Poema Nao Chora mais ele vai Voltar
Cerrado goiano
Canta o vento na folha seca
Dos galhos ásperos e tortuosos
A flora chora por uma trégua
Craquelado em uivos dolorosos
É o arqueado doce seco cerrado
De campos densos e preciosos
Chão goiano irregular e sulcado
Povo alado, de serena alma a trovar
Este cerrado abarroado, elevado
Que o desencanto encanta o poetar
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
09/03/2016, 18'50" – Cerrado goiano
A poesia dá voltas, aquieta, agita, chora, ri, liça, reconcilia. Na alegria sempre latente, e na alma presente...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
2012, Rio de Janeiro
A POESIA QUE CHORA
A poesia que chora, desinspirada
Na solidão, que padecer me vejo
Na realização, e tão despovoada:
Sofre, implora, por um puro bafejo
Não basta ter a rima apropriada
Nem só desejo de lampejo: desejo
Assim, tê-la, no versar que agrada
Não, no amor findo, oco e sem beijo
No exílio e no vazio que me consome
Não basta saber que no tempo passa
Que tudo passa, quando só quero estar
A poesia que chora, ficou sem nome
Separada do sagrado e tão sem graça
Quando a trova teria de ser de amar...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
25/01/2020, 05’53” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
AVINDO (soneto)
Pálido, o luzir do raiar, cerrado sombrio
Chave lá fora, cá dentro o peito chora
Embalsamado no tempo que implora
Por afago, neste dia de um céu bravio
Sobre o leito do meu olhar a aurora
Em lágrimas escoadas do verso vazio
Melancólicas, com suspirar e arrepio
Que consola com a lua, branca senhora
E nos olhos rasos d’água, palpitando
A saudade, que dá aflição se abrindo
Em lembranças, que ali vai resvalando
Não te rias de mim, ó agrado findo
Por ti, no rancor eu velei chorando
Mas, no amor, paz e renovo avindo...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04/03/2020, 04’37” - Cerrado goiano
SINO DOLOROSO (soneto)
Plangei, sino! O cerrado chora essa dor vasta
Ecoado no infeliz peito e no soneto solitário
Dessa realidade vil de uma tirania tão casta
Do afeto que um dia foi por nós necessário
Cantai, sino! A sofrência no cortejo arrasta
Verdugos sentimentos solução no itinerário
Escorrem lágrimas que ao pranto não basta
Arde a emoção e a alma neste árduo relicário
Em repiques de pesar, em desilusão a finados
Tilintando rancores, ó carrilhões, que aí tala
Em campas de sanhas, e de renhidos brados
Toe, sino doloroso, que no silêncio devasta
Badala, bimbalha, e num soar o aperto exala
Brandindo o amor com uma emoção nefasta
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
08/07/2020, 12’10” – Triângulo Mineiro
Olavobilaquiando
INCERTEZA
Este, o soneto de sensação inquieta
Onde, ri e chora as horas de emoção
Chorado no papel, de um caro poeta
A fiel lembrança de cada uma ilusão
Este, canto de uma tenção completa
Que soa no peito com uma pulsação
De sofreguidão, de uma dor secreta
Cravada no sentimento e no coração
Este, que aqui versa o viver profundo
Lamenta a sorte e no mesmo segundo
De incerteza, rima o versejar tal amador
É para ti ó alma de afeto pendente
E a ti, ó paixão, se existe realmente
Vacila, e nem sabe do meu amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22/10/2020, 18’07” – Araguari, MG
TRISTE MENINA
Chora cá a tua morte pra eternidade
os soluços que assim a memoraram
as lágrimas arrancadas não secaram
nos carecentes campos da saudade
Aflitiva entre as aflitas a tua verdade
molesta por todos faltos que faltaram
as tuas consumições nunca cessaram
na tua meiga e agitada sensibilidade
Então, sonha aí, posta na conciliação
no teu moimento da campa santa
agora pode aquietar o teu coração
Dorme, na graça e na união Divina
dói n’alma o silêncio que agiganta
ide em paz, saudosa, triste menina!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28/11/2020, 11’23” – Triângulo Mineiro
Sétimo dia da Páscoa da prima Flávia Magalhães Nogueira
EUFORIA ...
Este contentamento impossível de conter
Que alegra, canta, suspira, chora, aflora
Vive no meu peito, em flores a florescer
Na duração sem fim onde o agrado mora
Sem fim, amplo, é vida, que vive a viver
Certeira e fatal, serena, ao fascínio cora
Que acontece quando tem de acontecer
Embora seja sedução, e sensação afora
Nada mais que um olhar, um itinerário
Tudo assim, mão na mão, querer diário
O sussurro, o beijo, um isto, um aquilo
E neste cenário bucólico de um amador
O desejo, o sim, a cumplicidade de amor
Faz a emoção cada, ter euforia e estilo... ...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
31/03/2021, 07'33" – Araguari, MG
(segunda dose da vacina da
Dona Maria de Fátima Brasileiro)
SAUDADE ANTIGA
Há qualquer coisa de saudade antiga
na poesia que suspira e chora agora
alguma coisa tal uma sensação amiga
na trova o brilho de sol posto, outrora
Há a razão de toda a agonia, que diga:
pesar que estrangula e vai noite afora
no sentimento, pensamento, ó urtiga
que pinica, intriga e não vai embora
É dor com alma, é dor humana, dor...
