Poema de Paixão
no olhar onde fundo me perco
há um laço que abraço me lança.
indomável onda, de brasas me cerco
dessa alma, que inquieta me canta
É no verso, desse mar que avanço
que ardo, no mesmo passo que danço.
alardo chama, incêndio me faço
abraço, velejo, entre vagas balanço
é dia, é noite, nesse vira e mexe
nessa dança que o vira não cansa
nesse mexe, que sem aviso cresce
e é lá, onde mãos nem chão preciso
nesse tecido, que em mim se tece
que valso, paixão navego perdido.
há um horizonte de linhas verticais, manto
onde, no querer de quem quer tanto
mora uma pressa a que não resisto
uma pressa líquida de poder tocar-te
gasoso ser-te, ébrio vicio
num intenso verde, suave colar-te
à esperança, de num imenso abraço ter-te
sem medo, desta urgência
que me faz pressa
nesta ânsia impressa
na sede dos dias de ausência
espero beber-te, pele, desassossego
este sem medo todo e sem pressa
quem sabe num dia, que o tempo não meça
o poder olhar-te, assim para sempre
não, não há tristeza sem senão
mas há um certo ar, não resisto
um inverno arrepio de verão
que na beleza, sempre existe
não sei se olhar, se expressão
se por dentro um traço-esguio
só sei de um certo ar, perdição
um se-me-toca, estou perdido
um marejar raro e persistente
um quero fugir, mas não consigo
haja quem, ar-tão-assim, aguente
mas se, eternamente, o belo existe
que a perdição seja permanente
mas a tristeza, nem sempre triste.
Se saudades muitas
De mim tiveres
Muitas, de insuportáveis mesmo
Que pelo tamanho, de tão grandes
De teu peito irrompam
Tantas
Que de brasas pareçam ser
As mãos que me toquem
Os lábios que me percorram
Os olhos que me fitem
Fogo desmesurado em mim
Se for tudo assim
Tudo tão grande
Fogo que se expande
Serei eu, enfim...
Nossa lua
Lembre-se de nós sorrindo
Que hoje escrevo chorando
A dor de um amor florindo
E nunca desabrochando.
Não se esqueça da taça de vinho
Que ficou pela metade
Igual ao nosso carinho
E hoje vivemos de saudade.
Mas bem sei que nunca me esquecerá
O tempo é nosso inimigo
Mas as lembranças vamos guardar
E se nunca me reencontrar
Não se esqueça que sou poeta
E meus contos tu vais morar.
@CarvalhoEscrito
Cores
É incrível, como levamos tanto tempo para se conectar e tão pouco para quebrar essa conexão, hoje te olho e viro o rosto, não por raiva mas por medo do que vou sentir se você sorrir.
Somos tão semelhantes e ao mesmo tempo tão diferentes, será mesmo só os opostos se atraem?
Fernando Anitelli disse " os opostos se distraem os dispostos se atraem" eu pensei que estávamos dispostos mas será que o suficiente?
Era como seu eu fosse o laranja e você o roxo, duas cores bonitas, chamativas, que quando se misturam com outras cores ficam mais bonitas ainda mas se se misturarem viram marrom, uma cor sem vida, sem exuberância alguma, mas aos meus olhos esse era o marrom mais bonito que já tinha visto, mas aí aconteceu de novo, o roxo foi embora e com ele o meu amarelo, o que me resta agora é ser branco, um branco esperando alguém colorir...
" Palavras,
que colares não faríamos com suas consoantes
que casos não teríamos com suas vogais
palavras, seus enigmas são fascinantes
suas verdades,
únicas...
ACREDITO NOS VOTOS
Acho que nasci no tempo errado.rs
Não acredito em relacionamentos vazios,
não quero sair pegando geral porque isso de verdade não preenche a falta de ter algo real e que dure a vida toda.
Eu realmente acho lindo ver duas pessoas velinhas de mãos dadas, ouvir histórias de amor que duraram mais de 60, 70, 90 anos.
Sério isso realmente são coisas que eu desejo pra um futuro relacionamento, com minha futura esposa!
Acredito que ainda vale apena cartas escritas a mão, dar flores e fazer serenatas.
Acredito no amor a moda antiga, talvez eu seja um bobo ou careta em idealizar algo que quase ninguém mas acredita.
Mas eu tenho total certeza que os votos matrimoniais são promessas que deve ser cumpridas!
Eu acredito no amor real, no amor que é cultivado todos os dias por duas pessoas, que passam a vida inteira em uma batalha para ver quem vai fazer o outro mais feliz.
Acredito no amor que não é egoísta nem ganancioso, que cumpri a promessa de ama e respeita todos os dias da vida, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença até que um dia morte finalmente encerre uma longa e linda história de amor entre dois corações.
E você, no que acredita?
Ganhei um novo amor
Sol na sua cara
Sublimando sua cor
E essa cor, tão bela
Minha flor amarela
Cara de sorte
Que vê estrela-cadente à luz do dia
Trevo no deserto, mão de figa
Guardando os seus dias
Será que é isso que estou vendo?
Isso não tá acontecendo
Eu deveria ter previsto
Isso não tá acontecendo comigo
Eu prometi nunca mais me apegar
Jurei não me entregar
Mas quando esse rostinho eu avistei
Automaticamente eu me apaixonei
" Sem amor, a linha é torta
indecifrável
sem amor, a luz não insiste
total desapego
sem amor, há parco desejo
e o que há é passageiro
não sobrevive
morre,
sem amor, a linha não é reta...
