Poema sem Amor Madre Teresa
Luto de mim
Agora que morri sem treino
jaz meu corpo na lápide...
Não sei se triste,
mas se cumpriste meu destino!
Na cova lá preparada
meu assento eterno...
Talvez terno, cálido e sereno,
ou talvez uma nova jornada...
no recomeço de tudo!
- Olá Deus! Eu direi.
Entrarei pela porta do céu com certeza!
O inferno nada me serve,
se viva não procurei nada além de mim
e nesta busca compreendi o que se deve.
Então vivi devidamente:
- Fui decente;
- Fui tudo o que pude ser
se algo não fui, não era pra mim!
Amei e fui amada.
Às vezes, tentei compreender;
Às vezes fui compreendida
nem mais nem menos...na medida!
Tentei ser espetacular
mas, nunca quis aplausos
platéia e causos,
mas causei quando tive que causar,
neste ponto um tanto irreverente
até certo ponto meu orgulho...
Não vou dizer que fui tola,
pois não fui,
embora quisessem que eu fosse...
Ah! Se tivesse sido,
haveriam arrancado tudo de mim!
Por certo que a matéria eu juntei:
- Casas;
- Carro.
- Vestidos lindos...
- Sapatos e sandálias lindas;
- Jóias e tantos casacos...
- Calças e blusas...enfim: roupas...
Ficaram tudo aí...
Este aqui escolheram para mim.
Eu nem sei como jaz meu corpo aqui...
Como será que pentearam os meus cabelos?
Eles estão brancos e crescem depressa,
então será que retocaram a raíz?
Será que fizeram a minha unha?
Deram - me um banho?
E o perfume, o batom, o brinco?
Escovaram os meus dentes?
Então, não mais escolherei nada...
nem verei mais nada,
nem caminharei mais...
Estancou...
Acabou...
Sou agora a lembrança
de quem se lembrar de mim!
Encontrei a felicidade
Tenho certeza que virão dias difíceis novamente
E com obstáculos maiores
Mas essa tempestade que passou me fortaleceu
Esse é o importante
Sempre que cair
Levante mais forte
E tenha certeza que o sol volta a brilhar
E bem mais forte que antes
Bom esse poema vai ser uma ponte
Entre a felicidade e a tristeza
Depois que cheguei no mundo da felicidade
Percebi que valeu o choro e também a coragem
E aí? Tá pronto pra vim comigo curtir esse mundinho?
Venha porque é lindo e tá faltando apenas o seu brilho
Conexões da vida
Nas enormes estações rodoviárias
tem um grande número
de linhas, horários e destinos,
com muita gente chegando
e, outras, estão de partida.
A vida também é assim,
hoje estou aqui,
amanhã o que será de mim?
Caixa de Pandora
Há apenas um grande caminho vazio,
Em minha frente vislumbro apenas a lacuna,
Imagens retorcidas, de uma vida sem sentido
Ecoam em minha mente refletidas no cintilar de luz da lua
Tantas são as desventuras e tão pouco os avanços
Face a uma geração em que a decência perdeu o encanto,
A terra treme pelos brados de egoísmo nela infusos,
E o próprio Sol resplandece turvo obscurecido pelo vazio no coração dos reclusos
Esta pilha de problemas não parece ter solução
Mas ela sempre se fez presente, encoberta pelas marés da corrupção
São escassas as boas pessoas e em abundante número as egocêntricas
Bondade tem se tornado uma qualidade deveras excêntrica
Tenha estupidez de nossos atos pútridos
E aja com extrema cautela
Pois em neste mundo de ilusões, em nosso agora
Está aberta a nossa Caixa de Pandora
O tempo adiado
Vêm aí dias piores.
O tempo adiado até nova ordem
surge no horizonte.
Em breve deves amarrar os sapatos
e espantar os cães para os charcos.
Pois as vísceras dos peixes
esfriaram no vento.
A luz da anileira arde pobremente.
Teu olhar pressente a penumbra:
o tempo adiado até nova ordem
desponta no horizonte.
Do outro lado afunda tua amada na areia,
ele sobe-lhe pelo cabelo esvoaçante,
ele corta-lhe a palavra,
ele ordena-lhe silêncio,
ele encontra-a mortal
e pronta para a despedida
depois de cada abraço.
Não olha para trás.
Amarra teus sapatos.
Espanta os cães.
Joga os peixes ao mar.
Anula a anileira!
Vêm aí dias piores.
Enigma
Nada mais vai chegar.
Mas também o verão – e tudo o que tem nomes tão bons
quanto “veraneio”–
nada mais vai chegar.
E não hás de chorar por isso,
diz a música.
Nada
mais
foi
dito.
No Mapa
Pelo litoral
ficou
de norte a sul
nagô.
Ficou no Recife:
xangô.
Na Bahia ficou:
candomblé.
