Poemas D um Homem Perdidamente Apaixonado
Nem toda curva da vida tem placa de aviso,
Nem tudo que se perde de fato é um prejuízo.
Há dor que desperta, há fim que liberta,
E sonho que nasce quando a alma está aberta.
Caminho incerto, mas cheio de lição,
Tropeço que forma o rumo da missão.
A ausência ensina o valor do abrigo,
E o tempo revela quem anda contigo.
Não temas o escuro, nem temas a queda,
Às vezes é no breu que a luz mais se enreda.
A vida é estrada sem mapa preciso —
mas todo desvio pode ser um aviso.
Leio-me
Leio-me como um livro.
Exponho-me como palavras desnudas ao vento
Em busca do tudo e do todo, me entrego.
Que braseiro que fornalha,
nem um pão nem oração.
Por falta dágua pedi e rogo,
só um pouquinho de atenção.
Reagir com poesia
Derramando um punhado
De versos de amor
Ou o que seja,
Tenho palavras e ditados
Tenho histórias para contar
Do ontem ao hoje
E ainda sobra espaço
Para imaginar o amanhã.
Vida frágil
Facho de luz
Instante, instável
Um dia você é forte
No outro,
flerta com a morte
De vc a dor toma conta
De saúde nem uma ponta
Apressa o passo pro fim das contas
Vida frágil
Barato plágio
De felicidade utópica
De mais intenso só amor
Rivalizando com a dor
E ambos nos calam
É o que dizem
É o que falam
Aproveite seus dias felizes
Pois o que te espreita na esquina
É o crescer do sofrimento
E o alívio que vem da morfina
No fim , todos sem dignidade
Não importa a idade
Todos a perdem
Se for só uma noite
Que bom, que já passou
Saímos vivos dessa
Pois essa não nos matou
Se acima Lobão dizia
Abaixo também me serve
Cazuza e a vida louca, vida
Vida breve
E meu observar
por aqui não para
Como o tempo a acelerar
Ao fim da estrada
Como é rápida
Como é repentina
Como nos surpreende
O viver essa vida
É tal qual, no palato
O contrastar do doce
Num instante, num ato
O azedo fosse
É como raiar do dia
Em um segundo passa-se
E não mais raiasse
Produzindo a noite em agonia
É como o verter das águas
Interrompesse o ciclo
Obstruído pelas mágoas
Do que outrora fora vivido
A vida passa
E o humor perde a graça
A tristeza se instala
E o fôlego , como fogo, se apaga
Tão óbvio,
Tão previsível
Estamos fadados
Como se fosse escrito
É como se o verão
Desce lugar ao inverno
E o abrasar do coração
Esfriasse por completo
E se assim disse Cartola
Por que não Adoniram
Afinal sem demora
Se parte o trem da vida vã
E o que se encerra
Se não o sofrer em pranto
E o descansar a espera
Do chamar do Santo
Talvez a única coisa que podemos fazer para agradar as pessoas.
Seja, dando um controle remoto das nossas vidas para elas.
Cartas ao remetente
Um dia é essencial
Para viver em família
Pois chegará o dia
Dizer dizer Adeus
Todavia é necessário
Para procura a paz .
Kaike Machado.
Existe uma percepção generalizada de que o Brasil é um país marcado pela violência.
Em virtude da predominância da população negra, algumas correntes de pensamento sugerem que a incidência de violência é proporcional à demografia, insinuando que a elevada taxa de mortalidade entre os negros é resultado de sua maioria populacional.
Este discurso comumente difundido postula que a violência é um fenômeno neutro em relação à raça, afetando igualmente todos os estratos sociais.
No entanto, uma análise mais minuciosa das estatísticas revela disparidades significativas, evidenciando que a população negra é desproporcionalmente afetada pela violência e sujeita à desumanização.
Enfrentamos um dilema:
Por um lado, os grupos superidentitários representam um sintoma de uma democracia plenamente realizada. Por outro lado, o excesso de fragmentação pode ser problemático para a própria democracia, pois tende a polarizar a sociedade e dificultar o diálogo e a cooperação entre diferentes grupos.
Estamos praticando uma política restrita a guetos específicos, em vez de promover um debate aberto e inclusivo que abranja a diversidade de perspectivas e experiências.
Além do Nome
Não, eu já não piso nas mesmas calçadas,
Nem ouço as canções que um dia me abraçaram.
As telas que antes me prendiam,
Hoje, são apenas sombras do que já fui.
Minhas atenções lançaram para longe,
Minhas prioridades vestiram novas cores.
E você, perdido no ontem,
Ainda diz que me conhece.
Mas o que sabe?
Do meu silêncio que grita mudanças,
Das noites em que renasci em pedaços,
Ou do novo caminho que tracei, sozinho.
De mim, só restou o nome,
E mesmo ele, talvez,
Já não me reconheça.
FORA DE SÉRIE
Existem muitas coisas estranhas
É preciso um impulso na pista
Pra saber se o voo deslancha
Um rio infestado de piranhas
Vai corroendo sonhos da lista
Rastros do estrago ficam em mancha
Saber levar as coisas na manha
Sem a culpa de um egoísta
Bem escolher a onda e a prancha!
