Poemas com Rimas de minha Rua
🎹 Estou Na Rua 🇵🇹
Yeah…
Beco fechado, luzes a piscar, verdade na caneta a gritar…
Clássico na alma, moderno no ar.
Rimo no escuro enquanto Aldoar respira,
Beat 90’s bate fundo, faz tremer a esquina,
Valete na postura, Xeg no corte da rima,
Dealema no sangue — disciplina masculina.
Flow afiado, linha dura, pensamento real,
Palavra é minha arma, cada sílaba é fatal.
O mundo gira torto, eu mantenho o axial,
Boom Bap na espinha, atitude essencial.
A agulha risca… o grave sobe…
Trap a invadir o beco como fumo no ar…
Agora muda.
Yeah, yeah…
(Refrão)
Bass a bater, tô a entrar na cena,
Trap Tuga bruto, nunca muda o esquema,
Flow tão quente que derrete o problema,
Quando o beat cai, viraliza o sistema.
Luzes no bairro tipo neon de cinema,
Crew na vibe pesada — tema em cima de tema,
Se a vida testa, eu respondo sem pena,
Do Boom Bap ao Trap, mando em qualquer antena.
Tô na rua a fazer magia,
808 nos pulmões, energia,
Jogo perigoso? Eu conhecia,
Agora controlo a melodia.
Puto do beco a subir sem medo,
Flow camaleão, adapto o enredo,
Boom Bap na alma, Trap no degredo,
Viral no YouTube, pronto pro degredo.
Do cinzento de Aldoar nasce ouro,
Do silêncio nasce o meu estouro,
Do clássico eu puxo tesouro,
No futuro deixo o meu coro.
(Refrão)
Bass a bater, tô a entrar na cena,
Trap Tuga bruto, nunca muda o esquema,
Flow tão quente que derrete o problema,
Quando o beat cai, viraliza o sistema.
Luzes no bairro tipo neon de cinema,
Crew na vibe pesada — tema em cima de tema,
Se a vida testa, eu respondo sem pena,
Do Boom Bap ao Trap, mando em qualquer antena.
-
Noite sem lua,
Chuva na rua,
A alma insinua,
A cobiça continua,
No leito extenua,
A arte que autua!
Ninguém desvirtua,
O que o lamento situa,
E se nada intua,
Meu sono conceitua!
O Odor do Caos
Era fim de tarde na rua Cecília.
Catorze homens jogavam futebol no campo de terra, rindo alto, enquanto a poeira dourada do sol cobria tudo.
De repente, um carro vermelho parou ao lado do campo.
Dele desceu uma moça de cabelos longos e olhos flamejantes.
Com voz calma, pediu ajuda para trocar o pneu furado.
Por um instante, o jogo cessou.
Os homens se entreolharam, silenciosos, mas quem se aproximou foi Jorge — um homem negro, alto, de cabelos compridos.
Quando ele a viu, algo dentro dele se rompeu.
Como se uma voz antiga, enterrada na carne, despertasse.
Um instinto primitivo, misto de medo e desejo, ascendeu nele como febre.
E então ele começou a falar — palavras duras, quase blasfemas —
profecias nascidas do fundo escuro de si mesmo.
Falava como se fosse um mensageiro de algo maior,
exigindo que ela se rendesse,
que aceitasse uma submissão absurda, quase sagrada.
A tensão cresceu no ar.
Os outros observavam, sem saber se assistiam à loucura ou à revelação.
Então, Mariana — amiga de Jorge, que estava próxima — decidiu agir.
Sem dizer uma palavra, correu até o cercado onde sete cachorros estavam presos e abriu o portão.
Os animais dispararam, excitados e famintos, e avançaram com fúria.
O caos começou.
Gritos se misturaram ao barulho do metal e ao som seco dos corpos caindo.
Os cães devoravam carne e poeira, enquanto um cheiro espesso se erguia no ar — o cheiro do sangue.
Era o odor do caos.
Algo antigo e primitivo havia despertado.
Um motim — uma fúria coletiva, selvagem — tomava conta de todos.
Ninguém compreendia o que estava acontecendo,
mas todos, de alguma forma,
queriam um pedaço.
Mariana e as Sombras
Mariana tinha sete amigas.
Todas moravam na rua de cima —
exceto Júlia, que morava na rua de baixo.
Elas brincavam no parque toda sexta-feira, treze,
enquanto caminhavam sobre as águas,
imitando Jesus.
