Poemas Anjos de Pijama Matilde Rosa Araujo
Paro pra pensar, e penso, e percebo – o tempo não para, não para e vai, e as horas vêm, e vão, e os dias, os anos...
E se volta houvesse? Qual ponteiro que se ajusta, prende a hora, se atrasa ou se estanca no momento exato que se deseja?
A vida vai seguindo sempre em frente. Sem retorno, sem pausas, e segue, segue...
Então pergunto: E o que passou? O que já foi feito? Acabou? Não existe mais? Não fica nada ou estará lá, parado, estacionado, pairando nas ondas de energia acumulada nos tempos?
Estaremos lá, como estamos agora e estaremos depois? Ou só se existe no aqui, nesta hora e nada mais?
O que vem não se sabe, portanto nada é, não ainda. O que foi já não é, acabou. Sendo assim, só o agora existe, pois está no momento.
Mas o momento acaba, no minuto seguinte já é passado e não existe mais.
E aí? Como fica? O que é, o que não é, o que foi e o que será? Coisa estranha o tempo!
O que somos, já não seremos, o que fomos já não somos, o que seremos, não se sabe.
Estranho! E as horas vem e vão, os dias, os anos – e se volta houvesse?
Mila – 27/05/1994
Eterna espera. Espera-se tudo, por tudo há que se esperar.
E isso é ter esperança ou apenas não ter opção?
Espera-se para nascer, para que se nasça esperam!
Se tem fome espera para comer, espera ter sede para beber.
Espera crescer para aprender, espera aprender para crescer.
Espera o futuro trazer alegria, espera o passado apagar a triteza.
Espera encontrar o caminho, espera o sucesso chegar, espera encontrar o amor.
Espera o filho nascer, espera crescer, espera voltar da escola, espera chegar do trabalho.
Espera o marido que demora, espera o rajar do dia, espera que brilhe o sol, que pare a chuva, que acabe a guerra.
Espera encontrar o rumo, espera acertar na escolha, espera ser reconhecido, espera ser respeitado.
Espera o ônibus, a conta, o salário, o novo ano, o carro novo, espera tando na vida, e esta nada espera, apenas passa, e segue, e vai.
E assim já nada mais se espera – além nos esperam – talvez para explicar o porquê de tanta espera...
Mila
Maio/1994
Amanhece...
Vão sumindo no céu as estrelinhas que sonolentas se recolhem.
Seguindo-as vai a Lua arrastando seu manto prateado.
O véu negro da noite se abre, deixando escapar raiozinhos de sol, que com sua luz dourada tudo iluminarão, assim que o céu de todo se abrir.
Os primeiros galos cantam, anunciando o belo dia que começa, os pássaros iniciam seus passeios, flores orvalhadas desabrocham, fazendo cair de suas pétalas as gotas que parecem pedras preciosas a rolar de seus estojos, e a sinfonia maravilhosa da vida começa a fazer-se ouvir.
As luzes da cidade se apagam, os transeuntes já se movimentam nas ruas, novos pássaros seguem os primeiros, em busca de alimento, as flores já de todo despertas, enfeitam os jardins com sua beleza incomparável, e então, como num passe de mágica, o céu, talvez com inveja da beleza que vê, se enfeita de brancas nuvens e veste-se de azul com raios de ouro do sol que nos sorri.
E tudo é tão lindo, e a tudo olho, procurando a luz, que sei existir, mas que para mim já não brilha. E então, como num sonho que se acorda e estremece, olho em volta só vendo escuridão, pois para mim que sou só jamais amanhece ...
R.E
21-2-63
Pare! Não vá!
Fique!
Volte... Estou esperando...
Estarei aqui.
Mas não demore, senão...
Poderá ser tarde demais...
PCAR - 1988
Ah! Nunca morrer sem conhecê-lo, pois
Morte seria sem glória, dolorida,
Oh! Horrível eternamente ver a felicidade
Risos alegres do amor, e estar só na vida...
R.E.
Julho de 1968
Afeição tão sublime
Mãos a se acariciar
Onde o coração repousa feliz
Rindo até mesmo do chorar
R.E.
Agosto de 1967
Uma utopia
Como um olhar de criança.
Como é difícil por em palavras isentas os pensamentos.
Os pensamentos voam, loucamente, a mão é lenta demais para conseguir acompanhar o ritmo.
Sentir a intensidade do sentimento do outro junto ao seu. Passar o seu sentimento para que ele sinta junto ao dele.
Mila – rascunho sem data
O azul do céu, o por do sol.
O silêncio de um olhar, a calma do respirar.
O medo de amar, a decepção de partir.
Sorrir e chorar, tocar e sentir.
Ver, viver e sofrer.
Com todas as forças,feliz ser!
PCAR - 1991
Tema
Dá-me um tema para que uma redação eu faça.
Por simples que seja, ou difícil se quiseres, mas dizei-me um ao menos para que inspiração eu tenha.
Falai amor – e quando poderei escrever pois tão grande é o significado da palavra quanto as frases que inspira.
Felicidade! Pede que eu faça algo sobre o tema e belas coisas ouvirás.
