Poema na minha Rua Mario Quintana

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E também sei o quanto é importante na vida não necessariamente ser forte, mas se sentir forte, se avaliar uma vez na vida, se encontrar pelo menos uma vez na mais antiga condição humana,encarando a cegueira, ficando surdo com nada pra te ajudar além de suas mãos e sua própria cabeça.

Sinto falta da época,
Que andar na rua, era sossego.
Que brincar, era com brinquedo.
E amar, era momento (eterno)

Sinto falta
Das conversas, as risadas sem medo.
Das piadas sem preconceitos.
Do caminhar de qualquer jeito

Sinto falta
De cantar sem entender
De pular sem perceber
De amar sem corresponder

Sinto falta
De um mundo imperfeito
Mas que no fundo, todos tinham respeito
E não viviam com medo de viver

Essa história é de um tempo
Em que a tecnologia não havia
Corrompido vida.
Pois hoje se corrompe até
mesmo o feto antes de nascer.

Inserida por Poema-as-Bruxas

É uma barbaridade o que a gente tem de lutar com as palavras, para obrigar as palavras a dizerem o que a gente quer.

Mario Quintana
Nova Antologia Poética

Sempre preferi deixar dezenas de mulheres esperançosas do que uma só desiludida.

"Você procura por alguém que cuide de você quando está doente, que não reclame em trocar aquele churrasco dos amigos pelo aniversário da sua avó, que jogue “imagem e ação” e se divirta como uma criança, que sorria de felicidade quando te olha, mesmo quando está de short, camiseta e chinelo."

Mãe, são três letras apenas as deste nome bendito
Também o céu tem três letras e nelas cabe o infinito.

“As pessoas não se precisam, elas se completam… não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida. O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você.”

Há duas espécies de livros: uns que os leitores esgotam, outros que esgotam os leitores.

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

(...) até que um dia, por astúcia ou acaso, depois de quase todos os enganos, ela descobriu a porta do labirinto. (...) nada de ir tateando os muros como um cego. Nada de muros. Seus passos tinham - enfim! – a liberdade de traçar seus próprios labirintos.

As pessoas sem imaginação podem ter tido as mais inprevistas aventuras, podem ter visitado as terras mais estranhas. Nada lhes ficou, nada lhes sobrou, uma vida não basta ser vivida: também precisa ser sonhada.

Não te abras com teu amigo Que ele tem um outro amigo tem e o amigo doteu amigo possui amigos também...

Desconfia da tristeza de certos poetas. É uma tristeza profissional e tão suspeita como a exuberante alegria das coristas.

Mario Quintana
Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006.

Quando um amigo morre, uma coisa não lhe perdoamos: como nos deixou assim sem mais nem menos, assim no ar, em meio de algo que lhe queríamos dizer ou – pior ainda – em meio do silêncio a dois no bar costumeiro? Que outros hábitos, que outras relações terá ele arranjado? Que novas aventuras ou desventuras de que não nos conta nada?

Mario Quintana
A vaca e o hipogrifo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

Não importa saber se a gente acredita em Deus: o importante é saber se Deus acredita na gente...

O homem – eternamente escravo de suas paixões pessoais – é absolutamente incapaz de imparcialidade.

Qualquer um pode se tornar um poeta quando está amando, o duro é ter que se fazer de um justamente por não estar.

"Enquanto o mundo ri e se diverte da vida
eu aqui sem razão, que me obriga a viver com o coração na mão !"

Vida
Só a poesia possui as coisas vivas. O resto é necropsia.

( in: Caderno H, (1945-1973), Porto Alegre: Editora Globo, 1973.)

Dos leitores

Há leitores que acham bom tudo o que a gente escreve. Há outros que sempre acham que poderia ser melhor. Mas, na verdade, até hoje não pude saber qual das duas espécies irrita mais.

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

Fisiognomia
Há longos narizes pensativos que parecem estar pescando. São uns introvertidos, uns inofensivos... O diabo são esses narizinhos arrebitados, sempre se dando conta de tudo.

(in: Da Preguiça como Método de Trabalho, 1987.)