Theodore Adorno

Encontrados 20 pensamentos de Theodore Adorno

A decadência da oferta espelha-se na penosa invenção dos artigos para presente, que já pressupõem o fato de não se saber o que presentear porque, na verdade, não se tem nenhuma vontade de fazê-lo.

De homens muito maus não se pode nem mesmo imaginar que morram.

O amor é a capacidade de perceber o semelhante no dessemelhante.

O humano estabelece-se na imitação: um homem torna-se um homem apenas imitando outros homens.

Existe um critério quase infalível para determinar se um homem é realmente teu amigo: o modo como refere opiniões hostis ou descorteses a teu respeito.

Serás amado apenas quando puderes mostrar a tua fraqueza, sem provocar nenhuma força.

A tarefa atual da arte é introduzir o caos na ordem.

A arte é a magia libertada da mentira de ser verdadeira.

O homem é tão bem manipulado e ideologizado que até mesmo o seu lazer se torna uma extensão do trabalho.

A arte necessita da filosofia, que a interpreta, para dizer o que ela não consegue dizer, conquanto só através da arte pode ser dito ao não ser dito.

Com a felicidade acontece o mesmo que com a verdade: não se possui, mas está-se nela. Sim, a felicidade não é mais do que o estar envolvido, reflexo da segurança do seio materno. Por isso, nenhum ser feliz pode saber que o é. Para ver a felicidade, teria de dela sair: seria então como um recém-nascido. Quem diz que é feliz mente, na medida em que jura, e peca assim contra a felicidade. Só lhe é fiel quem diz: fui feliz. A única relação da consciência com a felicidade é o agradecimento: tal constitui a sua incomparável dignidade.

Só o astucioso entrelaçamento de trabalho e felicidade deixa aberta, debaixo da pressão da sociedade, a possibilidade de uma experiência propriamente dita.

Para a felicidade se aplica o mesmo que para verdade. Alguém não a tem, está nela.

A faculdade de julgar é medida pela firmeza do eu.

A grandeza de uma obra de arte está fundamentalmente no seu caráter ambíguo, que deixa ao espectador decidir sobre o seu significado.

Liberdade não é poder escolher entre preto e branco mas sim abominar este tipo de propostas de escolha.

A competição é um princípio, no fundo, contrário a uma educação humana.

A felicidade está obsoleta: não é rentável.

Normalidade significa morte.

Enquanto a sociedade gerar a barbárie a partir de si mesma, a escola tem
apenas condições mínimas de resistir a isto.