ó Senhor, preenche este verso incolor
com mais agrado e agrado possa ter
Ah! aflijo sem nome, ah! aflijo infrator
que o fado verse com cuidado e amor
prosa suave e, assim, sossego no viver!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Araguari, MG – 24/07/2021, 18’58”
DESLIZE
Eu da saudade sou quem chora
Da ausência, ilusão, desencanto
Se eu caminho na solidão agora
São motivos de trovar em pranto
A saudade é dor, volúpia ardente
Viva sensação, um remorso vão
Dá-me emoção amarga e quente
Injetada gota a gota no coração
E nessa saudade tão fria e feroz
Da tua privação, a aflição corre
Rimando versos tristes e tão sós
Vivo a suspirar como quem morre
E a lamentar se assim vale a pena
Essa saudade do amor de te amar
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
22/08/2021, 15’18’ - Araguari, MG
COMO UMA BORRASCA
Passaste como uma borrasca ferina
Que dilacera a recordação que chora
Da ilusão cheia de sofredora aurora
Triste sensação que o engano ensina
Ter-te e retirar-te, ó tão penosa sina
Que aperta o peito, inflama, demora
Na carência querer-te ainda te adora
No prosar te chamar tornou-se rotina
Amei, louvei, afeições que suponho
No pensamento os sussurros abrigo
E os silêncios na solidão cá ponho...
De minha alma tirar-te não consigo
A lembrança é espinho e falaz sonho
E a saudade suspira e sofre comigo...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
20/11/2021, 15’15” – Araguari, MG
MISÉRIA POÉTICA
Vi-a, erodente trova, chorã, fustigada
Vãs rimas, mesmo assim, com melodia
Em seu lânguido versejar, desvairada
Queixar do amor, qualquer, na poesia
Sensível, miserável. Verso apaixonado
Duma emoção, que assim, me seduzia
Escorrendo na trova ardor enamorado
Num prelúdio divino de afeto e agonia
Me feriu. Em cada cântico a dor ecoava
Do poeta golpeado, então, resvalava
Da poesia: pranto, sussurro e clamor
Suspirei. Gemia o verso num lamento
De inquietação, sensação e sentimento
Da miséria poética sofrente de amor...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29 julho, 2022, 14’33” – Araguari, MG
SONETO DE CARNAVAL
Chora a cuíca, a folia se apresenta
Bate o bumbo, samba, é só alegria
A mulata desce a ladeira, sedenta
Os bate-bolas, pelas ruas, ousadia
E vem o bloco do concentra, tenta
E não sai. Cadê a viva harmonia?
Na estação de Madureira, atenta
A velha baiana, gira, gira, rodopia
É bloco pra todo lado, pierrô calado
E colombina, menina, tão cantante
E distante, feliz amante, apaixonado
Afinal! é Carnaval, delírio e poesia
Quatro dias ao figurado abraçado
Pra na quarta-feira, tirar a fantasia...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
16 fevereiro, 2023, 15’57 – Araguari, MG
Meus antigos carnavais
SONETO QUE SENTE
O aperreado soneto descontente
Vive a soluçar inspiração sofrida
Chora, sente. Afia simplesmente
Uma ilusão e sensação incontida
É infeliz, tão descrente, carente
Com uma emoção, assim, perdida
Transforma o tudo em dor doída
Insolente, vive a suspirar na vida
Os versos são vãos, sem glória
Em uma poética e nobre escória
Que pela sofrência, reina, tirano
Mas, o meu soneto que sente, sabe
Que no olhar, no tempo, tudo cabe
Quando se tem um coração humano
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
25 março, 2023, 16'41" – Araguari, MG
O ALGUÉM
Em solidão cruel, tal o sofrimento
Em seguido sofrer, bravia tortura
Chora o versejar em triste figura
Criando versos com tal tormento
E ver no verso árduo sentimento
Facilmente dói, dor que não cura
Num vagar cativo de desventura
A quem crer apenas no momento
Então, não tenha todo o motivo
A quem dê a parte que lhe tem
Pois, toda a parte tem o relativo
Ó sensação, traga-me só o bem
Dando para o perverso corretivo
E ao meu verso o único alguém!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
06 julho 2024, 18’57” – Araguari, MG
te pedir e chorei
Chorei como chora um filho com fome
Chorei como chora uma viúva em velório
Chorei como chora um cavaquinho em noite de samba
Chorei, chorei, chorei...
No passado chorei
Hoje não choros mais .
Se pudesse
ser o bálsamo
da Mãe que
chora pelo
heróico filho,
da amada
que sofre
calada e das
filhas que
sentem falta
assim eu seria,
mas como
não posso:
deixo esse
e outros
capítulos
registrados
em forma
de epopeia
revisitada
em tempos
extremos
e de plena
vigilância.
Triste é a
história do
General,
e descontente
o tom sepulcral
que exigem
que a gente
pare de gritar
para o mundo
que ele é
inocente.
Faz sete meses
e mais um
dia na roda
gigante da
tirania
que realiza
revistas
surpresas
para ver se
não houve fuga,
e envia
forçosamente
para o exílio
quem discorda
da Ditadura.
"Me Chamam De Doido
Por Chorar De Amor.
Doida Era Minha Mãe
Que Mandava Eu
Parar De Chorar
Me Batendo!"
Tem dias que o coração chora em silêncio,
E os planos parecem folhas ao vento.
A alma se aperta num grito contido,
Mas há um refrão suave no firmamento.
O seria da tristeza de um coração
Que chora a angústia do amor
Torna- se a amargura
Que busca no choro
A libertação da emoção
De não querer pensar em você
Porquê a dor é imensa dentro do peito
E o amor vai se evaporando
Como a água em ebulição
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