Poemas com Rimas de minha Rua
A minha alma tem "músculos" fortes
de tanto nadar contra a maré.
Não se engane com a minha aparente fragilidade!
Ela esconde uma força que, muitas vezes,
até a mim surpreende.
Cika Parolin
Ouvi ao longe um apito de trem
e imediatamente minha alma viajou para um tempo muito distante!
O tempo da saudosa infância, lá pelos oito anos, quando meu irmão e eu fugíamos de casa para ver o trem passar. Havia um campo ao largo do qual passava uma estrada de ferro. Lá íamos nós, abaixo de sol, esperar a "maria-fumaça".
Sem o menor temor, deitávamos sobre os trilhos e dormentes cheirando a peroba! Ficávamos vendo os desenhos nas nuvens até que ouvíamos o inconfundível apito e a fumaça que se formava no horizonte.
Lá vinha ele, todo negro, imponente, enorme aos nossos olhos!
Rapidamente saíamos da linha e nos sentávamos na relva a ponto de acompanharmos os movimentos e os ruídos incríveis que proporcionava. Havia ainda a eventual possibilidade de algum passageiro nos ver e nos acenar, o que prontamente retribuiríamos. Eu, como menina sonhadora, imaginava que um daqueles moços morenos, que acenavam, poderia vir a ser, no futuro, o grande amor que cruzava meu caminho pela primeira vez e que certamente a vida me faria reencontrar.
No fim do dia voltávamos à casa, com cara de anjos
e mamãe zangada tentando descobrir onde tínhamos andado a tarde inteira. Naturalmente mantínhamos segredo para garantir a fuga do dia seguinte.
Cika Parolin
Ah não se engane com essa minha cara de contente!
Esperneio muito diante das dificuldades,
mas não me dou por vencida, luto bravamente!
As noites são duras, mas em seguida vem o dia,
Meto um sorriso na cara, começo tudo novamente.
É... essa sou eu ! o retrato da alegria,
sou uma sobrevivente! Cika Parolin
Não, não estou triste,
estou melancólica!
Hão de perguntar, mas não é a mesma coisa?
Não na minha opinião:
Tristeza para mim é algo mais sofrido,
que beira a depressão.
Coisa bem diferente de melancolia.
A tristeza me leva à dor e às lágrimas
e não inspira poesia.
Melancolia é falta de algo que passou
e que me trouxe alegria.
Cika Parolin
Há muito fiz minha opção pela escrita!
Não por exibicionismo,
não para provar alguma coisa,
Jamais para usá-la contra quem quer que seja.
Mas para trazer à tona
o que me arde na alma.
As histórias passadas, os sentires,
o amor a Deus e à família
são minhas verdades
e procuro retratá-las com palavras.
apenas isso!
Cika Parolin
Mereço a minha serenidade
a partir do momento em que não incomodo a paz alheia.
Sem manifestações de vaidade, vivo os meus dias
como eles se apresentam, sem apontar meu dedo
para a forma como meus semelhantes vivem os seus.
Cika Parolin
Nada do que façam ou digam me causa incômodo!
Tampouco os caminhos alheios são da minha alçada
ou me dizem respeito.
Apenas continuo vivendo ao meu modo!
Errando, aprendendo, acertando! Não necessariamente
nessa ordem, mas preocupada apenas em encontrar
o caminho para meu melhoramento como pessoa.
Cika Parolin
Encantas-me quando tua mão procura a minha, enquanto dormes!
Sinto que somos partes de um todo
e que é importante ter-me ao teu lado.
Cika Parolin
Ah como careço de sabedoria!
Quanto mais amadureço mais constato minha inabilidade para lidar com o que deveria ser fácil à medida que o tempo passa.
Os erros anteriores deveriam, em tese, preparar-me para não cometê-los novamente e no entanto, apenas giro em torno deles. Pergunto-me, chegará o dia em que finalmente terei aprendido as lições?
Cika Parolin
Busco a minha lembrança mais remota!
E o que me vem à memória
é um momento em que me encontro nos ombros de meu pai,
olhos fixos no alto, onde um "motoqueiro maluco" se prepara para fazer uma travessia, entre um edifício e outro, através de um cabo de aço. Ainda trago em meus ouvidos os roncos ensurdecedores daquela moto gigantesca e vejo como se fora hoje, os detalhes dos trajes e paramentos do motociclista que considerei o homem mais lindo e elegante que eu já vira...
E VOCÊ?QUAL É A SUA LEMBRANÇA MAIS REMOTA?
Cika Parolin
Não julgue arrogância
a minha autossuficiência emocional.
É que, desde cedo,
a vida me ensinou a não esperar
coisa alguma de quem quer que seja.
Faço a minha parte e o apoio que vier, virá por acréscimo,
sem que eu tenha esperado por ele.
Cika Parolin
Minha busca é pela paz de espírito.
A maturidade me ensinou aliviar os fardos;
a não trazer para minha vida, cargas que me façam infeliz.
Obviamente há as chatices que precisam ser enfrentadas,
mas não faço delas o foco principal da minha existência.
Tento resolvê-las o mais rapidamente que eu puder, caso isso não seja possível, largo-as pelo caminho e sigo carregando apenas o que me for essencial. Cika Parolin
Pai,
Não te posso ver, nem te ouvir!
Talvez as mensagens da tua alma
viajem até a minha, nas asas do sentimento!
Por isso sinto essa brisa tocar-me o rosto
como recado teu, esquecido no tempo.
Sei que estás mais distante do que eu gostaria,
mas conforta-me saber que tua voz
virou afago do vento.
Cika Parolin
Que minha alma seja branda,
que ela perceba o bem que existe em cada ser.
Que eu não aponte falhas em meus semelhantes,
mas antes observe as minhas que podem ser ainda maiores
do que as que eu busco apontar nos outros.
Que eu não tire a paz de ninguém
e que o coração dos que querem tirar a minha,
também seja abrandado.
Que meus olhos não pousem nas falhas alheias
e que tampouco minha boca se ocupe em mencioná-las.
Sempre que criticamos e apontamos erros de outras pessoas,
estamos tentando desviar as atenções de nossas próprias que nem sempre são poucas.
Cika Parolin
Minha alma é menina!
Ainda corre pelos "Campos Gerais",
e lá, ainda colhe as flores azuis,
ainda come amoras verdes,
ainda se banha no rio,
ainda arquiteta travessuras com o irmão.
Nas nuvens ainda vê desenhos de príncipes e dragões.
Ainda diminui o passo para tomar chuva de verão.
Sim, minha alma ainda é Menina!
Cika Parolin
Que minha alma não perca a capacidade de se encantar.
Que ela perceba a flor solitária da árvore desnutrida;
a pinha que cai do cedro e jaz lá, exposta à intempérie.
a joaninha que, não se sabe como, chega ao décimo sexto andar de um edifício.
O olhar que diz "eu te amo", sem que a boca o diga.
Cika Parolin
Minha alma está repleta de memórias de infância!
Elas afloram
à medida em que me aproximo do inexorável envelhecer.
São odores, sons, sensações que me remetem a ela
e parece que de novo me torno criança.
Acontecimentos, bons ou maus,
que eu julgava sepultados no esquecimento,
voltam à tona e querem se transformar em palavras.
Cika Parolin 17 de junho de 2018
Quando eu critico a plantação alheia, estou apenas me descuidando da qualidade da minha própria lavoura.
Enquanto meus olhos se distraem desmerecendo outros quintais,
as minhas sementes carecem de nutrientes e deixam de germinar.
Cika Parolin
Livres são a minha alma e a minha mente!
Territórios exclusivamente meus,
onde sou dona e senhora!
Lá estão os sentimentos mais recônditos
que me fazem velejar em sonhos e poemas. Cika Parolin
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