Poema Entardecer
O DIA DESFALECE
Forte e dourada, a luz do pôr do dia desfalece
Pequizeiro em brilhos de sol, de glauco radiante
E um cântico de ave vaga eletrizante em prece
Nas galhadas tortuosas no horizonte distante...
Maritacas inquietas, rumoroso frege acontece
Iris de brilho rubro no cerrado de céu gigante
Tudo, ante ao espetáculo a formosura oferece
Tudo, radiante, resplandecendo cada instante...
Eu melancólico, no entanto, sentimento afiado
Suspirando o meu pesar, exalo toda está poesia
E mesmo assim, a minha saudade não aquece...
E, não esquecerei os entardeceres do passado
Bem como, agora, a ventura, o amor e alegria
Profundos na lembrança que não se esquece!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/04/2021, 17’35” – Araguari, MG
REPOUSAR DO CERRADO
Em redor do cerrado brinca o encantado
Alegre, vário, lindo, folgazão, divertido
Aguardando o ir do sol no céu abrasado
No entardecer, no horizonte escondido
No cenário rubro, do belo arrebanhado
Murmura o fascínio poesias ao ouvido
Prosando o sentimento tão acalentado
Em um mistério, sem qualquer ruído...
Obriga então o planalto altivo e airoso
A desfazer-se em penumbra caprichosa
Pra as estrelas surgirem em convulsões
E no cerrado o fulgor esvai melancólico
Escorrendo na imensidão tão anabólico
Em sensação, também, cheio de ilusões
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
20 maio, 2021, 06'10" – Araguari, MG
VITÓRIA-RÉGIA
As vitórias-régias e a praça arborizada
O cair-da-tarde no bairro de Casa Forte
Os jovens e adultos praticando esporte
São encantos de Recife, cidade amada
A natureza é encantadora
As coisas mais ricas estão aqui
Basta olhar ao redor
E se deixar sentir
Ouvir o sussurrar dos pássaros
Naquele fim de tarde
Aquele vento batendo em seu rosto
Sem saber de qual direção
Sentir o cheiro de terra molhada
Depois de alguns dias de chuva
Vem aquele sol repentino
E surge o verdadeiro arco-íris
Ao anoitecer bem na hora de dormir
Aquele barulho de chuva pingando no telhado
Um vento entrando pela janela
E a única coisa que te aquece é o cobertor bem aveludado
Noites de trovoadas
Chuvas bem fortes
O que resta é um café
E um bom livro
Ao amanhecer
Aquele por do sol
Que vista linda!
Merece até uma fotografia
Dias de sol
Pés na areia
Água salgada
Barulho das ondas
No interior
Tem as estrelas mais lindas
Tão iluminadas
De uma forma tão linda
A natureza é perfeita
Basta saber aprecia-la
E sempre cuida-la
Para termos privilégios como estes
CONCERTO… (soneto)
Concerto... de performance revestido
Em admiração e espanto, na cor canela
Onde o céu em rubor dispa da aquarela
Musicando e luzindo o horizonte pálido
Divinal, tal sinfonia com poético sentido
Desce a túnica da noite com lua e estrela
Deixando o sol com a alumiação de vela
Num cenário de um sentimento prazido
Orquestra, ó cerrado do Triângulo Mineiro
No sossego e silêncio doidejante e faceiro
Matizando o sertão com música e poesia
São acordes de cores de um cancioneiro
Cheio de harmonia e de mágico cheiro
Compondo-se de atração nesta noite fria
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17 de junho, 2020 – Triângulo Mineiro
Olavobilaquiando
AQUARELA DO SERTÃO
Entardece na cidade,
o céu é alaranjado,
se misturam novas cores
e ele fica avermelhado.
Aquarela do sertão,
nuvens pintadas a mão,
arte viva no roçado.
PERCURSO
É agradável contempla -lo,
no despertar da manhã,
ora tímido, ora ousado.
Espreguiça- se... levanta.
Discreto, invade meu quarto:
audaz, aquece meu leito.
Hesitante, me fascina
com seu jogo matutino.
Ah ! Quantas vezes, eu o vejo
fitando-me ardentemente.
Os seus lentos gestos trêmulos,
ofuscam - me ao meio- dia.
Quando chega o entardecer,
veste -se, com novo tom,
altivo ou triste. Assim parte.
Maravilhada, vejo-o
lentamente, declinando,
numa linha do horizonte.
Rubras sombras vagueiam
no silencioso céu...
CREPÚSCULO
Vê-se no silêncio, e vê, pela janela
O cerrado, eclodindo pra vespertina
Melancólico, perece o sol, e mofina
Outro fim de tarde, e a noite vela...
E ai! termina mais um dia, e revela
As horas, que a viveza se amotina
De sua rapidez, pérfida e assassina
Tão sem troco... - um atributo dela!
A melancolia no horizonte, é saudade
As sobras das lembranças, é desgosto
E o que se resta agora é outra idade...
