Poema sobre a Seca
FÉ!
Naquela seca que ardia
não crescia a plantação
e o meu coração partia
por deixar minha região
se Deus permitir um dia
eu volto pro meu sertão.
Emoldurada pelo tempo
A folha caduca
Dos trabalhos da escola
Ficou seca,
Presa às memórias dos dedos enrugados pela cola.
Mochila velha vazia
Boca seca e uma obra toda pra acabar.
Escapulário enosado
Da mãe que mandou o filho rezar
Espírito de menino na terceira série
Lento nas contas, inerte na tábula
Olhar distante do quadro, virado pra janela
Sem a vontade de ninguém
Pé que afunda na beira da praia
Correndo pra longe do povo, que ocupa toda a areia
Deixaram todo o mar
Pra quem não sabe nadar
Santo chamado na desgraça e esquecido na prece
Deixado de fora do altar
De um nome gritado e lançado
A padroeiro do vazio
Rosto cansado do eterno aguardo
Nunca soube o que era, mas sempre esteve pronto
Pronto.
Pra alguém que pediu a permissão e nunca quis entrar.
Uma folha seca, de uma árvore qualquer, causa pouca ou nenhuma admiração à contemplação da maioria; ( e até de nós mesmos, os contemplativos por excelência!) Mas vede com que admiração quase, senão todos mesmos, vêem como que uma beleza superior e insólita, numa pintura surreal dessa mesma folha, que é a representação da folha Natural ( original)!!! É bem verdade que essa sensação estranha de contemplar, faça com que se pense que a arte é superior a Natureza quando, na realidade, a arte, apenas nada mais é, que sua representação.
E foi com acerto que bem se expressara o Imperador-Filósofo Marco Aurélio, nestes termos: <a natureza não pode ser inferior a arte. As artes nada mais são que reproduções da natureza. Então, a natureza, que é a mais perfeita e abrangente de todos, não pode ser inferior a melhor habilidade artística>.
Às 11h28 in 07.11.2023
MARCAS!
O povo aqui tem raiz
e honra a roupa que veste
mesmo na seca é feliz
e ama ser do nordeste
quem não possui cicatriz
nunca fez nada que preste.
E se o amor que se perdeu não tiver acabado?
E se onde parecia terra seca, raízes profundas ainda viverem?
Nada é certo. Não há o que dizer, a vida seguiu, os anos passaram, destinos foram traçados.
A mim e meu coração cabe esperar, que em uma dessas muitas voltas da vida uma resposta venha nos encontrar.
Tranquila buscava atravessar uma campina seca e extensa e sentia apenas a serenidade de um vento morno e de mato seco...
E assim, desavisada, me bateu um vento forte, o coração estremeceu com toda a possibilidade de tempestade e aquele vento tocou música em meu coração, mas recuei...
Recuei diante de toda possibilidade e vontade porque bem sei que tempestades deixam suas marcas, deixam destroços e saí da campina que por um instante já não era mais seca e fui embora deixando os ventos fortes que me balançaram tão vigorosamente...
E ainda agora, fechando os olhos posso sentir uma leve brisa que aquele vento impetuoso deixou...
VORAZ.
O nordeste ainda chora
pela seca que consome
fere mais que a espora
da palma que ele come
entre a dor e a devora
a esperança é a escora
que alimenta a sua fome.
Mal sabe o tempo no estio,
quando a seca em tudo avança,
que em minha alma corre um rio
que eu batizei de "Esperança"!!
Os pingos da chuva são músicas
A terra seca festeja
Fica alegre, esbanjando beleza
Dando frutos de presente
Obrigada natureza.
Cerrado goiano
Canta o vento na folha seca
Dos galhos ásperos e tortuosos
A flora chora por uma trégua
Craquelado em uivos dolorosos
É o arqueado doce seco cerrado
De campos densos e preciosos
Chão goiano irregular e sulcado
Povo alado, de serena alma a trovar
Este cerrado abarroado, elevado
Que o desencanto encanta o poetar
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
09/03/2016, 18'50" – Cerrado goiano
As lágrimas de uma mulher,
com um beijo devemos secá-las...
LÁGRIMAS DE MULHER
Marcial Salaverry
São sempre lágrimas sentidas,
mulheres não são fingidas...
bem... quase nunca...
Lágrimas sentidas são aquelas
derramadas quando o amor se vai...
e a alegria de viver se esvai...
São lágrimas doloridas...
de um coração machucado, infeliz...
que apenas queria ser feliz...
Lágrimas para curar as feridas,
de uma alma que chora...
e precisa de outro amor sem demora...
Onde está esse amor?
Lágrimas de mulher...
Pedem carinho...
e a um denguinho,
resistir, quem há de?
Marcial Salaverry
O MEU SILÊNCIO
O meu silêncio grita de dor
Seca ferozmente a minha voz
Nada ficou deste poema já seco
Agora vivo afogada de lágrimas
Pois tu deixaste tanto em mim
E as palavras já não têm sentido
Nas letras que tiveram vida em mim
É um desassossego, é tecer no escuro
Nos desabafos entre as páginas soltas
De um velho livro, num poema para ti
No desejo forte de me encontrar
Nos teus braços, perto do teu coração.
Terra seca
Chorei...
Cada lágrima corrida
Deste rio de saudade,
Eu chorei...
Águas banham a terra seca
E não saciam a minha sede.
A semente do amor
Dorme tenra sem dar flores...
Mas cada gota destas lágrimas
Não se perde sem destino...
É gotas feitas o orvalho
Que alimenta o nosso amor.
Edney Valentim Araújo
1994...
E de repente, sem perceber,
Me vejo sozinha novamente
Como uma folha seca
Ao cair após um vento forte e sombrio
O vento sempre muito intenso
Mostra-me o caminho
para as incertezas e o medo
um lugar a naufragar!
Ele me contou tanta coisa
Do cabelo arrepiar
A vida pela hora da morte
Rondando sempre seca
A gente na trilha sonora
Tempero do vatapá
Deixei amuleto de lua
Prá lhe iluminar
Já não importa o que reste
o que possa me acontecer
a seca é ruim feito a peste
mas nunca vai me vencer
eu sou feliz no nordeste
onde eu nasci pra viver.
SEGUE!
A terra é compremetida
a seca é filha da peste
a manada tá desnutrida
por aqui nada se investe
sem água e pouca comida
o vaqueiro segue a vida
esquecido no Nordeste.
Frágeis.
Antes..!
Eu era frágil...
Era como folha seca....
Que ao pisar....
Se triturava em pedaços....
Pensei que era um simples copo de vidro....
Que ao cair no châo....
Em caquinhos se desfazia....
Ou até uma porcelana....
Que se quebra facilmente......
Qualquer palavrinha.....
Me machucava.....
Possou o tempo.....
A maturidade chegou.....
E ela.....
Veio acompanhada de uma lâmina de aço....
E ao esperimentar-la
Vi que posso cortar tudo aquilo que possa me ferir...
Homem da alma blindada.....?
Não...!
Todo dia é dia...
Somos frágeis sim...
Mas devemos suportar as dores que vem...
Autor:Ricardo Melo.
O Poeta que Voa
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