Poema para um Lider

Há um limite nas dores e mágoas que termina a nossa vida, ou melhora a nossa sorte.

A meditação é um vício solitário que cava no aborrecimento um buraco negro que a tolice vem preencher.

É, realmente, um grande aborrecimento o fato da sabedoria só poder ser adquirida através de trabalho árduo.

Um escritor, um pintor, que conseguiram fixar numa página ou num quadro um sentimento das coisas do mundo, uma visão que durará para sempre, comunicam-me uma emoção profunda.

Qual é a utilidade de um bebê recém-nascido? (Respondeu quando lhe perguntaram qual era a utilidade de uma nova invenção).

A vingança é sempre o prazer de um espírito mesquinho, / de um espírito amedrontado e avaro. Podes ter a certeza disso agora mesmo: / ninguém se deleita tanto com a vingança como a mulher.

A finalidade das penas não é atormentar e afligir um ser sensível (...) O seu fim (...) é apenas impedir que o réu cause novos danos aos seus concidadãos e dissuadir os outros de fazer o mesmo.

Seria uma coisa triste ser um átomo num universo sem físicos. E os físicos são feitos de átomos. Um físico é a maneira de um átomo saber que existem átomos.

Será um conforto pensar que a fraqueza pode ser uma força, como uma saúde delicada é uma defesa contra as doenças graves?

A maior desgraça que pode acontecer a um artista é começar pela literatura, em vez de começar pela vida.

O artista que troca uma hora de trabalho por uma hora de conversa com um amigo sabe que está a sacrificar uma realidade a algo que não existe.

Se um tanto de sonho é perigoso, não é menos sonho que há de curá-lo, e sim mais sonho, todo o sonho. É preciso conhecer totalmente os nossos sonhos, para não sofrermos mais com eles.

A prosperidade é apenas um instrumento para ser usado, não uma divindade para ser adorada.

A caridade fingida do rico não é, nele, senão um luxo a mais: ele dá de comer aos pobres, como aos cachorros e aos cavalos.

Um bom general deve não apenas conhecer o modo de vencer, mas também saber quando a vitória é impossível.

É por vezes um espinho oculto e insuportável, que temos cravado na carne, que nos torna difíceis e duros com os outros.

Menosprezamos facilmente um objetivo que não conseguimos alcançar ou que alcançamos definitivamente.

O que é a virtude? É, seja qual o aspecto pela qual a encaremos, um sacrifício de nós próprios.

Publicamos para não passar a vida a corrigir rascunhos. Quer dizer, a gente publica um livro para livrar-se dele.

Se nos cai nas mãos um volume, por exemplo, de teologia ou de metafísica escolástica, perguntamo-nos: contém alguma argumentação abstracta sobre a quantidade ou os números? Não. Contém alguma argumentação experimental sobre questões de fato e existência? Não. Então, que seja jogado ao fogo, pois contém apenas sofismas e ilusões.