Vento
Toda menininha cresce,
Só não cresce a menininha
Que me encanta em teu olhar.
Ah! Se tu soubesses me amar,
E não apenas me gostar.
Nunca mais iria me deixar.
Esse vento!!!
Que te levou pra tão distante,
Mas nunca pôde me afastar...
Seria apenas uma brisa,
Que ao nosso amor
Teria vindo afagar...
Edney Valentim Araújo
1994...
Vencendo os limites,
- eu me vejo em ti -
Rompendo convenções
- eu me vejo em ti -
Imaginando mais de mil fetiches.
Cantando os sonetos,
- eu escrevo por ti -
Colhendo as flores,
- eu vivencio por ti -
Cultivando mais de mil sabores.
Enamorando os poetas,
- descrevendo-te -
Encantando as sereias,
- embalando-te -
Ao som das conchas singelas.
Alçando o impossível,
- relembrando-te -
Pedindo o teu perdão,
- surpreendendo-te -
Com o meu beijo cheio de paixão.
Afinal, eu sou tudo e nada,
Apenas aquilo que não se espera
De uma dama e poetisa,
Um verso do avesso,
Brisa sem eira,
Aroma que enfeitiça,
Poesia sem livro,
Intimidade desconhecida
Que roubou o teu juízo.
Alonga o teu olhar para ver
A figueira aos pés da duna,
Os frutos tão ricos da alma
De um segredo que é prece,
Eu pude colher os figos
Sob a Lua para fazer um doce,
E também para fazer sentido
- bendigo -
Só para ser exclusivamente tua.
Sempre fugimos do mundo,
Porque nos reconhecemos em tudo.
Sempre fugimos de gente,
Que não ama, não sorri e não protesta.
O amor não surgiu em vão,
Ele nasceu para iluminar a Terra.
Existe uma dolência que nos une,
Nunca chegará a se tornar escuridão,
Resistirá em nós o mesmo Sol,
Que nascerá e que se dobrará;
Persistirá como saliente brasa,
Deslizará como mão que afaga,
Com o doce beijo que não para,
Será muito mais do que chama...,
E queimará muito mais do que fogueira
Em noites de luar, e não tente duvidar!
Amor sempre teremos de sobra!
Tu és como mar que leva o barco,
Assim é a carência que nos dobra;
Afirmativa é a boca sedenta por água,
Nós chamaremos insistentemente - a toda hora,
Seremos uma luz que não se apaga;
Um nó do destino que não desata.
Existe um amor que o mundo enxerga,
Não há ninguém que discorde,
E muito menos nos afronte,
Estamos prontos para a epopeia,
Que há de fazer a história,
De duas almas severas;
Tão doces quanto valentes,
Sementes lançadas ao vento,
Resistindo ao veneno,
Do cotidiano que é quimera.
Amor: aprecie a cantiga do mar!
Observe como gingam as correntes,
Tenho que te confidenciar:
- Eu quero te mimar!
O quê pensam as gentes?
Que somos inconfidentes.
Eu sou a tua rosa solar,
Regada pela água do mar,
Poesia e repente de amar.
Dissolvida pela encruzilhada
Causada por uma decisão,
Esquecida pelo afastamento
Da tua presença fui lançada,
Cantante dos versos deste fado
Em companhia da solidão
Do luso-mineiro largo,
Derrotada pela autoridade
Que só o tempo é capaz de ter:
Eu jamais consigo te esquecer.
Entretida pela chuva e pelo sol,
Acompanhada só pelo vento,
Arrependida por não te ouvir,
Esperando-te a todo momento.
Entristecida pelo abandono
Que eu mesma me impûs,
Não ando enxergando nem a luz.
Sozinha por ter fugido do querer,
Sei que corro o risco de te perder.
A chuva de prata anuncia:
o amor que você confidencia.
O sabor da vida desafia...,
é amor que também escandaliza.
A artista desenhando a estrada,
a alma de um homem estradeiro,
A vitória de um amor perfeito,
a vida celebrando cada passada.
A janela do tempo aberta,
- o amor que você acredita
É flor desabrochando no canteiro,
- a poesia antes desconhecida.
O rouxinol na mão saudando
o dono do viveiro,
O fado manso na tua mão,
o mel em forma de canção.
O vento batendo na janela,
a Lua iluminando o chão,
O Sol projetando o amanhã,
a vida é sempre uma promessa.
Fantasio na surdina,
Revivo na alvorada,
Comemoro na aurora,
Estive ao teu lado,
Embalada pelo beijo,
[Selo] de outrora,
Universo de poesia,
Outrossim, sinfonia.
Prevejo na calada,
Rememoro a neblina,
Esparramada alfazema,
Sensualidade albatroz,
Provocação extrema,
Janela aberta audaz,
Terra de Geraes provada,
Por ti entreguei-me inteira,
Ainda te pertenço sem dilema.
Vento que assobia,
Que desassossega as folhas,
Vento que brinca,
Que desinibe a flores,
Vento que sacode,
Que do livro vira as páginas,
Vento que transporta,
Que leva o meu perfume,
Que faz com que ele penetre
Nas tuas frestas e bata na tua porta.
Sou o vento que balança
A tua janela, espera!
Quem espera sempre
- alcança -
Nunca se perca de nós;
Entenda a nossa cumplicidade
Que vive de esperança
E de pé na Terra.
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