Poemas Anjos de Pijama Matilde Rosa Araujo
Turno à Janela do Apartamento
Silencioso cubo de treva:
um salto, e seria a morte.
Mas é apenas, sob o vento,
a integração da noite.
Nenhum pensamento de infância,
nem saudade nem vão propósito.
Somente a contemplação
de um mundo enorme e parado.
A soma da vida é nula.
Mas a vida tem tal poder:
na escuridão absoluta,
como líquido, circula.
Suicídio, riqueza ciência...
A alma severa se interroga
e logo se cala. E não sabe
se é noite, mar ou distância.
Triste farol da ilha rosa.
Acordo, levanto e agradeço a Deus
Por me da tudo que pedi e peço a ele...
Agradeço pela sua grande misericórdia, pelo seu amor,
Pela força que ele me da, agradeço pelo seu olhar,
Agradeço pela sua mão me mostrando a direção
Pra onde proceguir.
Agradeço pela minha família, pelos meus amigos,
Pela comida que está sobre a mesa,
Agradeço pelo seu carinho, por nunca me deixar sozinha
Mesmo quando eu mereço está.
Agradeço a ele pela vitória, por criar uma história envolvendo eu e você.
Agradeço por ter posto você no meu caminho,
Colocando um sorriso no meu rosto, dando-me alegria,
Disposição para enfrentar o que for, querendo o meu melhor.
Agradeço pela sua vida, por da a minha vida mais cor.
Sou como um papel e você a tinta e o Senhor o criador
Dessa obra prima.
P.S: Te amo
os cabelos de minha amada
novelo de Ariadne
me conduzem pela noite escura
pelos labirintos que me afligem
Parte, e tu verás
Parte, e tu verás
Como as coisas que eram, não são mais
E o amor dos que te esperam
Parece ter ficado para trás
E tudo o que te deram
Se desfaz.
Parte, e tu verás
Como se quedam mudos os que ficam
Como se petrificam
Os adeuses que ficaram a te acenar no cais
E como momento que passaram apenas
Parecem tempos imemoriais.
Parte, e tu verás
Como o que era real, resta impreciso
Como é preciso ir por onde vais
Com razão, sem razão, como é preciso
Que andes por onde estás.
Parte, e tu verás
Como insensivelmente esquecerás
Como a matéria de que é feito o tempo
Se esgarça, se dilui, se liquefaz
E qualquer novo sentimento
Te compraz.
Repara como um novo sofrimento
Te dá paz
Repara como vem o esquecimento
E como o justificas
E como mentes insensivelmente
Porque és, porque estás
Ah, eterno limite do presente
Ah, corpo, cárcere, onde faz
O amor que parte e sente
Saudade, e tenta, mas
Para viver, subitamente, mente
Que já não sabe mais
Vida, o presente; morte, o ausente -
Parte, e tu verás.
MEU TESTAMENTO
Quando percebi que tinha meus dias contados
Que minha vida, rapidamente, chegaria ao fim
Pensei fazer meu testamento.
Dei balanço em tudo que possuía
Contei casas, contei dinheiro
Meus livros-grande tesouro!
Meus ricos pertences,
Minhas antiguidades...
Depois... somei tudo,
E vi que tudo era nada!
Cacarecos sem valor.
Coisas inúteis e supérfluas,
Expostas às calamidades,
Aos riscos dos incêndios
E dos ladrões.
Para que testemunhar
Esses bens que se podem acabar
Que as traças podem roer
Ou o fogo devorar,
Se outros bens imperecíveis
Eu conseguí amealhar?
Senhor, Tu mesmo disseste
Que nenhum copo d'água
Dado ao meu irmão
Ficaria sem recompensa
No reino do Teu Pai!
Nos celeiros eternos
Vou procurar guardar
Outras riquezas
Não as da terra!
Meus filhos não herdarão de mim
Castelos,nem faendas,
Nem ricas propriedades...
Não deixarei ouro nem prata,
Nem dinheiro em caixas fortes...
Tudo é vaidade sobre a terra
Nada há que sempre dure...
Tudo, sem valorque me seduza.
Meu testamento é minha fé,
É minha esperança,
É todo meu amor!
Que meus filhos possam herdar de mim
Todo o bem dessa fé
Que foi a minha luz,
Mais clara e mais querida,
Dessa esperança que foi a minha força
Dessa caridade
Que me fez ver Deus
Em toda a natureza
Em todas as pessoas,
Em tudo que existe
E Dêle provém!
Caridade que é amor,
Amor que é vida!
CIGARRA
Diamante. Vidraça.
Arisca, áspera asa risca
o ar. E brilha. E passa.
CHUVA DE PRIMAVERA
Vê como se atraem
nos fios os pingos frios!