Olhos rasos d’água narram o sol posto
Lúrido, duma emoção em calamidade
- de o crepúsculo do tempo no rosto!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17/03/2026, 17'00" - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
ÚLTIMO RAIO DE SOL
Último raio do sol, rubro e belo
No escurecer do excelso planalto
Ouro nativo, horizonte vai alto
Entre o negror um aroma singelo
Amo-te assim, o árido arauto
Que tens o tom do amarelo
Matizado ao vermelho, elo
Entre o impetuoso e o cauto
Amo o teu esplendor poético
De brilho lhano e tão casto
E o teu variegado frenético
Amo-te fulgor do cerrado
Encantado, de sonho vasto
- um entardecer denodado!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20 de março de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
A lua
Poe labaredas na alma
Da gente...
É tanta prata que sentimos
Vontade de voar
Pelo universo de sonhos,
E nunca, nunca
Mais voltar.
. Passos (Genelucia Dalpiaz)
Passos que vão ao longe
quase perto do infinito
sempre a procura de um lugar
mais aberto mais bonito.
Tentando sempre alcançar
a linha do horizonte
mas nunca vai lá chegar
é tão longe, tão distante.
O lugar que se quer chegar
não se sabe ao certo
mas continua a caminhar
pois pode estar perto.
Um lugar o sol possa brilhar
sem da humanidade se envergonhar
sem mortes, sem guerras, sem destruição
onde tudo funcione com o coração.
Um lugar onde haja fraternidade
um ajude o outro
onde exista muita igualdade
e tudo seja somente bondade.
Onde as rosas possam florescer
sem nada para perturbá-las
que seja novo cada entardecer
e belo cada amanhecer..
Subi ao cimo do monte,
pra ver a noite sentada...
Lá encontrei um amigo.
Nem dei conta da madrugada!
-- josecerejeirafontes
Por entre a sombra do bambuzal
Vazam os derradeiros raios de sol
O lago vai sombreando
Os pássaros recolhem-se
O dia se acaba de forma tranquila
Vento calmo de chuva que vem
Certamente, pelos clarões ao longe
Cheiro de umidade
Traz boas lembranças
De quando se era criança
Pingos no teto
Canção de ninar
Acalma a alma
Facilita respirar
Abrigado então
Fecho os meus olhos
Vejo as folhas, as flores
Acenando à criança
Que sorri ao passar
Responde o adeus
Retornando ao lar
Na face o sorriso
Mais sincero
Sorte a minha
Presenciar
Novembrosas
Desce o poente entardecido por novembrosas precipitações.
E impotente se afiguram as palavras benfazejas que renovam a esperança
ao aterrado desconsolo de minh’alma desarmada, desamada, talvez.
Queira morrer-me um pouco mais por esta noite,
absorto em fantasmagorias da religião.
Se em tua taça houver um pouco mais que amargor,
oferece-a à insaciedade de minha sede.
Abranda a secura que me aflige.
E, incauto, vem tragar minha paixão
no poente infindo em que vivi.
Cai a tarde azul calma e fria
trazendo um quê de tristeza
e também de nostalgia
no toque da brisa suave
que também tem sua beleza
Nos traz reminiscências
do cantar da Ave Maria
by edite/2016
Cai a tarde
Cai a tarde azul calma e fria
trazendo um quê de tristeza
e também de nostalgia
no roçar da brisa suave
que também tem sua beleza
Nos traz reminiscências
do cantar da Ave Maria
Que nada atrapalhe a sua noite e a Virgem Maria para sempre te guarde.
edite/29 de abril/2016
EFÊMERA DISTRAÇÃO
As pegadas seguem
Pra nenhuma direção;
Ao longo dessa viagem
Encontramos a emoção.
O frio é uma miragem
Que na nossa pele colou;
Dispensamos a bagagem
E carregamos o que sobrou.
Foi uma leve distração
Que o tempo esqueceu;
O que ficou então...
Foi porque não se perdeu.
Um abraço forte agora
Neste entardecer distraído;
Você não quer que eu vá embora
E que nem esteja divido.
Guimarães Júnior
Ave Maria
Quando a noite vem e, cerra o dia
como se trincasse entre os dentes
eu, desfolho em reza a Ave Maria
na fé dos preceitos transparentes
Onde se tem somente primaveras
a fleuma do entardece, poentes
e a elevação de todas as esperas...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro, 2016
Cerrado goiano
a diarista
já o lusco fusco chegando
com sua casca ressequida
o céu do sertão apagando
e as maritacas de partida
pela janela vai adentrando
silenciosa, está tal rapariga
espanando num desmando
sombreando, cheio de giga
tece a noite, vai-se o dia
finca estaca na imensidão
o canto da cigarra anuncia
o tardar, tolda a escuridão
o cerrado a noite cria
a melancolia recordação
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
segunda, outubro, 2019
Cerrado goiano
BOCA DA NOITE
na boca da noite, calar-se
o cerrado se cafua
o sol fustigado
a lua nua
o céu estrelado...
Anoitece, e o dia recua.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
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