Poema por que o Macaco Nao Olha seu Rabo

Para uma civilização, não é a técnica que representa o verdadeiro perigo, é a inércia das estruturas.

Há muitos, muitíssimos leitores que não gostam de que se os obrigue a pensar, e que querem que se lhes diga o que já sabem, o que já têm pensado.

O amor é essa maravilhosa oportunidade de outro nos amar quando já não nos podemos amar a nós próprios.

Aqueles que nunca sofreram não sabem nada; não conhecem nem os bens nem os males; ignoram os homens; ignoram-se a si próprios.

Não há nada de mais ilusório e contingente do que a verdade, e coisa alguma mais ajuizada do que a dúvida.

Uma coisa é certa, que é o fato de não podermos dar nada por certo; sendo assim, não é certo que não podemos dar nada por certo.

O álcool cria no homem um heroísmo muito superior a ideologia e a paixão; não sem razão é chamado de espírito.

As razões da honra não têm coerência. Mas os povos não podem prescindir da honra, pagaremos caro por termos acreditado em nós em vez de nela.

Uma forma de o medíocre convencido imitar a grandeza é não dizer mal de ninguém.

É evidentemente muito duro já não ser amado quando ainda se ama, mas pior do que isso é sê-lo quando não se ama mais.

Não haveria História mais insípida e insignificante que a dos homens, se todos tivessem juízo.

O ridículo não existe: os que se atreveram a enfrentá-lo conquistaram o mundo.

Não te entristeças por não poderes já ver o que verão os que vierem depois de ti. Porque depois de mortos, terão visto exatamente o mesmo que tu.

Existem seres perspicazes a quem não é necessário mostrar muito para os instruir e que, do pouco que vêem, pressentem num ápice o que poderiam fazer.

O verdadeiro modo de vencer os escrúpulos é não deixar nada a perder a quem os tem.

Não o que o homem é, mas sim o que ele faz, é o patrimônio que não pode perder jamais.

Não poder suportar todos os maus carácteres de que a sociedade está cheia não revela bom carácter: e isso é indispensável no comércio das peças de ouro e da moeda.

O que não tem mais vontade nem mais gosto do que a vontade e o gosto alheios, pode ser tido como verdadeiro escravo.

O dinheiro destinado à beneficência não tem mérito, quando deixa de representar um sacrifício, qualquer privação.

Na maior parte das vezes, uma ideia nova não passa duma banalidade, velha como o mundo, de cuja realidade nos apercebemos subitamente.