Poemas com Rimas de minha Rua
Mudanca vida afora,
Num ilimitado de ruas
Escuras
Rústicas,
Perdi livros,
O livro de mão em mão ,nasce.
O mesmo acontece com a vida!
Menino de rua
Estava ali tão só,
rodeado por gente,
tu eras um bicho,
um resto de gente.
Aprisionado em dores,
eras alvo inocente,
tu eras uma vítima,
da sociedade demente.
Eras um anjo coitado,
ninguém compreendia,
tu eras ser nocivo,
e mal nenhum fazia.
Jogado ao leu muito cedo,
com frio e fome sofria,
tu eras a escória infeliz,
que ninguém reconhecia.
Tua imagem, tristeza,
revelava muita dor,
tu eras mais uma vida,
que sem vida ficou.
TRAVESSO
"Quero um peito travesseiro, que cheire a capim-limão, em que se possa atravessar o mundo inteiro - ser onde sonho e faço de chão. Desejo que, qualquer planeta que orbite ao redor de mim, deixe o medo para o fim ou até que a lua volte. Subirei em minhas sobrancelhas para ver o meu amor passar naquela rua, até o gosto me vir à boca, e eu sorrir sem respirar. Pois, do ventre donde que saí, hoje há parreiras e vinho etílico. Preu - que sou travesso - já não o meu lugar."
Fabrício Hundou
GRITOS
Os gritos de milhões,
Sacode os alicerces da terra!
O grito da alma ensurdece a razão!
O grito da paixão, perturba o coração...
Os gritos da rua, desperta uma nação alheia.
Entretanto, na maioria das vezes,
Grita-se e ninguém ouve!
SAUDADES
Saudades...
Só o silêncio explica.
Pra solidão o peito parece pequeno;
A falta cala os argumentos...
Quando contar os dias;
É colecionar lágrimas.
DONOS DA VERDADE
Que sejam todos santos,
Que sejam corretos em seus atos,
Que sejam donos de suas verdades...
E defendam suas versões.
Que sejam obstinados,
Que sejam humanos evoluídos...
Talvez possuídos;
Eu quero ficar no meu canto,
Ser o dono das minhas culpas...
Quero ponderar as minhas lágrimas.
Render-me à minha consciência;
Viver a realidade do dia...
Alimentar nostalgia...
Quero ser o dono apenas de mim;
E às vezes, esconder-me do mundo.
MEUS CHOROS
Chorei, muitos foram os motivos;
Calei-me, quando não encontrei mais razão para chorar;
Chorar, sorrir...
Sempre vivi, o jeito de ser.
Tenho meu próprio jeito de viver.
Amar, sonhar...
Correr contra o tempo,
Um tempo curto
Para quem está feliz...
Ser feliz e viver, não se diz: Vive-se!
CHUVA NA CIDADE
Quando chove na cidade,
tudo fica alagado,
tem rua com tanta água,
que eu fico naufragado.
Troco carro por um barco,
pra ver se eu não encharco
e não fico ensopado.
MOTE: NA RUA DO ORIENTE TUDO ME FAZ REVIVER
UMA SAUDADE DE MENINO.
No anzol fisguei piaba no Acaraú.Em casa servia de almoço
Mamãe na cozinha fritava.Doze horas era aquele alvoroço
A rapadura nosso tira-gosto.Não sobrava pra ninguém
No fogão, o cuscuz bem quentinho.
Isso me fez amadurecer
NA RUA DO ORIENTE TUDO ME FAZ REVIVER
UMA SAUDADE DE MENINO.
Quando os postes se apagam
É quando os vizinhos saem de suas casas
Perguntam uns para os outros quando a luz volta
E enchem a rua dela
Vou mijar no poste da rua e está tudo bem
jogar lixo no chão e andar totalmente nú
andar de terno na chuva, abrir meu escritória sem esperar por ninguém
Vou viver feliz na rua de Raul
na cidade de Raul
Na rua de Raul
na cidade do além
Comer lixo com sabor de ketchup
jogar meus livros na rua pro mendigo ler
rasgar dinheiro e falar pra alguém I love you
viver na rua esperando um dia morrer
Vou viver feliz na rua de Raul
na cidade de Raul
Na rua de Raul
na cidade sem você.
E vou vivendo pra ninguém me conhecer
sou louco nesta rua, sozinho,
sozinho com vontade de te ver
Vou viver feliz na rua de Raul
na cidade de Raul
Na rua de Raul
esta cidade é uma rua sem você.
Ouço o grito da rua rouca
o brilho da loucura
essa mente muito louca
é a felicidade da doçura
Vou viver feliz na rua de Raul
na cidade de Raul
Na rua de Raul
na cidade com esta rua, de loucura
só nesta rua se cura!
#TARDE
Como a solidão sinto esse frio que me invade...
Severa e sem piedade...
Mergulho nessa tristeza profunda...
Que tão só minha alma conhece...
Nessa rua...
Na escuridão que se achega...
Só uma estrela no céu já anuncia...
O término de um longo dia...
Início de uma noite fria...
À sombra do esquecimento...
Meu universo se aflige...
Pranto em belos olhos derramados...
Só...
Abandonado...
Espírito de fogo em cristal aprisionado...
Alma que parece chama fria...
O que será dos meus amanhãs ?
Vivi realmente algum dia?
Oh Deus...
Dai alívio ao mal que estou gemendo...
Tão longe arrevoada de pássaros...
Nem eles...nem ninguém...
Só tu vê meu sofrimento...
Quero sonhar e dormir...
Voar, poder sentir...
Viver de esperança...
Não temer o que está por vir...
