Poemas de Amizade de Jorge Amado

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Serás amado apenas quando puderes mostrar a tua fraqueza, sem provocar nenhuma força.

Até agora, nunca tinha amado as suas amantes; havia algo nele que o levava a tomá-las demasiado depressa para ter tempo de criar a aura, a zona necessária de mistério e desejo que lhe permitisse organizar mentalmente aquilo que poderia um dia chamar-se amor.

O amor é um sentimento tão delicioso porque o interesse de quem ama confunde-se com o do amado.

As mulheres detestam um ciumento que não é amado, mas ficam furiosas se o homem que amam não for ciumento.

Quando o amante está distante, mais quente se faz o desejo; / o hábito deixa o amado fastidioso.

♫ Feliz aniversário, meu amor

Espero que você esteja muito feliz

Que pena, amor

Não posso fazer o que eu sempre fiz

Queria estar contigo, meu amor
Passar aí de noite, te levar pra jantar

Te dar uma flor
E um beijo gostoso pra celebrar


Mas acho que você não pensa mais em mim
Eu sei que nossa festa já chegou ao fim

Já não sou mais eu que hoje você tem no coração

Talvez à meia-noite eu ligue pra você
Talvez não diga nada pra quem atender
Talvez mande um presente pra você saber

Que eu nunca te esqueci


Quem sabe as coisas mudem no ano que vem
Meu coração descubra que eu sou teu bem
Seja como for, você vai ser sempre meu grande amor. ♫

Jamais as tardes seriam doces e jamais as madrugadas seriam de esperança. Jamais os livros diriam coisas belas, nunca mais seria escrito um verso de amor. Sobre toda a beleza do mundo, sobre a farinha e o pão, sobre a pura água da fonte e sobre o mar, sobre teus olhos também, se debruçaria a desonra que é o nazifascismo, se eles tivessem conseguido dominar o mundo. Não restaria nenhuma parcela de beleza, a mais mínima. Amanhã saberei de novo palavras doces e frases cariciosas. Hoje só sei palavras de ódio, palavras de morte. Não encontrarás um cravo ou uma rosa, uma flor na minha literatura. Mas encontrarás um punhal ou um fuzil, encontrarás uma arma contra os inimigos da beleza, contra aqueles que amam as trevas e a desgraça, a lama e os esgotos, contra esses restos de podridão que sonharam esmagar a poesia, o amor e a liberdade!

Nem a rosa, nem o cravo..., Folha da Manhã, 1945

Jorge Amado
Figuras do Brasil: 80 autores em 80 anos de Folha

Parece-me fácil viver sem ódio, coisa que nunca senti, mas viver sem amor acho impossível.

Não odeies o teu inimigo, porque, se o fazes, és de algum modo o seu escravo. O teu ódio nunca será melhor do que a tua paz.

A democracia é um erro estatístico, porque na democracia decide a maioria e a maioria é formada de imbecis.

Fazer o bem ao teu inimigo pode ser obra de justiça e não é árduo; amá-lo, tarefa de anjos e não de homens.

As ditaduras fomentam a opressão, as ditaduras fomentam o servilismo, as ditaduras fomentam a crueldade; mas o mais abominável é que elas fomentam a idiotia.

A memória é o essencial, visto que a literatura está feita de sonhos e os sonhos fazem-se combinando recordações.

Publicamos para não passar a vida a corrigir rascunhos. Quer dizer, a gente publica um livro para livrar-se dele.

Sou um homem de letras, nada mais. Não estou certo de ter pensado nada de original em minha vida. Sou um fazedor de sonhos.

A velhice poderia ser a suprema solidão, não fosse a morte uma solidão ainda maior.

O que eu odeio é que algum dia tudo se reduzirá a nada, os amores, os poemas. Acabaremos recheados de terra como um taco barato. Que coisa mais triste, tudo é tão triste - a gente passa a vida inteira feito bobo pra depois morrer que nem besta.

Árvores são poemas que a terra escreve para o céu.
Nós as derrubamos e as transformamos em papel para registrar todo o nosso vazio.

Voa um par de andorinhas, fazendo verão. E vem uma vontade de rasgar velhas cartas, velhos poemas, velhas cartas recebidas. Vontade de mudar de camisa, por fora e por dentro... Vontade... para que esse pudor de certas palavras?... Vontade de amar, simplesmente.

Os deuses fiaram a ruína dos homens, para que poemas fossem gerados à posteridade.