Poema Quase de Pablo Neruda
"Garoto tolo"
Desculpe, garoto tolo,
Eu me perdi
Em meu desconsolo,
De nada sei,
Sou só um tolo.
Eu saúdo tua perda
Que num nobre canto
Chora em meio a alameda,
Desencantada, somente.
Ó tolo de alma desesperada.
Ouça, pequeno bobo,
Não perca a flor que desejas
Ouça, amante tolo,
Não deixe que a flor te fujas.
Fale-a, menino tolo!
Amada de belo rosto
Que passas em sonhos doces,
Vejo que és meu gosto,
Mostra-me teus amores!
E perdoe-o… é só o garoto tolo.
“Mas não o perdôo.
És muito, muito tolo,
Tolo de não saber falar,
Tolo pelo seu amar,
Tolo demais por não saber se dar.”
Ah… singelo tolo,
Por que não te muda?
Olha o que faz, onde me enrolo.
Não conseguiu a atenção da flor.
Só pare de ser tão tolo.
Ó! Olhe tua paixão.
Não há nada como tal.
Mas você já não consegue,
Não fala, não chama, nem nada.
Ai de mim, o garoto tolo sem amada.
“Dissimulado”
A frustração é a morte em consciência
De um pequeno poeta em opulência.
Ele que escreve com covardia,
E faz sonetos na noite tardia.
Se chama de triste, o poeta que ri.
Sente tudo que pensa, o garoto em si.
Encontra desonra em tua ilusão,
Assim não sabe que é mera paixão.
Se culpa em ritmo ardente,
Aponta o choro solene,
Que só existe na mente.
É isso que me diz em alene;
Sou um poeta demente.
Hei de ter um poema bem lene.
A poesia me encontrou
A poesia se tornou o espelho
imponderável da minha verdade!
Serei eu tolo de versar a incoerência
Ou derramar lágrimas enganosas na tinta
que escorre entre os dedos
a poesia não julga,
tampouco acolhe quem quer que seja
A poesia desnuda
e te deixa a mercê de si mesmo
Ela está para o coração dos sensíveis
Ou lógica dos mais críticos!
A poesia é abundante
ao mesmo tempo pode imprimir falta
Subtraindo a certeza do sábio diante de
uma bela paisagem de infância!
Sigo firme na angústia em declamar a
palavra que ainda desconheço
E fazer dela meu espaço seguro!
Cujos gritos se juntam aos sussurros
de meus pensamentos!
Uma poesia
Nada seria na escuridão se
Sensível não tocasse um coração
Nem arrepiasse a pele da humanidade.
"Brasa"
Sinto? Talvez sim.
Mas não como antes.
Havia um fogo em mim,
onde cada emoção era álcool.
Bastava um toque —
e eu explodia em chamas.
Belo, mas perigoso.
Foi assim que me afoguei em fantasias,
jogando horas do meu vasto dia
em cenários que não existiam.
Romance era refúgio
(e cárcere também).
Depois, veio o silêncio.
A dor me acordou.
E o fogo… virou brasa.
Hoje, é morno.
Quase não aquece,
mas também não queima.
Estranho.
Talvez necessário.
Talvez... uma saída, proteção.
Mas sinto falta, confesso
da melancolia que me fazia poesia,
da música suave ao apreciar a vista na janela,
do cheiro da chuva,
da beleza quieta do mundo.
Agora, meus olhos molham,
mas não choram.
A lágrima não escorrega
ela apenas sussurra.
E algo, dentro de mim,
a seca.
No começo, temi.
Temi virar pedra.
Temi nunca mais sentir.
Mas talvez...
seja uma lição.
Nem sempre a vida é sentimento.
Às vezes é fé.
Às vezes é razão.
Às vezes é só... viver.
Viciada em fugas
mundos paralelos de doçura.
Mas um dia doeu tanto,
que eu fui embora dali pra sempre.
Desde então,
sinto tudo mais leve.
Até demais.
Deveria doer.
mas só pesa.
E o medo volta:
e se eu não sentir nunca mais?
Mas talvez...
só talvez...
sentir de forma calma
também seja amar, também seja sentir.
E há esperanças
uma brasa, ainda queima de maneira escaldante
quem sabe torne-se eu novamente uma amante?
dessa vez, sem impulsos
sem extremos.
