Poema por que o Macaco Nao Olha seu Rabo

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⁠Não teve flores
Não teve velas
Não teve missa
Caixão também...
Foi enterrado
Junto à maré
Por operários
Mesmos do trem...

A flor de orvalho
Pendeu da nuvem
E pelo chão
Despetalou...
O céu ergueu
A hóstia do sol
E o mar em ondas
Se ajoelhou...

Cortejo lindo
Maior não houve
Do que o da morte
Desse amiguinho:
Iam vestidas
Com a lã das nuvens
Todas as almas
Dos carneirinhos!

Os gaturamos
Trinaram hinos
No altar esplêndido
Da madrugada;
E o vento brando
Desfeito em rimas
Foi badalando
Pelas estradas!

Vinicius de Moraes
A arca de Noé. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1993.

Nota: Poema A morte de meu carneirinho.

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Inserida por viviane_1

⁠Solidão no mar de incertezas

Socorro!
Não consigo respirar
Neste mar de incertezas
Cheio de monstros
E há poucos marinheiros confiáveis.

Sou só eu em meu barco
Navegando por onde o vento me levar
Explorando ilhas desconhecidas
Experimentando novos sabores
Lutando contra monstros
Mas no final, estou sempre só
Enfrentando o vazio sozinha
E ele está me consumindo
Logo, não serei mais eu.

Uma tempestade se aproxima
Não há como escapar
Eu encaro a tempestade
E com bravura continuo
Não tenho mais nada a perder
Além da minha vida.
As enormes ondas vem
Destruindo e engolindo tudo
Sinto a força do mar sobre mim
Me empurrando
Enchendo meus pulmões de água
Inutilmente luto para voltar a superfície
Meus braços e pernas exaustos
Não tenho mais forças
Estou me afogando
Em minha mente eu rezo
E clamo por socorro.

Haverá um deus para me salvar?
Um bom marinheiro?
Eu fecho os olhos e aceito meu destino.

Inserida por JuniorOliveiraRJ

⁠O PROBLEMA DO MUNDO SOU EU?

Reflita irmão!
O problema do mundo não está na corrupção?
O problema do mundo sou eu.
O problema não está no preconceito, na política na intolerância ou na religião?
O problema do mundo sou eu.
O problema não é o narcisismo ou a submissão?
O problema do mundo sou eu.
O problema não é o El ninho, o aquecimento global a extrema pobreza ou a destruição?
O problema do mundo sou eu.
O problema não são as guerras a escassez das águas, ou o anticristão?
O problema do mundo sou eu.
O problema do mundo não está no tráfico, não está no rapto nem na educação?
O problema do mundo sou eu.

Inserida por J6NEMG

⁠O tempo e a rotina
Que o dia não corrói
O homem e a raça
A parede e a traça
O vinho e a taça
O bairro e o mundo
O universo e o infinito
Tudo parece mais bonito
Quando as coisas dão certo .
Por certo; tens de crer
Ores querido!
Para que, ao ouvir o bramido
Não seja o teu gemido de infelicidade.
O bairro venceu.
Lástima! lástima, lástima.
Mágoas a lamentar
A plateia não era...
não era definitivamente
minha!!!

050424

Inserida por J6NEMG

É O FIM

⁠Tudo que inicia
Se finda.
Tudo que é como
Se fosse
Não é.
São palavras bem covardes
Que agradam os Mané.
Nem o céu
Nem o inferno.
É apropriado a mim.
Não tenho nada de santo
Do diabo um pouquim.
Mas rezo todos os dias
Pra Deus ter pena de mim.
Se não for tanto trabalho
Me indique o atalho
Que me incurte o caminho.
Livrai- me de todos males
Pode ser devagarzim.
Me desvie dos demônios
Que miram contra mim.
A desgraça alheia minha
Resplandece os corações.
Pai eterno meu Senhor
Me livre de tais tentações.
Arrumai pra aí
Um cantinho
Com carim.
Pois aqui
Estou sozim...
Mesmo em meio à multidões!

280924

Inserida por J6NEMG

⁠( A Garota de Cabelos Vermelhos)

Era um dia qualquer pra conhecer gente nova,
mas não esperava cruzar com alguém tão especial.
Entrei no salão, vi a multidão,
mas só você prendeu meu olhar.

Cabelos vermelhos em destaque,
brilho intenso no meio da festa.
No começo, hesitei...
Não achava que teria chance de chegar.

E então, ali estava você —
brincando de basquete, rindo leve,
justo com algo que eu gosto.
Foi o sinal que faltava.

Me aproximei com o coração acelerado,
e vi de perto o que já parecia encanto:
seus olhos…
estrelas vivas no céu calmo do interior.

A conversa fluiu como se o mundo calasse ao redor,
como se a música tocasse só pra nós dois.
Havia timidez, sim…
mas até o silêncio parecia dizer o que faltava.

Ríamos, brindávamos,
e entre uma troca de olhares e palavras tímidas,
algo mágico se firmava ali —
sem pressa, sem cobrança, só sentimento.

Mas a festa chegou ao fim…
as luzes se acenderam como quem acorda de um sonho.
Era hora de partir,
e o encanto pedia um adeus que não tivemos coragem de dar.

Ficamos só com um abraço tímido,
quando poderíamos ter selado tudo com um gesto eterno.
Guardo nossa foto, e mais ainda:
a lembrança viva da garota de cabelos vermelhos.

Foi ali que senti, talvez pela primeira vez,
uma paixão verdadeira, recíproca, sem pressa.
Guardo essa memória com o maior dos carinhos,
como quem protege um tesouro feito de luz e silêncio.

Sinto falta daquela noite…
da leveza, do calor, do “quase” que ficou.
Mas mesmo sem ter durado,
ela vive em mim — intacta, bonita e viva como teu sorriso.

Inserida por feitosab

⁠"NÃO SABE"

Não sei se terei tempo! A vida é breve…
Num sopro e, tudo o mais, virou passado
deixando, o coração, desarrumado
e o que se fez por sonho, em nós, prescreve!

Talvez, do amor, não veja o resultado
pois nem toda a paixão, que o tem, se atreve
a dar continuação ao que ele escreve
ciente de que o caos o fez mudado.

Se viveremos o tempo exigido
até que o enredo se dê por cumprido
não saberemos nós momento algum…

A vida é breve, curta, passageira…
Por mais seja, a minh'alma aqui, guerreira
não sabe, do amanhã, dia nenhum!

⁠"É TARDE"

Que foi que eu fiz? Meu Deus! É tarde, agora!
Remediar não tem mesmo mais jeito
pois o que fiz outrora já está feito
e toda a consequência não demora!

Amar demais, eu sei, foi meu defeito
e, se hoje, inconsequente, o peito chora
é só porque, o amor, mandei embora
depois de ver que, o tal, não fora aceito.

Fiz, eu, do meu viver, essa amargura
que, ninguém mais, de mim, por perto, atura!
Amor não deve ser, nunca, largado…

Quer seja aceito ou não, ele é bendito!
Meu Deus! Que foi que eu fiz? O peito aflito
de tudo se arrepende, emocionado!

⁠"QUERO PAZ"

Não vem com lero-lero, patacoada,
com fita, nhe-nhe-nhem, com choradeira
que eu, hoje, não estou pra brincadeira
e sem paciência pra prosa fiada!

A calma já se foi pela ladeira
e não vou atender a tua chamada
se vais continuar co'a palhaçada
e despejar-me a trama costumeira.

Acorda! Vire o disco! Mude a faixa
que essa canção ruim já não se encaixa
com todo o resto desta ladainha…

Esqueça a patacoada, o lero-lero,
a reza, o terço, a missa junto ao clero
que eu hoje quero paz nessa alma minha!

Não quero e ⁠nem que eu quisesse, conseguiria disfarçar a minha necessidade às vezes inconsciente de de sempre que possível, aprofundar, já que a superficialidade constante decerto não é suficiente para me saciar.

E o teu apreço sem dúvida é uma dádiva, pois tamanha é a tua sensibilidade intensaque te faz enxergar além das palavras de um simples poema, assim, permite que ele toque a tua alma e o teu coração aqueça.

Uma forma poética de fazer diferença nos teus dias mesmo à distância, dando a sensação de que estamos próximos, desfrutando de uma constância de abraços quentes e, talvez, beijos demorados e profundos.

Que não seja algo desrespeitoso, cansativo e sim que tenha o belo equilíbrio de gestos afetuosos de um amor intenso com sentimentos atrevidos que fazem parar o tempo de um jeito muito aprazível.

Acaba sendo bem compatível com a tua intensidade desperta que está numa contínua atividade, a qual enaltece a tua beleza, que fica atraente e calorosa como um reluzente pôr do sol em um fim de tarde.

Inserida por jefferson_freitas_1

⁠A Dor Da Vida
A ânsia pela vida
Eterna é contínua
E as lutas para não
Morrer são constantes
Na ganância que domina
Seus mais
Velhos mistérios
Sempre estou
Perdendo resquícios
Para alguns
Delírios amantes
Agora que
Conquistei a sina
Dos meus mais
Novos impérios
Sou majestoso
Nesse meu
Eterno caminho
Vencendo os pesadelos
Do meu
Próprio destino
Antes da
Minha
Existência
Havia uma
Grande magia
Sem lembranças
Do que era
Sem sonhos
Sem dores
Sem alegria
Se enquanto
Eu não existia
Eu não sofria
Antes de ter
Nascido
Viverei para
Realmente esperar
A eterna Morte e me livrar
Desse sofrimento
Perdido

Jeazi Pinheiro, "A Dor Da Vida" in "Último Poema"

Inserida por JeaziPinheiro

⁠”De que adianta”
De que adianta a praia, se não a contemplo?
De que adianta a família, se não tenho tempo?
De que adianta algum dinheiro, se não viajo?
De que adianta alguns amigos, se não me engajo?
De que adianta o ar, se não respiro?
De que adianta o mar, se não me atiro?
De que vale o sol, se não me esquento?
De que vale a casa, se sou relento?
De que vale a fartura de pão, se eu não sustentar?
De que vale mais um culto, se não me entregar?
De que me serve a fala, se eu não pregar?
De que servem os braços, se eu não abraçar?
De que valeu o tempo, se eu não parei?
De que valeu a vida, se eu não reparei?
De que serviu a paisagem, se eu não percebi?
De que serviu o espelho, se eu jamais me vi?
De que me valeram os olhos, se eu não olhei?
De que me valeram as tempestades, se eu não mudei?
De que serviu a Bíblia, se eu nem a li?
De que serviu a Cruz, se não me arrependi?

Inserida por RodrigoLago

⁠"ASSUMO"

Assumo os meus cabelos! Por que não?
Se o tempo os branqueou, foi pela vida
de luta contumaz, feroz, renhida,
que trouxe-me de pé até então!...

Talvez não fora a história pretendida
mas, certamente, tenho compreensão
que foi de muito amor e de paixão
na estrada que me foi dada e estendida.

Se vê-me sob o céu acinzentado
desse envelhecimento acentuado,
perdoe-me se tenho dele orgulho…

Os meus cabelos, pois, assumo brancos
na vida vinda a trancos e barrancos
enquanto, em gratidão e amor, mergulho!

⁠⁠Havia uma suspeita:

O mundo não terminava onde os céus e a terra se encontravam.
A extensão não poderia terminar com a exata dimensão das coisas.
Havia o depois.
Costumava haver um lugar para o sol se pôr à noite.
Havia um abrigo para a lua durante o dia.
Meu coração jovem estava desesperado.
Eu não era um marinheiro ou um pássaro sem barco ou asa.
Um dia aprendi com a vida a decifrar letras e suas somas.
A palavra se manifestou como eu suspeitava, para permitir silêncio e diálogo.
Com as palavras, cruzei o horizonte.
O meu coração se afagava em esperança.
Ao virar a página de um livro, eu dobrava uma esquina, escalava uma montanha, transpunha uma maré. Ao passar uma folha eu frequentava o fundo dos oceanos.
Suei nos desertos e depois tornei-me hóspede em outros corações.
Pela leitura temperei minha pátria, bebi de minha cidade, enquanto, pacientemente, degustei de meus desejos e limites.
Portanto o livro passou a ser o meu porto, a minha porta, o meu cais e aminha rota.
Pelo livro soube da história e criei os avessos.
Soube do homem e seus disfarces e suas várias faces e, de tantos lugares para se olhar.