E entre os suspiros do vento...
Que eu possa sempre olhar...
E ser o meu maior segredo...
Infinitamente amar...
Transformando esse triste tempo...
Sandro Paschoal Nogueira
É melhor ficar atento aos lugares e as pessoas....
Que procurar sonhos...
Encontrando desilusões...
Na rua em que eu moro...
Pedras azuis...
Conhecem minha história...
Vivi ardis...
Testemunhas de minha trajetória...
Tudo aqui é um palco de emoções...
Pecados deliciosamente cometidos...
Sem arrependimentos...
Sem perder juízo...
Uma vida cheia de cores...
Valores...
Sabores...
De tudo um pouco...
Experimentei..
Com moderação...
Sem me perder...
Meus erros fazem parte da minha vida...
Errar também é um acerto...
Um jeito...
De melhorar...
Certeza sempre tive...
Carrego comigo essa idéia..
Manter a chama acesa...
Que nunca deve se apagar...
E na esperança que um dia tive...
Meus sonhos sempre irão se abrigar...
Ao homem é permitido...
Estender suas asas ao infinito...
A liberdade é plena...
Horizonte pode alcançar...
A mais bela estrela pode tocar...
Sonhar, viver, sentir...
Fazer seu destino...
Por aí...
Quando ama tudo transforma...
O fel vira mel...
As distâncias se encurtam...
Nasce então a Poesia...
Fazendo-se presente...
A alma sente...
Tormentas da vida perdem o sentido...
Não há perigo...
Em coração alheio...
Encontra abrigo...
As mãos entrelaçadas...
Antes distantes...
Agora alcançadas...
Fazem bater em uníssono ...
O coração partido...
Possuindo um sentido...
É tão bom sorrir...
E nos olhos do amor se ver...
Rosto enrusbescer...
Corpo tremer...
Ah...
Quero voltar a amar...
E tudo isso voltar a sentir...
Permita Deus que eu possa...
Antes de partir...
Deixando de sofrer...
Mais uma vez viver...
Sandro Paschoal Nogueira
— em
Conservatória Pousada Chic Chic Casa do Sandrinho
Silêncio (microconto)
Caminhava tarde da noite pela rua Aurora. Quando estava a uns três quarteirões de casa, ouvi um choro vindo de um beco escuro. Me aproximei, olhei em seus olhos, e então, tudo se silenciou.
Cansado de frieza recebeu o abraço da imensidão!
Por tantas noites mal dormidas, com fome, pavor, frio e na solidão.
Uma noite chuvosa entre tantas outras, mas essa continha um desespero voraz que lhe tomava a alma e o coração.
Na angústia e tentativa de fugir de seus pensamentos e sentidos, elege a bebida como companheira, irmã, amiga de todas as horas.
Deitou-se ao vento num sofrimento profundo em seu último leito embriagado de mundo.
A calçada fria e molhada tomou seu corpo frio e anestesiado pelo vício, esse mesmo vício que também lhe aquecia a carne mas não o livrou da solidão.
Apiedando-se desse grande e agora pequeno homem, recolheu seu sofrimento na imensidão.
Pela manhã seu corpo gélido e molhado pouco sendo notado pela multidão, sem comoção.
As vezes olhares curiosos ou até de inquisição, mas logo seguiam seu caminho e não sofriam.
Foi nesse momento que um pensamento sombrio e recorrente invadiu a minha mente.
Quando foi que deixamos de nos olhar a todos humanamente?
"Deus habita na simplicidade singela de quem vive com ela e para ela, colocando-a em ação, usando-a como trampolim para suprir as necessidades de quem realmente precisa."
(Pessoas que vivem na rua.)
16/03/2020
Quando eles venda a nossa visão
Fecha a nossa audição e paladar,
Tudo contribui para que ao longo
Do tempo a gente possa explodir.
Na rua somos incontroláveis.
Atualidade
Quanto mais vazia e calma
Mais ainda é perigosa a rua
(Isola). A bola na rua
Simplesmente a bola
E o asfalto,
Não há quem queira mostrar talento,
Não há quem queira jogar uma pelada,
Não há quem queira fazer pontinho,
Não há quem queira...
Casas com grade
(Já não basta ter medo da marginalidade,
Tem que ter medo de doença
Invisível), a rua nua e doentia,
A rua nua prostituída
Por quem se aproveita
Da situação alheia
Para lucrar (sistema podre -
Capitalista).
No mundo de crença,
Onde muitos colocam
Deus acima de tudo
E carrega por dentro
A falta de amor.
Há ser que mata mais
Que droga,
Quantas pessoas são assassinadas
Por ano?
Calamidade pública,
Pobre nem sempre tem vez.
Humano nem sempre é humano
(Desigualdade social
É desumano).
A sociedade feito a rua
A cada dia, nua, vazia, calma,
Doentia...
Rua toda torta, de velhas casas e muros,
janelas quebradas, musgo nos jardins,
quantas memórias em suas fachadas,
muitas das quais, tatuadas em mim
Minh''alma vaga de porta em porta,
meio perdida na companhia do vento,
sem bagagem, olhos e ouvidos abertos,
percebendo murmúrios antigos do tempo
Devo ter sido dessa rua, reconheço,
cada passo, cada sonho e realidades,
esperanças, lutas, desassossegos,
onde plantei sementes que se chamam saudade
Em 15/ 03/ 2.009
"Nossa responsabilidade com o Planeta não começa da porta da rua para fora, mas da porta da rua para dentro.
É em casa que se ensina e se aprende cuidado, respeito e gratidão com mundo em que vivemos."
Lori Damm
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