A Mão de Deus
A mão de Deus me acalma
A mão de Deus me anima
A mão de Deus me socorre
A mão de Deus me ilumina
Ela me transmite paz
Desenvolvo a benevolência
Consigo sentir Seu amor
E cultivo a paciência
A mão de Deus sobre minha cabeça
A mão de Deus no meu coração
Transmitindo o grande amor
Do Senhor e de quem ergue a mão
A mão do homem se une
A mão de Deus se mantém
Quando o homem levanta a mão
Deus levanta a sua também
A mão de Deus me inspira
Me transmite sensibilidade
Acalma o meu coração
Devolvendo a serenidade
A mão de Deus me fortalece
Com ela tenho segurança
Sinto sua proteção
E renovo minha esperança
Ela transforma minha vida
Me tirando da penúria
Aumentando minha abundância
Me trazendo fartura
A mão de Deus me renova
Fortalece minha virtude
Ela contribui com a vida
Aumentando minha saúde
Na mão de Deus eu confio
Nela sempre confiei
Me sinto sempre seguro
Na atuação do Johrei
Ó Senhor,
Sem ti eu nada sou.
Contigo eu me fortaleço,
Por issonunca me esqueço,
De louvarmeu Criador
Acordei. Mas desta vez foi diferente.
Acordei. Onde está o mundo que costumava conhecer?
Acordei. Que sol é esse que queima a minha face?
Acordei. O vento canta aos meus ouvidos.
Acordei. Em meio a incertezas, me pus à prova.
Acordei, pisando e caminhando em uma nova vida.
Acordei. O medo não me acompanha mais.
Acordei. E, dessa vez, para nunca mais dormir.
Quem é esse que faz do espelho sua morada e insiste em me encarar toda vez que o olho?
Seu olhar é tão profundo... Como se, ao me observar, ele visse quem eu realmente sou.
Por que insiste em me encarar? Será que quer me dizer algo?
Ele parece mais confiante do que eu. Mais forte. Mais bonito.
Mas ele não sai de lá. Está preso, e eu estou livre. Algo meu é dele, e algo dele é meu.
Por isso, sempre que eu me esquecer de quem eu sou, voltarei aqui em busca de conselhos.
Espelho, espelho meu, diga-me: em que momentoeunãofuieu?
Incontáveis são os reinos que existem no coração do homem. Milhares de mundos e vidas já vivemos.
O que vemos, o que criamos, o que sonhamos... Mundos diversos, repletos de magia e encantos a cada dia.
Talvez façamos parte do Criador quando acordamos a cada manhã e, em nosso pensamento, dizemos: Que haja luz!
E vemos que houve luz — e que ela era, e ainda é, muito boa.
Não nasci no sertão , mas tenho certeza que de lá eu vim de outrora .
Não nasci no sertão , mas me sinto filho da terra .
Não nasci no sertão mas amo sentir o sol o ar que entrelaça meus pulmões que só o sertão tem .
Não nasci no sertão mas amo o cheiro que as chamas trazem diante do braseiro.
Lugar onde encontro a paz e o sossego que minha alma precisa .
A florada de outono.
Ah! Aquela flor, dentre todas foi a mais especial, com um aroma sem igual.
Quando não vejo ela dentre todas as outras, sinto um diferencial, diferencial que eu chamaria de algo sem igual, como uma coisa que me deixa passando mal, que, ao mesmo tempo faz-me sentir um líquido lacrimal.
Lembro-me de seu rosto perto do meu, de seus braços me aquecendo como uma mãe acaricia sua vida. Quando ela se foi, senti-me num breu e ao momento que fui percebendo dei-me conta que nada passou de uma lembrança atrevida.
Se fosse para eu descrever ela, diria que seria uma margarida, como daquelas que não vemos em qualquer lugar, afinal, ela carrega aquele aroma sem igual, lembrando-me sempre que quando não a vejo, dói me a ferida.
Neste momento, estou a lembrar-me deste grande amor, que por não tê-la dito o que eu sentia, deixei a ir. Quando me lembro do que deixei acontecer, só consigo sentir dor, porque afinal de contas, não é todo dia que perdemos uma flor que estava por florescer, essa flor só pode receber um nome, Amor.
