Poemas Anjos de Pijama Matilde Rosa Araujo
A ASSASSINADA ALAMEDA DA PAZ
Uma estreita faixa de terra
É a senha para uma insana
E sangrenta guerra.
Uma estreita faixa de terra
Apreende, fustiga, coagula
Dois infinitos Rios opulentos de cultura
Que o ódio segrega, fere, lancina, macula!
Uma estreita faixa de terra
Transmuda antigas presas
De dantescas, hediondas
E gasosas sepulturas
Em magos da fotossíntese da era medúsica.
Uma estreita faixa de terra
Operou uma metamorfose:
Comutou a telúrica pátria,
Vestida da indumentária da vangloria,
Em destinos errantes
Ou velada, curda, insone cercania,
Povo sem nenhuma alvenaria!
Uma estreita faixa de terra,
Ao criar diretrizes, dínamos, vetores para o caos,
Fez de desesperados e raivosos apátridas
Guerrilhas que veem, na religião
Ou na provocada morte,
A mais poderosa e oportuna locomotiva
Para o lucrativo bélico lob.
Uma estreita faixa de terra
Um lugar onde a flora do respeito não prospera
Uma seara em que há pretéritas eras morrera o trigo da razão
Uma plaga adorada, filha do Meso-Oriente Tapete-Sultão,
Onde o dogma do ódio soberanamente impera, é eterno furacão!
PRECISAMOS É SEMEAR E COLHER
O PERPÉTUO JARDIM DA LIBERDADE
Que assome e refulja,
De novo e para sempre,
Sobre o nosso lúgubre
Firmamento deverasmente flagelado e doente,
O sol que nos recobre
A ametística lucidez perene:
Esta, confinada no calabouço
Da também presidiária mente,
Fica sofrendo inócua e impotente.
Ah, mas sequiosamente espero
Que ele consiga suplantar e aniquilar
As onipotentes, as gigantescas
Muralhas soníferas que o hibernam na caverna
Da moleza, do dissabor, da misantropia
Para poder trazer consigo
A preciosa chave da salvadora e onisciente epifania:
A consciência de que somos a metamorfose contínua,
A fluência e a ígnea força coletiva,
A fonte e o magno centro
Da gravitacional energia pensativa!
Retesemos a idoneidade
De dizermos não á sujeição:
Tornemo-la incoercível!
Façamos a Revolução
Contra a capital sedução:
Sejamos do anel da vontade
Dignos!
Deponhamos as Metrópoles
Do sólio da tirania,
Depois, arruinemos a própria tirania
E os destruamos com o Cetro
Da Augusta, Indômita e Lídima Ventania!
Ostentemos o valor e o imensurável estadão
Da sofrida maioria:
Sejamos o Popular Poder Indestrutível!
Erijamos infinitas cordilheiras da inexorável honestidade
E de vácuo do ego insuflado
Que funcionem como a Andrômeda dos Exílios:
Remetamos para lá
A Asquerosa Banda Podre dos Políticos!
Não feneçamos mais no mental pelourinho eterno dos cativos:
Tomemos, Componhamos, Orquestremos, Rejamos
A Música que, Imperiosa, controla
As rédeas do nosso Pégaso-Destino.
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
O Idiota Do Amor
Esse coração volátil e incoerente
carente, doente e desistente
Foi corrompido pelo amor
demônio de mil faces oblíquas
Fica besta de uma maneira mórbida
chega dar compaixão, doentio
Ele não sabe o que faz, coitado
Insalubre não sabe o que faz
Sabias tu, que se não existisse
faria muitos felizes?
Felicidade não depende de você
faz dos seres capachos da vida
Você é o parvo que mais me apovora!
A EXPEDIÇÃO DA PALAVRA
O engendro engendra a pedra
A pedra pedra a escolha
A escolha escolhe a relva
A relva relva a aventura
A aventura aventura-se na caverna
A caverna caverna o quadraçal
O quadraçal quadraça o granito
O granito granita o alimento da História, o desconhecido
O desconhecido desconhece o ódio contra o desejo
O desejo deseja o idílio
O idílio idilia o clarão
O clarão clareia a vitória da irmanação
A irmanação irmana-se á celebração
A celebração celebra a desgraça
A desgraça desgraça a solitária
A solitária solitaria a miséria
A miséria miseria o esquife
O esquife esquifia a opressão
A opressão oprime a tranca
A tranca tranca a paixão
A paixão apaixona-se pelo tecer do cérebro
O cérebro cerebra o criatório da mente
O criatório cria a chama
A chama chama a mão
A mão manipula a caneta
A caneta caneta a mágica
A mágica chamada PALAVRA.
