão ar? A música é o silêncio em movimento.
O importante não é dizer, é saber. Cartas coisas não se dizem, porque dizendo, deixam de ser ditas pelo não-dizer, que diz muito mais.
Não sei o que sinto, não sei o que quero sentir, não sei o que penso nem o que sou.
Viver devagar é que é bom, e entreviver-se, amando, desejando, sofrendo, avançando e recuando, tirando das coisas ao redor uma íntima compensação, recriando em si mesmo a reserva dos outros e vivendo em uníssono. Isso é que é viver, e viver afinal é questão de paciência.
Acontece-me às vezes (...) um cansaço tão terrível da vida que não há sequer hipótese de ato de dominá-lo.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp