Poema de Pobre
Foi um beijo...
Foi um beijo mentalizando na sua boca.
Só tuas mãos quentes me apertando e percorrendo pelo meu corpo!
Nada estava acontecendo programadamente mas a ansiedade que havia não era pouca...
Teu olhar ardia na minha alma e seus dedos perguntavam pra minha blusa
se meu corpo acolheria um delinqüente
descoladas as línguas um instante
minha resposta saiu um tanto trêmula.
🧠💭💭💭💭😘🍫
A eclipse lunar se aproxima,
e eu sei muito bem
o quê quero e não quero
para a minha vida,
do teu divino olhar levo
o tempo todo o quê alucina.
Só sei que não permito que
o meu coração seque como
vejo alguns corações secos por aí,
para que a seca não seja permitida:
é por isso que te quero aqui.
Um coração quando seca
é bem mais perigoso do que
a seca dos rios Negro e Solimões,
um poema nunca mais o toca,
nem mesmo imagens rupestres
podem ser encontradas
e nem mais se comove
diante de paisagens agrestes.
Quando um coração seca
nele não se encontra mais nada,
é o desastre batendo na porta
sem hora e sem data marcada.
O ÚLTIMO ATO DO GUERREIRO
Se tombares o guerreiro errado
Cuja força vem do ideal
Saiba que mesmo derrubado
Ele será resistência até o final.
Pra aquele que não tem
O que mais possa perder,
Já não teme nada e ninguém
E revela a verdade doa a quem doer.
Jogou o jogo atrapalhado
Crendo que o calaria,
Ferindo o melhor soldado
Você não pensou no que viria.
A palavra lançada certeira
É arma justa que não falha,
No último ato muda a história inteira
Deixando nú seu algoz canalha.
Pra aquele que não tem
O que mais possa perder,
Já não teme nada e ninguém
E revela a verdade doa a quem doer.
Estamos no Halloween
Tudo pode acontecer
Se não queres ser apanhado
Vais ter que te esconder
Está noite é tão escura
Não há lua para ver
Lobisomens ou vampiros
A ganhar ou a perder
Esqueletos a dançar
E morcegos a voar
Está noite é tão estranha
Até já vi uma aranha
Ah, se eu pudesse voltar!
Cair e rolar no chão
sem medo de se sujar,
correr no meio da rua,
não ter conta pra pagar.
Como era bom ser criança.
Ah, se eu pudesse voltar!
Comer goiaba no pé,
soltar pipa, pedalar,
jogar bola no campinho,
ir pra escola estudar.
Como era bom ser criança.
Ah, se eu pudesse voltar!
Ir pra casa da vovó
pra comer e engordar.
Ser sincero e verdadeiro
falando o que quer falar.
Como era bom ser criança.
Ah, se eu pudesse voltar!
Ser o futuro do mundo
e nem se preocupar,
brigar com um amiguinho
e ligeiro perdoar.
Como era bom ser criança.
Ah, se eu pudesse voltar!
Ter amor em seu sorriso
e bondade em seu olhar,
sonhar e ter a certeza
de que vai realizar.
Como era bom ser criança.
Ah, se eu pudesse voltar!
Querer que o relógio corra
fazendo o tempo passar
pra ser grande, ser adulto
e, quando a hora chegar,
dizer repetidamente:
Ah, se eu pudesse voltar!
Vaso quebrado
Mais um vaso foi quebrado
E não sei quem quebrou
Se bem que toquei
Pensei que fosse sólido
Porém me enganei
Do vaso vi as flores
Depois murcharam
A água derramou
E vi se espalhando
Senti me molhando
Então me esquivei
Até falei:
-Vaso olhe…
não me molhe…
O vaso se aquietou…
Nada mais falou
E tempo passado
Vaso de um lado
Eu de outro
Não sei se, se magou…
Passou e eu colhi flores
E no vaso coloquei
As flores logo murcharam
Então ao vaso indaguei:
- O que aconteceu?
O vaso disse: - Absorvi…
Sim, o vaso absorveu
A água que coloquei
E aí passou assim
A não alegrar pra mim
As flores não mais colhi
O vaso recolhi
Ficou guardado
E ali sozinho…
Logo o vaso se quebrou.
Tudo rede social
Livro feito de papel
Rarefeito
Sem efeito...
Tudo rede social
O falado fica por dito
Tudo escrito no digital
Faz download
Faz upload
De imagem escrita
De livros quanto quiser
Sem contar que é de graça
Podia alguém imaginar
Isso acontecendo?
Livraria fechando
Sem um livro físico
Pois, ninguém tá comprando
O povo pouco lê
Consome o que vê
Acredita na TV,
Na rede social
E jornal de canavial
Livro físico virou coisa banal
Fútil, sem serventia
Porque nem se folheia
Um revista de papel
Tudo rede social
Continuar a colher boas
sementes de Seringueira,
sementes de Olho-de-cabra
e para você me enfeitar inteira,
Nem mesmo o mau tempo
irá na vida me fazer desistir,
E não há absolutamente nada
que me faça esquecer de ti,
Não é mais segredo que te
pertenço e sempre pertenci.
