Poemas Anjos de Pijama Matilde Rosa Araujo
(...)Às vezes tudo é assim - antes do começo eu já vejo um fim. Não sei bem o porque mas às vezes eu sei o que você sente mesmo quando eu já nem sei realmente o que eu mesmo sinto.
(...)Ando, como em um sonho ébrio, perdido por entre florestas e labirintos - E assim eu vou andando... seguindo o meu instinto. Continuo sempre em frente Mesmo sabendo que não há ninguém me esperando....Mesmo sabendo que o meu tempo possa estar acabando. Sigo mesmo que lentamente sempre... sempre em frente.(...)
(...)Há momentos em que eu sinto vontade de correr para bem longe...onde ninguém possa me ver. Para um lugar tão distante onde eu possa me esconder. Correr... Correr sem parar ...para um lugar onde não veja ninguém passar.(...)
(...)E nesse caminho de frieza e espanto Eu luto,sangro,caio,levanto, grito,enlouqueço,perco-me, erro,minto... Caio novamente...e com muito esforço eu me arrasto - E quanto mais de ti eu me afasto ainda mais perto eu me sinto!...
(...)E quanto mais eu fujo desse jogo podre e sujo mais e mais eu quero me encontrar. E de repente tudo vai se distanciando, ficando sem cor,mudo... - E no final de tudo Só você é o meu lugar!...
(...)O meu coração que antes era um lar completo e também cheio de alegria - Agora, é apenas uma casa vazia...
(...)O poeta é tão forte que ele escreve sobre a dor,a alegria,o amor,a morte,o medo,o vazio e a solidão que em seu mundo vaga. - Pois ele é a verdade e a mentira escrita que nem mesmo o tempo apaga!
(...)O meu coração agora é só mais uma casa vazia perdida lá no fim da rua da solidão onde Ninguém passa por perto e se passa - não quer entrar! Ninguém mais vem até mim. Ninguém!...
(...)Abrigado debaixo das asas do meu inimigo estou seguro de todo e qualquer perigo. Eles não sabem mas agora eles estão sendo os meus melhores amigos.
Aproveita muito subir aos maiores empregos do Estado, para nos desenganarmos da sua vanglória e inanidade.
É por vezes mais fácil formar um partido do que ascender, pouco a pouco, à chefia de um outro já formado.
Enganamo-nos ordinariamente sobre a intensidade dos bens que esperamos, como sobre a violência dos males que tememos.
Desesperar na desgraça é desconhecer que os males confinam com os bens, e que se alternam ou se transformam.
O saber é riqueza, mas de qualidade tal que a podemos dissipar e desbaratar sem nunca empobrecermos.