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
A ESPORÁDICA MAJESTADE DO INCOMUM
Há dias que a retina não controla
A projeção de imagens.
Há dias que a urina infunde
Á leve menção do simples laivo da vontade.
Há dias que a doce e inócua brisa
Escalavra cruelmente a face.
Há dias que a noite
É contínua manhã incólume: a aderente Paisagem!
Há dias que a Escuridão é a alameda
Onde reside a foz de toda a universal verdade.
Há dias que o dia
Aparenta ser fluxos e refluxos de miragem.
Há dias que o Poema
É o mais etéreo plenilúnio da Vacuidade
Há dias que a latitude e a lembrança
São o mais edaz epicentro da saudade.
Há dias que o ser concreto
São os sortilégios de Mérlin, Iemanjá,
Baco, Amon-Rá e o Hades.
Há dias que o Poeta
É corpo sem Verve, a terra sem Verbo: A Vácua Viagem!
Há dias que a guerra
Sucumbe ao sopro do vento da Amizade.
Há dias que a Porta
Não é uma mera passagem.
Há dias que o sofrido povo
Não é miríade e sim, O Principal Personagem.
Há dias que a Poesia sonha
O sonho de ser o Graal da IGUALDADE!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
O tempo passa para aqueles que estão parados
O tempo é o remédio daqueles que estão em ação
O tempo é a certeza daqueles que vivem com amor
O tempo é a lembranção daquilo que passou
O tempo é a recordação dos momentos felizes
O tempo é aquele que a gente faz,
De alegrias ou de tristeza
A NÉVOA DE PANDORA
Assentadas na colina pênsil sobre a selva de pedra,
Pessoas lançam seu olhar ao firmamento
E veem numa marcha frenética
Se aproximar delas a sádica névoa do tormento.
Os olhos transidos,
Como a injetar um ânimo febril no cérebro,
Esquadrinham particularíssimas congostas
Onde sabem que afloram escaninhos seguramente sombrios.
Alheia a tal ardil,
A névoa desprende de si
Diminutos cilindros de chumbo que descerram
Escarlates cataratas sem calma ou fecundam
Sementes, flores, florestas, floras do crepúsculo.
Quão, quantos
Cristais, Pérolas, Seivas potencialmente producentes
Que não serão
Carmelas, fulgurantes Auroras, Auréolas,
Diamantes de lume pungente, A Ébana Florescência mais Bela...!
No entanto, em vez disso,
Ela evoca tétricas noites diurnas
Que transformam airosas rosas betúmicas
E açucênicas aquarelas européia-iorubânicas
Em cálidas sepulturas.
Finalmente,
É assim a jacarandânica câmara de gás contemporânea...
É assim a aura da vil-metálica chama...
É assim que caminha a extrordinária e magnânima civilização humana!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
ANABIOSE DA PAIXÃO
Enquanto ergue-se em mim
Um monólito de bem-querência á solidão,
Lá fora a rua é quase calmaria
Pois o rádio ---- ainda que
Ligado ---
Ajuda a compor o quadro
Do augusto mutismo altruísta, sereno,
Sábia atmosfera de reflexão recrudescendo.
Após tantas e tantas esperas
Pela ignescente e fulgurosa
Aurora boreal, sem
Que houvesse uma sequer
Negativa ou positiva resposta,
Apaguei a chama da esperança:
Cerrei-lhe a porta!
Preferi o porto seguro do vácuo
A prosseguir contumaz
Em minhas andanças
De exitoso náufrago.
Porém a voz da minha consciência
Diz que é cedo demais
Para eu relaxar,
Me deixar entregar ao embalo
Dos hartos e meigos braços
Do réquiem do apaziguamento
No mar da expansão engolfado.
A bem da verdade,
Ela me alerta:
Diz a mim que o náufrago
Não se dirigiu ás estâncias
Do reino do Morfeu perpétuo.
Não,
Ela me diz que ele escapou
Das garras do limbo da letargia eterna
No momento em que minha visão-caminho
Singrou o caminho da jóia
Divagativamente
Ametista-Névoa
Que no meu jardim aflorou áquela hora.
Sim, um copo-de-leite roxo
Libertou-me, de novo,
Do cárcere da benfazeja embriaguez voluntária.