Certo dia, estavam distraídas,
brincando com as nuvens,
transformando-as em algodão.
Foi então que um homem passou
e ofereceu um sorvete.
Elas se entreolharam, confusas,
e se questionaram sobre aquilo:
quais sombras haveriam naquele homem?
E por que estaria ele tão comprometido
em realizá-las?
🇵🇹 Bombeiros Heróis Sem Capa 🇵🇹
Sirene na rua, o perigo dispara,
A vida em jogo, coragem não para.
Fumaça no ar, mas ele encara,
Onde ninguém fica, ele sempre encara.
No fogo avança, no medo é blindado,
O grito é alto, mas tá concentrado.
O povo recua, mas ele é chamado,
Salvar é missão, nunca é resultado.
[Refrão]
🚒 Bombeiro, herói sem capa,
🔥 No fogo, na água, coragem não se apaga.
🚒 Bombeiro, herói sem capa,
🔥 Na vida real, é quem segura a barra.
Do medo ele faz a fé que levanta,
No peito só força, na mente esperança.
Não quer medalha, nem fama que encanta,
A vida é missão, e missão não se cansa.
Guerreiros da rua, no topo da escada,
Anjos da noite, da tarde, da madrugada.
O mundo respeita, mas nunca se gaba,
No meio da chama, coragem não acaba.
[Refrão]
🚒 Bombeiro, herói sem capa,
🔥 No fogo, na água, coragem não se apaga.
🚒 Bombeiro, herói sem capa,
🔥 Na vida real, é quem segura a barra.
No jogo da vida não pede revanche,
Na queda segura, no abismo se lance.
Onde o medo domina, ele avança e não trava,
Herói verdadeiro... sem capa!
Preso em monólogos, rótulos, vou pra rua
e a vida nos cobrando respostas sem dar as perguntas.verdades são nuas e cruas.
Rotina ofuscando a retina que ainda brilha,
mas o brilho também é resistência, conduta e disciplina
.
Medos batem no peito como tambores,
e a coragem nasce no compasso,
Moldando amores e dores.
Cada cicatriz eu transformo em poesia,
Verso que ecoa, ferida que nos guia.
Caminhando sozinho por dentro dos meus pensamentos,
às vezes lento, mas sempre em movimento,
observo o tempo sempre correndo.
Acelerado, paro e conto até três, me acalmo,
mesmo no caos, busco a paz que torna alvo.
Buscando sempre a paz que me livra dos alarmes falsos.
Respiro fundo, guardo a brisa fria no peito,
mesmo em campo pequeno, chuto a bola meu jeito.
A cada batida, minhas rimas são espadas estilo esgrima,
a cada corte machuca, porém, também ensina.
Não desistir, persistir,
se seu sonho é grande você também precisa evoluir.
No ringue da vida não existe plateia,
suor no rosto é chama que clareia.
Cada queda ensina, cada dor constrói,
quem luta de verdade jamais se corrói.
Minha voz ergue muros, derruba mentiras vazias,
bloqueando sombras que iludem almas frias.
Cá entre nós, nunca estamos a sós,
quem ontem me ignorou, hoje implora minha voz.
Olho nos olhos, não fujo da briga,
verdade é flecha, mentira fadiga.
Quem hoje aponta, amanhã admira,
quem fecha a porta, um dia suplica a saída.
Eu não paro, eu insisto,
cada rima é fogo, cada verso é grito.
Do silêncio eu faço poesia,
das feridas sangram minha energia.
O Gato da Rua 15
Na calçada fria, número quinze, Mora um ser de pelo, com manhas e guinze. Não tem pedigree, nem lar aconchegante, É o Gato da Rua 15, o andarilho elegante.
Seus olhos de esmeralda, atentos e sagazes, Viram noites de estrelas, manhãs vorazes. Conhece cada fresta, cada portão fechado, Onde um afago, às vezes, é-lhe dado.
Esguio e ligeiro, em busca de um petisco, Desvia de carros, corre sem risco. Salta muros altos, some entre os quintais, Dono do seu tempo, livre de rituais.
Às vezes, um miado, manhoso e sutil, Pede por carinho, um gesto gentil. Mas logo se afasta, volta à sua postura, Um felino independente, de alma pura.