No Rio grande é o que?
– Batuque, tchê.
Filho de santo
de bombacha,
Ogum
comendo churrasco:
jeito
gaúcho
do negro
batuque.
Sou
Sou a palavra cacimba
pra sede de todo mundo
e tenho assim minha alma:
água limpa e céu no fundo.
Já fui remo, fui enxada
e pedra de construção;
trilho de estrada-de-ferro,
lavoura, semente, grão.
Já fui a palavra canga,
sou hoje a palavra basta.
E vou refugando a manga
num atropelo de aspa.
Meu canto é faca de charque
voltada contra o feitor,
dizendo que minha carne
não é de nenhum senhor.
Sou o samba das escolas
em todos os carnavais.
Sou o samba da cidade
e lá dos confins rurais.
Sou quicumbi e Moçambique
no compasso do tambor.
Sou um toque de batuque
em casa gege-nagô.
Sou a bombacha de santo,
sou o churrasco de Ogum.
Entre os filhos desta terra
naturalmente sou um.
Sou o trabalho e a luta,
suor e sangue de quem
nas entranhas desta terra
nutre raízes também.
Cabelos que Negros
Cabelo carapinha,
engruvinhado, de molinha,
que sem monotonia de lisura
mostra-esconde a surpresa de mil
espertas espirais,
cabelo puro que dizem que é duro,
cabelo belo que eu não corto à zero,
não nego, não anulo, assumo,
assino pixaim,
cabelo bom que dizem que é ruim
e que normal ao natural
fica bem em mim,
fica até o fim
porque eu quero,
porque eu gosto,
porque sim,
porque eu sou
pessoa negra e vou
ser mais eu, mais neguim
e ser mais ser
assim.
Ser e Não Ser
O racismo que existe,
o racismo que não existe.
O sim que é não,
o não que é sim.
É assim o Brasil
ou não?
O que o médico disse
Ele disse não parece bom
ele disse parece mau aliás muito mau
ele disse eu contei trinta e dois deles em um pulmão antes
de parar de contar
eu disse fico feliz não ia querer saber
que tem mais do que isso lá
ele disse por acaso você é religioso você se ajoelha
em bosques na floresta e se permite pedir ajuda
quando encontra uma cachoeira
a névoa soprando contra seu rosto seus braços
você para e pede clareza nesses momentos
eu disse não mas pretendo começar hoje mesmo
ele disse sinto muito ele disse
gostaria de ter outro tipo de notícia para dar
eu disse Amém e ele disse algo mais
que eu não entendi e sem saber mais o que fazer
e sem querer que ele precisasse repetir aquilo
e que eu realmente precisasse digeri-lo
apenas olhei para ele
por um minuto e ele olhou de volta foi então
que me ergui num salto e apertei a mão daquele homem que
acabara de me dar
algo que ninguém no mundo jamais tinha me dado
talvez eu tenha até agradecido por força do hábito
pelos grandes bulevares
[do lado de dentro]
o que ela vê quando fecha
os olhos? linhas sinuosas, um mapa
feito à mão, parece uma pista vista de cima –
os campos cortados ou poderia ser
uma sombra riscando o verde quando passa
lá no alto.
o que ela vê quando
olha em linha reta tentando
descrever
a garota que conheceu no café?
a transformada de
wavelets ou um peixe-lua-
-circular em uma região abissal.
não é nada abissal
estar nesta superfície,
você quis dizer de vidro? esférico?
ou um animal marinho em miniatura:
um polvo de 1 mm?
o cinema é 24 vezes
a verdade por segundo. este segundo
poderia ser 24 vezes a cara dela
quando fecha os olhos e vê.
[de fora]
não é por falta de repetição, mas não
encontrava a palavra exata.
o que ela vê não sabe e tudo fica tremido
se fast forward.
agora fecha os olhos para
entender, para ir mais
devagar.
não se perde alguém por duas
vezes, era o que achava
mas a essa altura chego no mesmo terminal
duas semanas depois e a cena se
repete.
– você está tendo um problema
de realidade, ele cochichou.
– qual é o desastre desta vez?
o que ela vê ao abrir a
claraboia? ao bater aquela foto da
ponte ou quando lê
a legenda:
“nos abismos a vida é submetida
ao frio, escuridão, pressão.
oito mil metros de profundidade”
uma montanha
ao contrário.
Eu exalto este Deus
E aprecio sua inteligência
Por dar a morte ao homem
Logo após a adolescência
Imagina viver pra sempre
Este ser sem consciência
Que rouba o seu semelhante
E não demonstra clemência.