Sim, um copo-de-leite roxo foi o suficiente
Para revelar que o crepúsculo
Definitivo da chama, na verdade,
Era o ouropel da morte:
O coma, o coma!
Ah, mais que dolente engodo:
Agora é que descubro
Que meu monólito de bem-querência á solidão
É um dantesco absurdo!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
Atchin!!!Meu Deus do céu, hoje vai ser mais um dia daqueles. Já tem algum tempo que sofro da maldita rinite.
Às vezes sem mais nem menos, começa a vir uma coceira que passa dos olhos ao rosto e dai para o céu da boca e tudo isso se transforma em uma agonia sem igual.
Até que começam os espirros, e como me aliviam. E por falar nisso, como é estranho o estilo que cada um tem de emitir sons ao espirrar. O como são únicos, às vezes são até cômicos, por que não?
Aqui mesmo onde trabalho tem um cara de um espirro, no mínimo curioso, pra não dizer bizarro. O camarada ao espirrar solta um sonoro e prolongado 'iiiii', isso mesmo ele espirra com ao som da vogal i. Como nos tele atendimentos da vida i de Igreja.
Tem também o espirro com nome de uma escola de inglês, "Skiiiill". Agora o som mais normal, se é que existe um som normal de espirro, coitado é o que mais sofre variações, uns gritam, outros tentam esconder, difícil mesmo é definir qual seria o som correto de um espirro.
Ou melhor, porque fazemos barulho ao espirrar, agora me ocorreu uma duvida, nunca vi um surdo/mudo espirrar. Ou será que vi e não percebi? Ou eles não emitem sons ao espirrarem?
Agora já não sei, vou ficar com essa duvida por enquanto. Desculpem, vou parar de escrever agora porque estou a ponto de...de.....Atchin!!!
O passado é história;
O futuro é mistério;
e hoje é uma dádiva, por isso que é chamado de presente!
Revivemos no presente os belos momentos de nossas vidas. gravados em fotos vídeos ou nas nossas lembranças.
Porque as lembranças são como fotos, podem ser guardadas, mas não podem ser mudadas, e como eu, poderei reviver estas lembranças, se eu não recebo de você aquelas maravilhosas fotos de uma noite inesquecível, gravadas em lindas imagens digitalizadas.
Sem você, a vida passa devagar
Sem você esqueço de respira
Sem você o silêncio vive
Sem você esqueço até quem eu sou
Porque favor, volta e me ensine novamente a respirar.
O RELICÁRIO DE VIVÊNCIAS
Ao pé da colina das Esmeraldas desvanecidas,
Contemplo o fluxo oceânico
De Sáfaras, Opalas, Ametistas, Safiras, Jades, Pérolas e Turmalinas
Fluir infrenemente em direção
A uma enigmática neblina.
Como que insólita
E miraculosamente
Minha humilde perspectiva
Abissalmente se amplifica:
Enxergo, de forma nítida,
No âmago da densa e calma
Massa gasosa de naftalina,
A sorumbática chegada,
A horrenda masmorra,
O aterrador cadafalso,
A lancinante calmaria,
A iminente, ineludível e fatal partida.
Então sôfrego
Para que as aquarelas,
Auroras, auréolas
E noites da etérea primavera
Refluam-me novamente
Ao córtex de um niilista sem cura,
Vou ao encontro da cordilheira
Das minhas chagas abertas e devolutas
Pois suplantam toda ou qualquer agrimensura.
Ah, na verdade,
Como eu gostaria de que estas lembranças
Rapidamente se dissolvessem igual a gelo
Sob o efeito do inclemente sol do Saara.
No entanto é uma leda vã ilusão sádica:
elas agem conforme fossem Antártida intacta!
partida a flecha da retaguarda corda á meia viagem entre o arco e a pomba almejada,
pode acaso a mão do caçador deter, arrependida
a desfechada morte?
CANTO DO SER SEM AURORA E ALVORADA
Um rio agônico que deságua
O ocaso emanando dos moribundos olhos que derramam lágrimas
A cordilheira que se metamorfoseia em cinzas de montanha
A espera impressa e circunscrita na hirta parede da lembrança
O estro que tomba ante o eclipse total da esperança
A criança que dorme, morre e não sonha
O bardo que é maninho pasto, desrepasto, marasmo, secura, insônia
Insânia!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
Eu ando meio só
nessas estradas Surdas e mudas.
seguindo a direção do vento
que sempre me leva a lugar nenhum.
e entao eu volto.
e encontro de novo o porto da solidao!!
sempre tomo um navio fantasma
e navego na imensdao de um vazio,
esperando a cada momento
me ver de frente com outro navio
e a maré cada vez mais alta;
e o que me resta é só o vazio e frio!