Testemunha silenciosa do ir e vir da gente, Seu reino é o asfalto, seu teto o crescente. O Gato da Rua 15, figura marcante, Um mistério felino, sempre errante.
Longe do seu querer
Na rua, que é caminho da sua casa, te vejo andar com passos leves,
pois sabe que eu estou logo atrás— mas ainda longe.
Seus passos ficam lentos,
na esperança de que eu, alguém tão sem coração, te alcance.
Depois de nove passos longos, você desiste,
já se cansa de me esperar.
Seu olhar cansado se vira na minha direção.
Já meus olhos não vão ao encontro dos seus;
a tristeza te destrói, com minha boca, que não chama pelo seu nome.
Quando entra na sua casa e a porta se fecha,
agora sou eu quem sofre: peço perdão
para você, que não pode ouvir,
e olho para lugares onde não posso te ver.
A paz é uma criança brincando na rua,
A violência é o adulto com fúria brutal.
Ambientes diferentes,
E o combate feito no lugar errado.
A Árvore Que Caiu na Rua de Olavo Bilac
Na esquina da Rua Olavo Bilac
morava uma árvore sem pressa.
Tinha quase meio século de existência,
galhos como braços de mãe,
sombra de abrigo,
e folhas que falavam com o vento
em língua de antigamente.
Os meninos a escalavam
como quem sobe a infância,
os velhos se encostavam nela
como quem repousa a memória.
Pardais faziam festa entre seus ramos,
e um sabiá cantava no fim da tarde,
pontualmente, como um sino natural.
Mas vieram os homens.
Sem nome, sem rosto.
Vieram à noite,
no dia 31 de dezembro de 2024,
quando a cidade brindava o novo ano
sem saber que perdia o que era eterno.
Vieram com motosserras
e um caminhão grande
para levar as galhadas
como quem apaga um traço da história.
Destruíam um legado inteiro
ambiental, urbanístico, afetivo
quando a polícia chegou.
Foi flagrante.
Foram presos.
Mas o crime já estava consumado.
A árvore símbolo de resistência,
de paz, de memória
jazia no chão.
Na rua que leva o nome de Bilac,
poeta da pátria e da civilidade,
a pátria verde tombou
sem discurso,
sem flor,
sem justiça.
As crianças acordaram sem sombra.
O sabiá partiu em silêncio.
E o novo ano nasceu mais seco,
mais quente, mais triste.
No lugar da árvore,
ficou o vazio
e uma placa: Estacionamento.
Se você não consegue prestigiar o que tem em casa;
Não bata palmas para o que você vê na rua.
Ao menos até você ter condições de enxergar beleza no que é seu e não apenas no que é dos outros.
O aposentado sai na rua e é assaltado; fica em casa e é roubado pelos ladrões do INSS. Que vida doida meu Deus!
Benê Morais
“Falo do que não vivo”
✍️ Valter Martins / Santo da Favela, o Poeta da Rua
Em meus poemas,
falo de cigarros que nunca acendi,
mas sinto a fumaça deles
entrando na alma.
Falo de bebidas que não bebo,
mas conheço o gosto amargo
de quem tenta afogar o que sente
no fundo de um copo imaginário.
Falo de lágrimas que não caem,
porque já chorei demais por dentro —
lá onde ninguém enxerga,
mas tudo dói.
Falo de amor,
mesmo sem saber amar,
porque o amor é isso:
tentar entender o fogo
sem nunca ter tocado a chama.
Escrevo pra não morrer calado,
pra dar nome ao vazio,
pra fazer das palavras
o abrigo que o mundo me negou.
E talvez seja isso o que me salva —
mentir em versos
pra dizer a mais pura verdade.
Menino de Sol e Vento
Num canto qualquer da rua encantada,
dançava um menino de alma dourada.
Cabelos cacheados, nuvem em espiral,
como se o vento pintasse um vendaval.
Olhos castanhos, cor de aconchego,
onde mora a calma e também o apego.
Brilham como tarde em fim de verão,
com o calor do mundo em seu coração.
Riso leve, quase cantiga,
voz pequena que o tempo abriga.
Passa entre folhas, corre com o chão,
como quem guarda segredos na mão.
Ele sonha alto, mesmo sem saber,
que em seu olhar há tanto por ver.
É feito esperança que não se desfaz,
menino de luz, de amor e de paz.
Cacheado de sonhos, castanho de céu,
carrega a ternura como um anel.
E onde passar, deixa poesia,
como quem vive pra ser alegria.