Entendimento inconcluso
A última das certezas repousará no esquecimento
Serei eu tolo de bradar coragem no desconhecido
Sinto a memória como força vital e sigo em margens seguras
Pois o futuro tem pressa em ser anunciado
Mas só aceito vê-lo,
se trouxer consigo o novo !
" CONTATO "
Parece que esse olhar me quer! Sei não!
Talvez só seja o meu imaginário
tentando a sorte pura nesse aquário
e pode até não ser essa a intenção!...
Mas vou apimentar esse temário
deixando no suspense que há paixão
e ver no que é que dá essa impressão
botando contas mais nesse rosário.
E pode ser que cole! De verdade…
Vai que essa reza aos santos, pois, agrade
e que o querer mostrado seja fato…
O olhar diz que me quer! Deve ser isto…
Se assim não for, disfarço ou improviso,
mas fica aberta a porta pra um contato!
" INJUSTAMENTE "
É vasto esse universo… A imensidão…
Nem sei se vim parar aqui, do nada,
pois sinto-me perdido nessa estrada
sem rumo, sem destino ou direção!
Pergunto-me se tenho, na parada,
alguma culpa e, até, condenação
por me incluir na imensa multidão
dos que, cá, nada sabem da jornada.
Sou réu ou vítima deste sistema
sem solução nenhuma pro problema
que foi me posto ao colo abruptamente?
É vasta a imensidão, esse universo
tão rico, tão confuso, controverso…
Aqui fui posto ao caos injustamente!
" QUER? "
Que prenda linda: moça, dentes brancos,
sorriso aberto, intencional, sincero…
Fico a pensar e (dentro, em mim) espero
que os pensamentos dela sejam francos…
Pois, afinal, sem farsa ou lero-lero,
sorriu pra mim cercando-me nos flancos…
Aceito o risco, aos trancos e barrancos
acreditando que o amor é vero?
Sou homem das paixões, um poeta nato,
por vezes sonhador nesse aparato
de ver, onde não tem, vasto querer…
É moça linda, prenda das mais belas…
Aceito ou me reservo nas cautelas?
Difícil crer que quer, ela, me ter!!!
Plantio
tenho duas frutas nas mãos
a mais madura arremesso contra o muro
o estrondo a mancha o despojo
no chão aonde bichos virão lamber
tenho duas frutas nas mãos
trago-as das ruínas de ontem
como uma ave que vem de longe
arrasta no bucho ou no bico
sementes e ervas daninhas
arremesso uma contra o muro
a outra ainda está verdolenga
nenhuma ideia de comê-la com sal
tenho duas frutas nas mãos
as duas estão marcadas de morcegos
minha mãe me ensina a distinguir
a rasura a maldição o batismo
preces ao mau tempo
de tudo que dá na terra
honrar respeitar bem-dizer
de tudo que dá na terra
nosso futuro ao breu consagrado
ave o seu ventre mãe de deus e nossa
decepamos a destra o cetro
não menos o nascimento e a luz
ofusclarão de placenta oca
de tudo que dá na terra
nos ensina a confundir obediência e amor
de tudo que dá na terra
repete que é dor o que educa
e faz lentamente a pele crescer
sobre os espartilhos da doutrina
de tudo que dá na terra
nos acinzentaram a imaginação
para as cores do desobedecer
desobediência de rato desobediência de leão
desobediência de água-viva desobediência de mosca
ainda são bípedes
os que vivem de joelhos?
Parada de trem
Eu espero um trem
Não sei que hora ele passa
Desse trem, eu sou refém
Sinto que estou esperando uma farsa
Porém, eu quero prosseguir
Quero, no meu destino chegar, conseguir
Mesmo que todos me digam que não
Até mesmo o maquinista diz que não há salvação
Todavia, ainda o espero, sentada, ansiosamente
Ali fico, horas, dias, meses...
Ainda que me sinta desencorajada, ignoro minha mente
Penso, reflito muito, penso em mil hipóteses
Ainda sim, teimo em não ver a razão
Afinal, que coisa mais desnecessária
Preciso apenas seguir meu coração
É apenas uma incerteza temporária
Após muitos meses, vejo o trem no horizonte
O vejo a alta velocidade, pelo monte
Me emociono tanto, que escorrego e caio no trilho
Eu perco completamente meu brilho
O trem, corre em minha direção
A maquinista nem tenta frear
Embriagada, ela fala: "Acho que não"
Ela diz, antes de me atropelar
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