E juntam-se. E caem.
OUTUBRO
Cessou o aguaceiro.
Há bolhas novas nas folhas
do velho salgueiro.
O HAIKAI
Lava, escorre, agita
A areia. E, enfim, na bateia
Fica uma pepita.
NOTURNO
Na cidade, a lua:
a jóia branca que bóia
na lama da rua.
HORA DE TER SAUDADE
Houve aquele tempo...
(E agora, que a chuva chora,
ouve aquele tempo!)
OS ANDAIMES
Na gaiola cheia
(pedreiros e carpinteiros)
o dia gorjeia.
QUIRIRI
Calor. Nos tapetes
tranqüilos da noite, os grilos
fincam alfinetes.
Mesmo que fosse cego
e existirá mil caminhos a minha frente
te encotraria no fim de todos
pois todos os caminhos levam-nos
ao que mais precisamos.
Puxei um pequeno pedaço de papel
e o brilho, dispo-se a mim, ouvi um forte
tilintar que atravessou minha alma e minhas caras
começaram a tecer um breve poema.
Um suspiro, os sons, milhares de restingues me devolviam
as origens e eu insistia em buscar os meus restos, os rastros
do que não fui ou pelo menos não pude ser.
Quando já me encontrava voltado ao velho mundo de meus deuses
bastou apenas um vulto de consciência para as reais virtudes humanas
me trouxessem bruscamente ao meu eu, quando me vi...
pobre diabo, réu, vestindo a mesma mortalha, fruto de mim mesmo
que tive tudo, mas nunca encontrei um breve instante para me devolver
ao mundo de onde vim.
Por infindos momentos busco definir-me.
Afinal,quem sou?
Quem sabe a chuva que lança a areia no Saara, de Caetano?
Ou mesmo a mosca que pousou na sopa de Raul?
Sinto, por vezes, que sou eu mesmo o trocado por Pessoa...
E outras vezes, pareço a garça triste que mora na beira do rio, de Alves...
Seria eu o que deseja ficar no teu corpo feito tatuagem,
como Chico?
Não sei... Jamais saberei!
Precisaria de duas vidas de infindos momentos para,pelo menos, supor!
A liberdade é algo bom, mas pense;
Passarinho voa livre, e existe sempre uma águia a caçar
Se queres a liberdade, terás que ter alguém, e saber que sempre vai haver a águia a te esperar.
Não perca mais tempo, pois sempre depois de uma forte chuva, há sempre um nascer do sol e de noite, a lua vai brilhar,
Jesus, foi um carpinteiro, então pense:
é preciso sempre, criar suas pontes, para cruzar o rio, e uma ponte para o abismo, ele criou mais o mataram, e está vivo em nós até hoje,
Então, crie suas estradas de terra, para ultrapassar um forte riacho, crie uma ponte !,
Mais nunca, se feche uma porta por medo, ou alguém disse que não vale a pena, vá até ela, se sofrer, a vida continua, mais você irá olhar para trás e dizer,
Eu tentei !, Eu não desisti !, Fui até o fim ...
SEM AVISO PRÉVIO
No inicio foi incerto confuso
Não imaginava o quanto seria o impacto da minha dor,
Com sua partida.
Nossas almas estão ligadas
e uma despedida agora poderá fragmentar-las
É difícil dizer adeus,
enquanto minha vontade é ficar e te esperar.
Um grande vazio se instalou dentro de mim...
Não quero este adeus que me invade a alma.
Foi um momento importuno e ágora!
Peço-te que atenue a minha falta.
É tua culpa!
Inteiramente tua culpa
que me fizer-te amá-lo tanto assim.
E agora! se despedi sem aviso prévio?
Volta! Volta para mim.
"Hoje acordei cinza
Dentro de mim morava o desassossego
Morava a inquietude por algo que nunca vi
Acordei minhas pernas e sai em busca do nada
Passei por uma moça que fazia da rua sua casa e sua cama de pedra lhe aquecia do calor insuportável que me queimava a roupa.
Me sentia despido perto de tanta falta
Passei por algumas centenas de pés enquanto vagava por horas atrás do incerto
Pés esses que andavam depressa
Que sem dúvida eram mais rápidos que meus olhos
Pés descalços que se queimavam ao tocar na cama da moça de pedra.
Me senti invadindo um espaço que deveria ser de todos
Mas até ai a palavra dever já havia sido enterrada possivelmente bem longe daqui
Talvez em outro país
Mas eu nunca sai daqui
Parei no meio daquilo tudo e olhei pro céu
Não é que ele ainda estava lá
Ele era chuva, ele era como eu
Mas era cinza por fora enquanto assim era lá dentro de mim.
Será que longe ele ainda é azul?
Os canhões da cidade nunca vão nos deixar saber
Eles não deixam escolha, ser cinza já era obrigação
E não saber se ia chover já era normal
Essa sombra negra que se confundia as nuvens já era o que nos cercava a cabeça a tempos
Mas os pés eram rápidos demais pra enxergar.
Palmei meus ouvidos, me enrolei no meu corpo dormente, ainda de olhos trancados, e por um segundo descobri o que me inquietava
Lembrei o que me faltava
Era a paz, que a tempos não vinha nos visitar
E que possivelmente já havia ido embora
Junto com o dever
Junto com a moça
Junto com os pés
Junto com o céu
E junto com o meu sossego.
Agora vou procurar por esse lugar onde eles foram parar
E se um dia você quem os encontrar
Não me avise
Aproveite o que é quieto
Por que se eu os achar
Prefiro matar meu desassossego primeiro
Do que perder mais uma vez pra quem deles não sabe cuidar"
Mateus Ribeiro de Aquino
@mateusribeir0
"O dia mais belo: hoje
A coisa mais fácil: errar
O maior obstáculo: o medo
A pessoa mais perigosa: a mentirosa
O pior sentimento: o rancor
A raiz de todos os males: o egoísmo
O maior erro: o abandono
A distração mais bela: o trabalho
O pior defeito: o mau humor
A pior derrota: o desânimo
O melhor professor: as crianças
A felicidade mais duradoura: ser útil aos demais
A rota mais rápida: o caminho certo
A sensação mais agradável: a paz interior
O presente mais belo: o perdão
O mais imprescindível: o lar
A maior proteção: o abraço
O maior remédio: o otimismo
A maior satisfação: o dever cumprido
A força mais potente: a fé
As pessoas mais necessárias: os pais
A mais bela de todas as coisas: o amor!"
Intuo que a vida afetiva sobreviva sob as mesmas regras. Amores desfeitos são
como os resfriados. Num primeiro momento são agudos, doídos. Ficamos
prostrados, indispostos. Mas é só uma questão de paciência. Afetos também
carecem de repouso. Precisamos deixar que o movimento natural da vida venha
inflar novos ares dentro de nós. O tempo se empenha de ajeitar as coisas em seu
lugar. Pode acreditar. Este momento doloroso vai passar.
"Dizem que o amor machuca
Que o amor parte o coração
Que o amor magoa
Mas o que não sabem mesmo é que o amor
É tão incrível, que ninguém é capaz de descreve-lo"
Esses olhinhos curiosos de Jabuticaba,
Tem a alma pura,
Acredita no amor e no sorriso,
E no doce jeito de levar a vida,
Esses olhinhos curiosos de Jabuticaba,
Me enxerga da forma mais simples,
Se aconchega no peito e adormece,
E no meu abraço se senti acolhida,
Esses olhinhos curiosos de Jabuticaba,
Tem mais a ensinar do que a aprender,
Ensina que sobre todas as dificuldades,
Poderemos sobreviver,
E que a cada gesto de humanidade,
Temos muito a crescer .... Ah! Esses olhinhos curiosos de Jabuticaba,
Preenchem meu coração de amor,
E quando se fecham e enchem de lagrimas,
Aflora meu extinto desbravador,
E procuro em todas as palavras,
A te confortar da dor
cabelos ao vento
e ele brinca com meus sentimentos
esconde meus pensamentos
sacode meu coracao
me joga de um lado pro outro
"me faz de gato e sapato"
me tira da (des)ilusão
me coloca de pés no chão
depois de me virar do avesso
de me lançar no espaço
de me dar um abraço
quando toca meus ombros
me tira o peso das costas
me livra da negatividade
me traz uma suavidade
me acalma e tranquiliza
e eu vou serenando
ao amor me entregando
me deixando levar pelo sono
e aproveito e vou sonhando
e tentando realizá-los
na medida do possível
de uma maneira incrível
graças ao meu amor-próprio
à minha própria necessidade
e também à minha vontade
de ser cada vez
e cada dia mais feliz
com o que eu (não) tenho
de tudo o que se passa
bem diante do meu nariz
quando eu consigo olhar e observar
e que os meus cabelos não estejam a atrapalhar
a visão que sai dos olhos do meu coracao
e eu choro de emoção
porque me encontro em paz
com a minh'alma!!!
Entrei para dentro de mim.
Conheci minha própria escuridão.
Afoguei-me nos meus próprios sentimentos.
Meu coração palpitou.
Meu corpo estava coberto de suor frio.
Estava sentado vendo o chão sujo de pedaços de coração.
Tenho muitos amores guardados.
Um para cada olhar e sorriso seu.
Não cabe mais em mim o tudo
Que você me deu!