Mas se alegre não estás, questão não faço, que triste seja a escolha. Que recaia no infinito de uma lágrima de saudade, de dor... que poemas poderiam ser feitos dessa pequenina gota reluzente!
Mas enfim tanto pedi, e supliquei, e tu não me quiseste ouvir.
Sem inspiração fiquei, escrever não pude, minha pena quedou-se tristonha e muda e a cismar fiquei – o tema não encontrei.
RE 1969
Quanto tempo aqui perdido, quantas lágrimas a derramar.
O coração sofre, ferido, pois que tu não quiseste me amar.
Rosa Emília
02/10/1969
Vida
Sou, não sou.
Talvez seja, ou não?!
Quem sabe, se eu não sei?
Caio, mas levanto!
Choro, ou não?!
Quem sabe, tudo depende.
Vôo, fico no chão.
Talvez sim, talvez não.
Quem sabe, se eu não sei?
Um dia sofri, calei, guardei...
Algo me feriu profundamente e com um choro aliviei.
Quando percebi não vivi, sonhei.
Na corrida da vida,
As consequências ensinam,
As imprudências desanimam,
Visto que a vida é feita de experiências!
PCAR - 1988
Olhar para frente, ter esperança, não ficar só pensando no passado e viver de lembrança, querer encontrar um caminho, ir à luta, tentar com coragem, abrir espaços, olhar para a vida com amor e alegria, conseguir ver a beleza, não se entregar às tristezas. Ter garra para enfrentar os desafios sem permitir que o material suplante o espiritual, procurar sempre enxergar com os olhos da mente, pois esta é muito forte, enquanto a parte física é frágil.
Se conseguirmos impor ao nosso ser mental toda a nossa grandeza, todo o nosso potencial acumulado em anos de energia, poderemos ser totais, libertos de nossos medos, livres de todos traumas, completos na nossa união, corpo e alma, sem nada a nos limitar!
É difícil, muito difícil conseguir essa unidade total e absoluta. Mas temos que ao menos tentar alcançá-la.
Exige muita concentração, esforço, vontade. Há de ter eterna persistência e tenacidade.
Mas o retorno será tão gratificante que terá valido a pena!
Mila
Maio/1994
Bem-te-vi, Uirapuru, Pardal.
Aves. Sempre belas aves. Emitem sons puros e calmos.
No verde do mato, no laranja do sol, no azul do céu, no puro do ar. Tudo me lembra um lugar.
Um lugar onde tudo pode haver, onde posso ser.
Com todas as forças, ser EU MESMA!
PCAR - 1991
Um planeta negro se aqueceu. Virou fogo, ardeu, queimou.
Em sua vermelhidão feroz emanou calor, explodiu!
Dele nasceu um amor avassaldor que ardeu, queimou, explodiu.
E assim nasceu um ser. Único e verdadeiro.
Você!
Priscilla de Carvalho Avelaira Rosa
EQUILÍBRIO.
Nem muito, nem pouco.
Elo de ligação entre tudo e nada.
EQUILÍBRIO para não exagerar na gordura e depois chorar ao subir na balança. EQUILÍBRIO para não comer menos do que o necessário e ficar abaixo do peso. O importante é ter SAÚDE.
EQUILÍBRIO para não exagerar na atividade física e ficar impedido de praticar. EQUILÍBRIO que permita conseguir através da atividade física, força, coordenação motora, elasticidade e condição cardiorrespiratória suficientes para envelhecer bem. Sem dores, reclamações ou invalidez permanente.
EQUILÍBRIO no relacionamento com o próximo. O que dirige mal, o porco, o que não respeita leis, ou faz diferente do considerado correto. Gritar, estressar, berrar, buzinar, xingar farão apenas o coração disparar, e os malefícios serão sentidos com o tempo. EQUILÍBRIO para, no mínimo atuar com respeito e não brigar.
EQUILÍBRIO para trocar experiências. Ensinar as boas e aprender com o bom exemplo dos outros.
EQUILÍBRIO para descobrir o sentido verdadeiro do AMOR. Que não torna ninguém dono de ninguém, pelo contrário, ensina respeitar, libertar, ouvir, aprender, conhecer.
Aproxima almas puras para conviver em EQUILÍBRIO.
Priscilla C. A. Rosa 17fev2012
Vejo potes de ouro no fim do arco-íris
Escorrego meus dedos para alcança-los
Perco o equilíbrio e caio no infinito do céu
O vento desmancha meus cabelos
Enquanto voo pela imensidão azul
Embriagada pela imortalidade
Abro os olhos extasiada
Deleito da relva verde e viva
Abraçando-me contente
Moedas de ouro chovem em abundância
Mas das minhas mãos resvalam
Transformando-se em acácias.
Procuro a felicidade
Mas creio já ter encontrado?
No fundo de meu coração?
(Priscilla de Carvalho Avelaira Rosa – 07/11/2013)
Uma real que ninguém mandou ainda:
para de ser hipócrita e superficial, pq isso só vai te tornar um lixo!
e é um daqueles q nem dá pra reciclar.
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