🎹 Direto Do Bairro 🇵🇹
[Refrão]
Do bairro pra frente, ninguém vai travar,
A rua é quente, aprende a jogar.
No corre diário pra poder avançar,
Aldoar no mapa — pronto pra rebentar.
Do bairro pra frente, a tropa a somar,
Quem fala demais não costuma ficar.
Vida ensinou-me a nunca recuar,
Aqui é real, sem nada pra mascarar.
Cresci no bloco onde o som nunca dorme,
Monto cenas na rua, a noite sempre enorme.
Miúdos no hustle, cada um na sua forma,
Aqui ou tu viras aço ou a vida te deforma.
A velha do rés-do-chão sabe tudo sem ver,
A esquina conhece quem tenta esconder.
Quem nasce na luta aprende a vencer,
Quem tenta ser falso é fácil de perceber.
Bairro pequeno, problema gigante,
A vida é corrida, ninguém é relaxante.
O tempo é curto, o foco é constante,
Eu vim da base pra me tornar relevante.
[Refrão]
Do bairro pra frente, ninguém vai travar,
A rua é quente, aprende a jogar.
No corre diário pra poder avançar,
Aldoar no mapa — pronto pra rebentar.
No meu bloco não existe estrela sem suor,
Não existe respeito sem mostrar o valor.
Aqui quem vacila fica preso na dor,
E quem se mantém firme vira vencedor.
No pátio, os putos a sonhar alto,
Uns querem música, outros querem salto.
A rua é escola, mas cobra com assalto,
E quem não tiver mente acaba no asfalto.
Nós vivemos rápido, a vida atropela,
Cada passo é pensado, cada rima é uma vela.
A luz tá acesa, a fé é aquela,
O trap é o fogo, a rua a panela.
[Refrão]
Do bairro pra frente, ninguém vai travar,
Aldoar no mapa — eles vão confirmar.
A nossa verdade é o que vai durar,
No bairro ou no topo, eu vou representar.
-
Na cama, ela sussurrava amor; na rua, cuspia veneno me embriagou de promessas e acordei com ressaca de solidão.”
ela fingia amor, eu queimava cigarros pra disfarçar a dor ela fingia amor, eu queimava cigarros pra disfarçar a dor.”
“Entre o amor e a traição, existe um gole de cachaça e uma mentira mal contada.”
— Valter Martins / Santo da Favela
Olha ela descendo a rua não que quem não nota
Ela é do palco e do palco da vida e ha quem não gosta
Quando vira as na esquina começa a fofoca...
Ela toma as rodas as falas mas é só falácias
Da pia
Do tanque
Da casa e dos filho ela pilota a vida
Não comanda mas controla aquilo que sai do coração
Na contra mão... sabe dizer não
Jardins Azuis
Sentada na calçada da rua
Ela desenha a giz canteiros no chão.
Traça rosas de paz e amor
para que os animais ,os velhos e as crianças
possam passear pelas pedras no caminho
sem nenhuma lágrima e dor .
No fundo ...
São sonhos guardados desde sua infância .
Seu corpo crescera ,mas em sua alma inda há
resquícios de esperança .
Ali ,silente e sozinha ...
Ela faz uma prece aos céus
pedindo alvoradas no mundo !
Repousa suas quimeras n'algum vento
em que possam soprar acalentos de brisa
por entre espinhos.
Sua alma tem sede de azuis e de
primaveras em repentes profundos.
Lá fora ,alguns nem se dão conta do frio,
dos vazios ,das guerras ,dos aflitos ...
Mas ela teima
em re-nascer a flor
em manhãs bonitas
em auroras de amor
em borboletas de paz
em jardins azuis
em pólens fecundos...
E assim ela faz todos os dias ...
Seu Pai nosso é um grito pela cura
no mundo!
Que linda beleza é a tua elegância,
na rua, tua passarela, teu andar é dança.
Teu charme arrasta olhares, provoca suspiros,
uma fonte de desejos, assombros e delírios.
Bruxa meiga, de voz doce e educada,
devastadora sensual, de alma encantada.
Aeroporto do amor, onde os sonhos pousam,
charmosa, simpática, pecadora que alforria as almas.
Acalantas os desejos mais devassos,
feiticeira linda, manjar dos abraços.
Tua presença é feitiço, tua beleza, furacão,
és poesia viva no palco da sedução.