Inserida por JoaoDaniel

⁠Carta para àquela que talvez nunca venha:

Não sei quem você é, e, sinceramente, não sei se um dia existirá.
Já deixei de procurar, porque cansei de encontrar reflexos rasos onde esperava profundezas. Não quero perfumes que duram só uma estação. Nem promessas feitas sob o calor da pele, mas que evaporam no frio da ausência.

Se um dia você vier, saiba: não estou inteiro.
Carrego rachaduras que o tempo não fechou, e aprendi a conviver com o eco do que não foi.
Não preciso que me salve, já sobrevivo sozinho.
Mas se for ficar, fique com verdade. Com paciência. Com coragem pra atravessar o inverno comigo, mesmo quando não houver flor nem canto.

Não espero encantamento.
Espero presença.
Não peço juras.
Peço silêncio ao meu lado quando as palavras faltarem.
Se amor for só leveza, não quero. Porque sei que o amor verdadeiro também pesa. E permanece.

E se nunca vier… está tudo bem.
Não preciso mais acreditar no amor para respeitá-lo.
E não preciso de companhia para saber meu valor.

Mas se vier… que seja pra ficar.
Mesmo que o mundo desabe.
Mesmo que tudo falte.
Mesmo que só reste o olhar, firme, dizendo: "eu ainda estou aqui".

Inserida por marcoantonio04

Venha ser feliz
Eu não tenho tempo a perder
Agora não dá mais, agora é pra valer
Não quero mais mentir
Eu nem tô mais a fim de esconder
Eu não quero fingir
Amor, amor, diz sim

Depois você pode se arrepender
Não deixe o amor pra depois
Meu amor
Não deixe o amor se perder assim
Ei, amor
Você sempre diz que me ama
No fim, só quer cama
Oh, amor, meu amor

Inserida por reconceituando

⁠" INSPIRAÇÃO "

Não parta, inspiração! Fica comigo…
Não sei viver sem ter a tua presença
a me exalar a luz, o tom, a crença,
a força, o amor, a paz de um ombro amigo!

Preciso-te, ao cumprir minha sentença
de poeta ser na, estrada em que fatigo…
A mim, pois, não imputes tal castigo
de abandonar-me em tal tristeza imensa.

Abraça-me por réu junto ao teu peito
em que, de tua poesia, me deleito
ao te sugar os seios de mulher…

Comigo, fica aqui, inspiração!...
Não quebres, num adeus, meu coração
que sempre quis de ti (e ainda eu quero)!

⁠" OLHAR DE "

O que ela está pensando? Não sei, não…
Parece que já tem bem definida
(por conta, em tudo, do que deu-lhe a vida)
a sua mais secreta opinião!...

Mas, esse olhar a parecer perdida
não deixa de expressar-me que ela, então,
compôs, pra si, sua própria conclusão
da qual não me dará qualquer medida.

Como a poesia estende liberdade,
me sinto livre e estou bem à vontade
pra dar aqui, pra tal, minha impressão…

É, todo, o olhar de quem bem gostaria
de que o rapaz se declarasse, um dia,
e lhe cobrisse, inteira, de paixão!

⁠conhecimento não se descarta
nem pode ser tirado,
a beleza da existência
está no nosso aprendizado

Inserida por adrianovox

⁠" FINGES "

Só finges que não notas! Na verdade
o teu olhar não perde nenhum lance
e, mesmo quando eu olho de relance
me flagras na maior cumplicidade!

Percebes a intenção nesse romance
e a tratas como singularidade;
um vício herdado lá da mocidade
que ainda se mantém ao meu alcance.

E te divertes com o que flagrado
à espera de colher do resultado
já visto que ficou tudo evidente…

Me flagras! Tu só finges que não notas…
Percebo na postura, então, que adotas
que o meu olhar te deixa bem contente!