Quando o mundo inteiro vai dormir
A paz enfim paira sobre mim
Os problemas que deixam de existir
As dores que somem daqui
O silencio é meu amigo
Me diz mais palavras que um livro antigo
Me traz a madrugada em sigilo
E tira de mim os meus inimigos
Esqueço das guerras por dinheiro
Luto apenas pelo que me é de direito
Sem tirar a paz dos que não tem jeito
Mas levar a paz no peito
A paz eu encontro no meu filho
Que vai fazer pelo mundo o que eu não fiz
Lutar pela paz sem os tiros
Usando de arma os poemas de um aprendiz
A paz se conquista com o amor,
Com o tempo mas também com sofrimento
Nada se perde se é por algo maior
A paz é mesmo um processo lento...
Que a poesia,
ou outra forma de confissão escrita qualquer
- seja a forma ideal de dizer
aquilo que de outra maneira não diríamos...
Não há comunicação proveitosa no silêncio,
enganam-se os que calam-se
e ainda assim acreditam dizer alguma coisa
que mereça atenção.
Só o verbo pode se transformar em vida...
em carne,
em sangue,
em doce e sal!
ESTRELA CADENTE
Autor: Edson Cerqueira Felix
Data e Hora: 07.01.2019 19:20
Localização Geográfica: Paraíba do Sul - RJ, Brasil
Abordagem: Uma Lamentação a Filha do Homenageado
Homenagem: A Felipe Carioca
Classificação: Livre
______________________________
Eu vi uma linda Princesa do ébano
E Ela me dizia com doces palavras um sabor oculto
E eu entrei em aflição pela não compreensão
Mas ela gentil disse: "Eu vou sempre estar com você"
E eu a deixei, soltei as mãos dela para que ela fosse
Ela entrou naquela liteira e acenou pra mim
Eu chorei, e neste mesmo dia uma estrela cadente caiu
Eu me encontrei perdido, mas de repente...
Bem no meio da noite, como se um anjo me tocasse acordei
Com a visão de que ela também estava comigo espiritualmente
Não consegui mais dormir aquela noite
Fiquei pensando, oh Deus por quê?
E Ele me disse: "Você não está e jamais estará só
Tem uma princesa angelical sempre perto de você, muito pura".
O CAMINHO ESTREITO
Autoria: Edson Cerqueira Felix
Data e Hora: 08.01.2019 18:06
Local: Paraíba do Sul - RJ, Brasil
Assunto: O cinza do dia-a-dia
Dedicação: Nenhuma específica
Indicação: Livre
______________________________
A cada dia que passa, eu me sinto cada vez mais só
E assim eu vou vivendo cada dia, um de cada vez
Quando olho pro meu rosto no espelho
Não consigo me reconhecer bem, vejo a imagem embaçada
E minha cara, um pouco, meio desfigurada
E assim vou levando, tipo, finjo que não percebo
Que não há nada errado e assim renego a mim mesmo
Bem ali naquela cena e não há muito o que fazer
A não ser, esperar, aguardar o tempo que melhor modifica as coisas
Que melhor sana as coisas equivocadas e dá uma luz
Uma luz no fim do túnel, uma luz no fim de um mundo de trevas
Bom, e eu, sem perceber vou sendo salvo nessa de dar
Tempo ao tempo, nessa de dar tempo ao próprio tempo
Deixar que o tempo nos dê a sua sábia ajuda com sussuros do vento
Eu vi um moribondo,
O gato bebe água,
As plantas chorando,
E uma alma sofrendo
O cristal da água suavizando.
UM PARAÍSO PERFEITO
Autoria: Edson Cerqueira Felix
Data e Hora: 09.01.2019 17:02
Local: Paraíba do Sul - RJ, Brasil
Assunto: Uma vida trânqüila
Dedicação: Nenhuma específica
Indicação: Livre
______________________________
Eu estou num bom momento, estou em um bom momento
Os dias são mais curtos e as noites como sempre
São sempre mais longas e eu sofro muito nelas
De lembrar de tanta coisa e ter tanto tempo pra pensar
Em tanta coisa, quando na bíblia diz que Deus fez tudo
Em 7 dias, eu acho que ele era um trabalhador mais noturno
Mais notívago do que outra coisa
Pois em uma só noite, sozinho, longe dela
Eu vejo a transformação de um segundo em muito, muito,
Muito tempo e em um segundo desses dá para formar muitas coisas
Pois a noite sozinho longe dela o tempo pára
Só para me fazer sangrar por dentro e me fazer sofrer
Em, bem em silêncio. Sofrer em silêncio
E em sete dias ele fez o mundo e algo a mais, um jardim no Éden
Meu choro não existe além das minhas lágrimas,
Pois elas só escorrem no meu próprio rosto.
O buraco da ferida só curva quem o leva
Triste ando, pensando em mim me vejo
Pois nesse caso sou o dono do buraco,
Me deixa inconsciente ao tempo que penso
Sera que penso certo sobre oque penso
Ou cada decisão vinda é um tiro pela culatra?
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp