“Despedida de um engano”. Quantas... Rosely Meirelles

“Despedida de um engano”
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Quantas vezes sonhei com seu olhar
Fazia-me tirar os pés do chão
Dava-me asas para eu voar

Desenhei-o no meu coração
Como se fossem nuvens de algodão!
E nelas eu ia pousar
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Eu era ainda uma menina,
De coração puro, alma cristalina
Que misturava sentimentos

A ilusão era minha inquilina
Sonhar era a minha sina
Mas amei cada um desses momentos
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Sinto uma certa nostalgia, de quando você me dizia
Tu és a minha porção de loucura
Um mar de Poesia e ternura
A minha ponte e o meu teto
O meu desejo mais secreto
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Tolo coração, ainda mero aprendiz
Julgava-se feliz
Ao entregar-se áquele ser sedutor

E a menina, não se dava conta
Que ainda não estava pronta
Pra diferenciar a ilusão do amor
-
Ah! — Mal sabia o coração
Que alguns sonhos são apenas ficção,
Idealizados pela nossa mente

Emaranhados de emoção
Que não sabem dizer não
E não vão além do presente
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Não te quero mais, coloco agora um fim
Não sei se te amo, mas amo-me mais a mim

O meu eu, perto de você, sente-se anulado, trancado!
Você me consome, perco até meu nome.
Você pra mim vira passado
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Adeus!
É hora de me libertar, escutar meu coração puro, sonhar livremente!
É hora de encontrar um outro olhar, onde eu veja futuro após o presente.

Rosely Meirelles