Meu coração esfria, e o meu amor adormece.
mElhor se nao fosse assim.
minha alma vai pro fundo do meu eu
e eu,sem DIreção,
volto pro meu começo que é o fim;
No imenso do vazio e dessa escuridao.
Cenários
Por tanto tempo me enganei
Em personagens me escondi
Montei cenários, fui ator
Fui me tornando um perdedor
Quando de mim eu me perdi
Mas de repente eu pude ouvir
A tua voz chamar por mim
Me convencendo a regressar
Reassumir o meu lugar
Reconquistando o que perdi
Coração acelerado
Sempre pronto pra mentir
Na surpresa de um olhar se perde
E perdido vira presa fácil
Pra que Deus o leve pela vida
Em seus braços
Por mais que eu procure noutras praças
Noutros rastros, direções
Por mais que eu procure noutros olhos
A coragem pra não desistir
Somente o amor de Deus me faz
Ser eu mesmo sem precisar mentir
Só ele me mostra o sempre oculto
Das virtudes que estão em mim
Que as tramas da farsa se destramem
E que a verdade acenda sua luz
E se desfaçam todos os cenários
Não quero a vida pra fazer ensaio
Quero viver como se fosse hoje
O último dia
Que se dissolva toda fantasia
Não quero a máscara da hipocrisia
E que ao final de tudo o grande aplauso
Seja pra vida
E que ao final de tudo o grande aplauso
Seja pra vida
De que te serve o teu mundo interior que desconheces?
Talvez matando-te, o conheças finalmente...
Talvez acabando, comeces...
Só por hoje
Só por hoje vou tentar te esquecer,vou busca outro horizonte e ver além do que meus olhos podem ver.
Só por hoje vou curar meu coração,deixa-lo pulsar calmo,livrar-me da afrição,fingir para mim mesmo que você nunca existiu.
Só por hoje vou busca dentro de mim a exuberância de um passaro,ser livre,voar e conheçer outros sentimentos,onde não caibam arrependimentos,quero ar para respirar as cores azul do ceú ,com asas contorna o sol,eluminando mer ser,puro,leve,trasnparente,sem medo nem ressentimentos.
Só hoje quero ver o mundo do alto,ultrapassar os obstaculos e não olhar para trás.
VIDA E ARTE.
A vida faz a arte,
A arte mostra a vida,
Vida que nem sempre é forte,
Às vezes nem é da sorte.
Mas a vida é a arte,
E dela se pode achar,
Que depois de um tempo chuvoso,
O sol sempre volta a brilhar.
A arte da vida nos faz arriscar,
E crer no amanhã,
Há!Com sorte,
Há de ter sorte,
Tudo vai melhorar.
E pra gente que vive da arte,
Vai saber decantar a vida,
Vai perceber e notar,
O arco-íris,a colibri,a juriti,e o sabiá.
E que a vida é feita de arte,
Um dia aqui...
Um dia ali...
Outro acolá.
Vida e arte,
Juntas,
Mãos dadas,
Ciente,
Consciente...
Sente...
Que a arte imita a vida,
Que a vida vive de arte.
Bate...
É um elo,
Quebra o gelo,
Arde fogo...
Segue...
Avança sinal,
Salta muralhas,
Destroi barreiras...
A vida pra quem faz "Arte"
É vida em toda parte.
Mesmo que um dia é de chuva...
Mesmo que a luta é de morte...
Vida...Vida...Vida e "Arte"
(Direitos Reservados)
HORIZONTES.
Quantas vezes abro a janela,
E pergunto o que olhar?
O que ver?Sei lá porquê?
É que o horizonte parece distante.
Não vivo do ontem,
É que do ontem,
Tenho tão pouco a lembrar.
É que do ontem,
Não quero falar,
É que o ontem,
Só me fez chorar.
Lembro de ti,
De quando sorrias pra mim,
De quando eu morava,
Bem perto,
Dentro de ti.
Abro a Janela,
E não tenho o que ver,
Não que não haja horizonte,
É que quando a abro,
Só busco você,
E você está longe,
Distante.
Impossível será avistá-la,
Da janela que abro,
É que abro a janela,
Do meu coração,
E à minha vista,
Não vejo você,
Porque está ausente,
Distante,
Porque também não me vê.
(Direitos Autorais Reservados)