Poemas de Amizade Ruben Alves
Sabe,
Eu só queria uma amizade que não mentisse pra mim ou inventasse histórias. Uma amizade que eu pudesse confiar, que não me desaponte e eu não precise ficar tentando me reconstruir a todo tempo, porque isso não dá certo. Sabe quando um vaso quebra e você tenta colar ele de volta para ser o que era antes? Pois é, ele nunca vai ser o mesmo por dois motivos: irá faltar algum pedaço, mesmo que pequeno; ele foi quebrado. É tão difícil achar um amigo que não minta hora nenhuma. Que não minta, por mais que para nos proteger, pois, na verdade, não estão nos protegendo. Porque dói, e eu sei da verdade. Não quero que rebloguem esse texto, é só um desabafo, sei lá. Não sei mesmo. Só sei que dói, porque não importam quantas vezes você me machuca e me desaponta, parece que nunca vai ser o bastante enquanto não me vir chorando. Sim, chorando. Aquela pessoa que não odeia chorar e não chora por nada acaba chorando de tristeza. Me desaponta. Me machuca. Me corrói. Me maltrata. Sim, pode parecer drama, mas só quem já sofreu isso sabe como dói e sabe que não é. São só algumas coisas que eu queria falar. Obrigado por ter lido.
A amizade é um pacto, uma convenção. Dois seres se comprometem tacitamente a nunca pôr à luz o que cada um no fundo pensa do outro. Um tipo de aliança fundada em arranjos. Quando um deles assinala em público os defeitos do outro, o pacto está devassado, a aliança rompida. Nenhum amizade dura se uma das partes se nega a jogar o jogo. Em suma, nenhuma amizade atura uma dose exagerada de franqueza.
A tesoura corta o tecido com a maior facilidade, mas nenhuma tesoura do mundo cortará nossa amizade.
A amizade é indispensável ao homem para o bom funcionamento da sua memória. Lembrar-se do passado, carregá-lo sempre consigo, é talvez a condição necessária para conservar, como se diz, a integridade do seu eu.
Nossa amizade era tão insolúvel como a soma de dois números: inútil querer desenvolver para mais de um momento a certeza de que dois são cinco.
A amizade ocupa um lugar fundamental em nossas vidas. Ela é tão importante como a necessidade do ser humano de se alimentar e descansar por exemplo. A amizade perfeita apenas pode existir entre os bons
Crepúsculo
Na hora em que o dia
não é mais dia,
em que a noite
não é noite ainda,
tudo é magia,
e o céu parece
veludo furta-cor
escorrendo das mãos vazias.
Poema do amigo aprendiz
Quero ser o teu amigo. Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias...
Nota: Trecho adaptado da música "Saudação de Amigo", do Padre Zezinho. A autoria do texto tem vindo a ser erroneamente atribuída a Fernando Pessoa.
...MaisPoetas e poesias
Quero ouvir Vinicius,
Sentir Castro Alves,
Pensar, Augusto dos Anjos e Tomé Varela,
Quero ver Camões, Márcio Catunda,
Ver pensamento ouvir sentimentos.
Poetas anônimos, poetas sem pseudônimos,
Quero ver o coração e a razão.
Eloquente indecente.
Quero ouvir, quero sentir.
Poetas consagrados, poetas desolados.
Quero ouvir seu coração.
Onde está a literatura?
Fernando Pessoa, Francisco Carvalho.
Onde esta o cordel?
Poetas desolados por falta de poetas.
Anônimos e sem pseudônimos.
Falta poesia para a falta de poeta.
Rubens Alves dizia que nao haveria borboletas se a vida
nao passasse por grandes metaformoses. Assim somos nos,
euqaunto nao passarmos por grandes mudanças e nao estivermos abertos para essas mudanças, a nossa vida sera sempre a mesma coisa - monotona e sem sentido. Temos que abandonar
o medo, o velho e romper com o mundo da escuridao, ousando e nos proporcionando essa longa metaformose. (Priscilla Rodighiero)
Vamos estar juntas e se vendo alguma vezes ainda,
Porém eu nunca vou te perdoar pelo oque
você fez comigo,
e você nunca mais terá a
minha melhor versão contigo.
Solidão
da madrugada
no silêncio noturno
pensamentos
vagueiam
na lua de Saturno
no labirinto do coração
pelos porões obscuros
acende a luz da alma
num lampião de lembranças
um souvenir de esperança
e tu para e pensa
calma alma...
nada mais importa
agora...
já não faz mais diferença...
As coisas têm um tempo certo pra ser...
E nem sempre depende de você.
Mulheres...
são orquídeas
bailarinas
disfarçadas
de meninas
nas sendas da vida
dobram o vento
quebram tabus
vestem tutus
de renda
são orquídeas
floridas...
Estou aqui a olhar esse teto branco, que lembra o manicômio onde aprisiono a louca que vive em mim.
A louca que as vezes foge, para um lugar distante que talvez só exista para ela.
Depois fecho os olhos, me teletransporto para um penhasco alto.
Onde não sei se me jogo, ou apenas olho, e lamento pelos meus fracassos.
De repente me vejo perdida em um buraco negro, que me leva a questionar: E se eu não existisse? Não vária diferença.
Sei disso porque eu existo, mas não tem quem note minha existência.
Quem é forte não fica se lamentando sobre sua sorte...
Se queremos ver flores temos que plantá-las num jardim, num canto, num beco que seja...
Fazer um horto na alma
É certeza que floreja.
Observo há GUERRA de EGOS MADUROS
Os tantos ACHISMOS DENTRE CEGOS
Me calo, porque se muito falo
Engravido das palavras precoces
E o parto pode ser prematuro.
As amoras
O meu país sabe às amoras bravas
no verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.
Telha de vidro
Quando a moça da cidade chegou
veio morar na fazenda,
na casa velha...
Tão velha!
Quem fez aquela casa foi o bisavô...
Deram-lhe para dormir a camarinha,
uma alcova sem luzes, tão escura!
mergulhada na tristura
de sua treva e de sua única portinha...
A moça não disse nada,
mas mandou buscar na cidade
uma telha de vidro...
Queria que ficasse iluminada
sua camarinha sem claridade...
Agora,
o quarto onde ela mora
é o quarto mais alegre da fazenda,
tão claro que, ao meio dia, aparece uma
renda de arabesco de sol nos ladrilhos
vermelhos,
que - coitados - tão velhos
só hoje é que conhecem a luz doa dia...
A luz branca e fria
também se mete às vezes pelo clarão
da telha milagrosa...
Ou alguma estrela audaciosa
careteia
no espelho onde a moça se penteia.
Que linda camarinha! Era tão feia!
- Você me disse um dia
que sua vida era toda escuridão
cinzenta,
fria,
sem um luar, sem um clarão...
Por que você na experimenta?
A moça foi tão vem sucedida...
Ponha uma telha de vidro em sua vida!
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