FILME
Há dias que não existo, simplesmente me abstenho da vida e inexisto, não vivo, não choro, não rio e não escrevo.
Carregado de amargor, vago sem proposito, não há o que fazer. O céu é cinza, o clima é encoberto de monotonia, chateação e desinteresse.
Por quanto tempo isso há de durar ? Até quando terei que sofrer por esse sentimento frívolo que me traz frustação e ansiedade ?
Eu só quero que isso passe, que o dia acabe, que o tempo se quebre e o sol exploda, durante esse período seco e insensível, meu combustível é o ódio.
Talvez eu só esteja sendo dramático, fazendo suspense por algo besta, tentando romantizar o tédio. Não sei
Acho que as vezes não há protagonismo em dias que somos figurantes.
Barganha Trivial
O sujeito alorpado, loquaz e pacóvio havia o jaez frugal, porém tinha que engodar até o fenecimento. A balbúrdia existia nas vielas mórbidas contemplando o arroubo, e meu homizio sutil era ignóbil aos vastos alaridos cânions de blocos.
Fui ardiloso ao tal belicoso que enfatizava o hedonismo por curra e jurava o fugaz fleumático; minha alcunha era ígneo, pachorrento e parco. Com meu âmbito de sumidade supri o tal nódoa; pérfido de calamidades, perscrutou aos minuciosos cantos geométricos do lar, num desejo perene o pederasta ficava cada vez mais plissado, e eu taciturno. Ele estava rubicundo de voracidade, era leigo do existencial piso falso que eu adorava exercer o ócio. Como eu estava recôndito, estava pândego. Ele começou a suscitar, chorar e atreveu a tergiversar. Levantou, e foi ruar. Incólume estou aqui.
não era esta a independência que eu sonhava
não era esta a república que eu sonhava
não era este o socialismo que eu sonhava
não era este o apocalipse que eu sonhava
partido: o que partiu
rumo ao futuro
mas no caminho esqueceu
a razão da partida
(só perdemos
a viagem camaradas
não a estrada
nem a vida)
Quando Cabral o descobriu,
será que o Brasil sentiu frio?
Diz a História que os índios comeram o bispo Sardinha.
Mas como foi que eles conseguiram abrir a latinha?
Qual o mais velho, diga num segundo:
D. Pedro I ou D. Pedro II?
De que cor era mesmo (eu nunca decoro)
o cavalo branco do Marechal Deodoro?
A vida é feita por nós;
Nós que amamos;
Nós que choramos;
Nós que rimos;
Nós que criamos;
Nós que destruímos;
Nós que nos atam;
Nós que desatamos;
Nós que nos unem;
Nós, que vivemos
a procura de nós...
poente no cerrado
encarnado
sob o mesmo valsar
o dia vai sendo arrancado
por seres alados que se põe a pintar
os sons das cores ali ilustrado
pros sensores apagarem, e vir o luar
num só tom, escrevo, todo arrepiado
neste silêncio que faz poetar
o poente no cerrado...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26/03/2016, 18'25" – Cerrado goiano
O cerrado pede socorro
O cerrado é árido é dissonante numa certa harmonia
Te engole os olhos com a boca ávida de melancolia
O cerrado é plano por todo lado, torto e desencontrado
Neste desajeito pedregoso, espinhado, o êxtase é espetado
Cerrado ao longe provoca ilusão, maravilha o sol e escorre o calor
Tuas árvores e teu desencanto trás encanto e é sedutor
Cerrado de vasqueira água, fica deitado no lençol aquífero
Nestes poros transbordam renascimento e galhos frutíferos
Cerrado espesso, pele grossa e contradição
O homem e sua cruel mão, pinta na terra a tela da devastação
Destes campos velhorro
O cerrado pede socorro!
Cerrado não é cidade
É patrimônio da humanidade.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
08/042016 – Cerrado goiano
Desfolhos
Do outono no cerrado e seus desfolhos
Minha saudade caia ao chão fragoso
Do meus ásperos e mirrado tristes olhos
Em tal lira de verso aflito e rancoroso
Nos ventos secos e enrugados chiavam
Os gritos da noite numa solitária canção
Onde lembranças aos astros clamavam
Esmolando do silêncio alguma atenção
Só um olhar neste brado de compaixão
Um olhar, um eco, uma mão...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
30/04/2016, 18'00" – cerrado goiano
Eu, a poesia e o cerrado
Com os cascalhos do cerrado
e as saudades em entrelinhas
eu alicercei o meu versado
em sulcadas poesias minhas
e no horizonte além
deixei os meus sonhos
junto ao entardecer, porém,
não foram olhares tristonhos
nem sei bem se eram fados
ou lamentos do árido viver
só sei que eram suspiros calados
mas nas trovas tinha o querer
tinha poemas alados
tinha eu, tinha zelo, tinha o crer...
(também, tinha
o poeta mineiro do cerrado
em versos apaixonados.)
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
maio, 2016 – Cerrado goiano
Beleza
Mulheres que se apaixonam
Por flores,
É mulher
Que se semeia,
E nasce a cantar!
Mulheres de vários amores,
Mulheres sem se apaixonar!
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