PRUDÊNCIA
Quando carente tudo atropela
Não pensa e nem vê a sua indecência
E nem um remendo há de servir
Na explosão sempre há falta dela
Na reflexão matiz de prudência
Pintando a sabedoria de agir.
MARCAS DO QUE SE FOI
Enfim, vim até onde pude
Mas chega um ponto em que a saúde
Te faz lembrar da finitude
Combate diário da inquietude
Sem esperar que o tempo mude
Legado em marcas de atitude.
LÁ TEJO
Queria ter um lampejo
Te emprestar o que eu vejo
Sonho de mãe pelo Tejo
Nas correntes meu desejo
Nesse corpo em desapego
Rumo ao mar e ao sossego.
BOTINAS E BOTAS
Demétrio Sena, Magé – RJ.
Toda vez que as botinas truculentas de um policial derrubavam a porta frágil daquele barraco de favela em busca de armas e drogas que não havia como encontrar, algo mágico acontecia: Pedrinho, filho pequeno de Maria lavadeira e de Sebastião estivador tinha um sonho feliz.
O menino sonhava com um fim de ano em que ao invés das botinas policiais, adentravam com suavidade a porta previamente aberta, vistosas botas vermelhas forradas de lã mais alva do que neve. Quando elas saíam, levando os pés de um velhinho bondoso de pele rosada, ficava no cantinho da parede uma caixa com brinquedos e gostosuras natalinas.
Isso faz tempo. Pedrinho cresceu, estudou e progrediu. Já sabe discernir lendas de realidade. No entanto, ele ainda prefere crer na bondade lendária e branca do bom velhinho, a crer na truculência de homens para os quais é crime ser pobre, negro e morador de comunidade.
TROMBA D´ÁGUA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Um olhar assustado
rompe o céu; mesmo cético,
faz uma prece.
Cai muita chuva; parece
que Deus tomou diurético.
MEUS MEDOS
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Sempre tive um medo imenso de ficar grande sem crescer. De amadurecer sem ficar maduro. Curtir a vida, os lances, oportunidades, e não curtir minha essência.
Desde cedo não sabia como era isso, mas o meu coração girava em torno dos medos. Queria o corpo em sintonia plena com o espírito, para que o rótulo correspondesse ao conteúdo. Meu rosto, meu resto e minhas palavras não fossem a propaganda enganosa de quem não sou.
Tinha pavor de brilhar e mesmo assim permanecer no escuro de uma ignorância equivocada, com ares inúteis de sabedoria. Temia puxar um saco de filosofias hipócritas, bondades plásticas e religiosidades vãs, de conveniências e chaves que abririam as portas da sociedade. Da popularidade familiar. Do prestígio ao meu redor e os apupos externos de quem olha e pronto. Não importa ver, porque isso dá prejuízo; afasta os favores e subtrai prestígios com vistas a vantagens futuras.
Tenho muitos; muitos vícios, defeitos e desmandos. Bem maiores do que os que julgo, até condeno em terceiros, mas temia os vícios, defeitos e desmandos menores. De quem vai mas não vai. Finge que não, no entanto é. Finge que sim, porém não. Tudo sempre a depender das perdas e os danos; dos lucros e as cotas... ou até das sobras e as sombras que lhes restem ou não.
Tive medo imenso de aprender a fingir. A simular. Ganhar na estampa e levar a melhor na lábia. Ser quem não sou. Talvez até jamais ser; só estar. Fazer acordo com as rotações do mundo, as demandas da vida e as músicas conforme as quais devo dançar nas horas desconsertantes. Nos momentos em que não vejo saída, se não for pelas concessões.
Jamais deixei os meus medos. Eles me ajudam a ser menos pior do que sou. Não os troco pela coragem sonsa de abrir mão das minhas verdades para supostamente me dar bem.
Lembranças.
Talvez não seja como eu queria...
Mas olha eu riria se você me desse
um pouco do que eu queria.
Oq exatamente eu estava a procurar,
um lugar só pra me isolar
ou uma pessoa pra me apaixonar?
Tentei e tentei mas amor...
Nem eu eu sei o por que tentar tanto
quando me vejo sem tentar quero
te provar que mesmo sendo como eu sou,
eu consigo dizer palavras que podem soar meio intrometidas ou talvez mal desenvolvidas.
Quero te provar que ao amar você
eu me sinto com um passarinho...
preso mas é tão bom te ver voar
por mim te ver feliz sem mim...
É até engraçado não conseguir
me soltar desse amor tão sem ar,
meus pulmões gritam
" me tirem daqui"
quando eu só quero ficar.
há venenoso dardo que foi
ornamentando por um cara falso
que de certo é um pretensioso bardo
desviado por falsos méritos
mentiras de um tom raro
ele diz ser dono de 500 cavalos
que mentira! se muito tem um aviário
Por um longo tempo, achei que fosse você...
De alguma forma, eu acreditei que seria você, e parte de mim queria realmente que fosse você.
Fiz de tudo que podia para que você me notasse, mas realmente nunca vou ser para você, o que você foi e é para mim.
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