Poema de Pablo Neruda Crepusculario
Confissão de solitário
Me alimento da fome.
Meu amigo é o tempo.
Respiro as fumaças das noites.
Tusso o vazio das águas, sem nada, dos meus pulmões.
Enxergo, quando enxergo, é apenas para me localizar no pântano frio de almas negras.
Meu interior é vazio, vago para qualquer corajoso passar.
Não tenho coração, se tenho, é de pedra.
Sou como a alma solitária, que quer ajuda, porém assusta...
Quando saio, chove.
Quando sorrio, e se sorrio, é de tanto chorar.
Sou o resto das queimadas de lugares tenebrosos.
A coisa mas intensa e mais importante que já provei foi o amor. Olhar para uma pessoa e vê que aquele sorriso era a única coisa que importava, nem a tristeza de uma perda fez eu deixar de sorrir.
Estava sorrindo com o amor e a tristeza dentro de mim, fazendo eu sentir o real sentimento da palavra AMOR.
Ver a vida como uma caixa de surpresas;
muito se ganha e muito se perde;
algumas coisas vem e outras vão;
sempre se tem: um desejo, uma vontade, um sonho;
Mas tudo, incondicionalmente, "tudo" se torna claro;
somos mesmo felizes com o que um dia não desejamos, nem tivemos vontade e de uma forma ou outra vivemos em sonho nunca antes imaginado.
Sei quem és
Se eu soubesse seu nome...
Mas sei como se chama o teu olhar;
Estrela é o seu nome,
Pois, seu brilho é pleno e radiante
Quando contempla o meu céu.
Se eu soubesse seu nome...
Mas sei como se chama a tua boca;
Tentação é o seu nome,
Pois, são como um labirinto
Onde a minha boca
Anseia por se perder.
Se eu soubesse os seus mistérios...
Saberia, quem realmente é;
O que pensas...
O que desejas...
Mas como sei,
Que jamais saberei
Quem é;
Conformo-me em saber
Que você tudo oculta
Por nada dizer.
Ser essência
Seja sempre a sua essência
Pois ela é a perfeição
Não desejes ser o que querem que você seja,
Mas, seja aquilo que verdadeiramente és...
A imagem e semelhança de Deus.
Pois, se não fores,
A iniqüidade te consumirá.
Olhar
Olhar que tudo percorre,
Olhar que sente,
Olhar que adentra,
Olhar íntegro de segredos.
Olhar...
O seu olhar diz tudo daquilo que não revela.
Sofrer?
Amargura...
Ilusão?
Limite?
Porque sofremos?
Mesmo que não ansiemos
Ele sempre peregrinara em nosso caminho.
Como é experimentar o que não é sentido?
Se não me conheço,
Talvez já não exista mais...
Se já não anseio por existir,
Talvez resolvesse renunciar
A caminhada sem fim, com a dor.
Além dos olhos
Alguma coisa em mim,
Ambiciona a matéria...
Aspira apegar-se ao que é temporário;
Mas, porque colher frutos podres?
Alguma coisa em mim,
Anseia por aquilo que não vejo...
Deseja admirar a sua face. Que face?
Mas, porque o invisível?
O que fazer?
Contemplar aquilo que nossos olhos enxergam?
Ou imaginar enxergar o inimaginável?
“Tudo passa”.
Meu vicio
Meu vicio é difícil de entender
Requer tempo, meditação, vontade de vencer,
Lutar e lutar sem esmorecer.
Meu vicio conquista fácil
Alucina sem perceber,
Quando dou por mim, já foi.
O que me diz alguma coisa bonita,
Nos sinais, entrelinhas,
Vida! Faz-me te merecer.
Já não cabe em mim, tamanha vontade
Entre lagrimas e sorrisos,
Desejo, de querer-te.
Despertar
“Depois daquele dia, decidiu que nada mais escreveria para ela, pois se o amor pode lhe ferir ao invés de fazer-lhe sorrir, não poderia demonstrar tais sentimentos por alguém tão frio.
Jurou por Deus, que jamais as flores pagariam por tal pecado, hora morno, hora um amor sem laços, desatou a fita que lhe vendava, podendo assim, sentir a verdade. E por vezes a verdade faz arder até mesmo o mais puro sentimento.
Com um pouco do que sobrou em seu copo, gole a gole, experimentava os arranhões, ali tão presentes, que insistiam em sair de sua alma, tornando as lágrimas um dia azedas em presente tão doce.
Coube distribuir apenas o que restou para o mundo novo, sorriu e sorriu, meio amarelo, de canto e sem graça, como quem diz que depois de palhaço, resta apenas distribuir risadas. Tamanha foi sua sorte, que não poderia imaginar, em sua pequena platéia, mesmo com um espetáculo tão sem graça, alguém admirou seu sofrer.”
ÊÊÊ Senhor...
Enviou-me para cá para
comer, dormir,
estudar, trabalhar.
Amar, não.
Mas fazer o quê né?
sou humano, errei
ocorreu-me essa mutação...
Jogou pedra na cruz
Palavras ao vento,
Olhares vazios.
Trocou a roupa
Escolheu os sapatos,
Enfeitou as palavras.
A melhor marca, o melhor sonho,
A unica forma individual de viver.
O coração blindado
O sentimento escondido,
Para dar valor a insignificâncias.
Apagou a luz, deitou e dormiu,
Mais um dia perdido, obsoleto e vazio,
Escolheu ser mais um retrato na parede
Do que uma cor perdida, que pinta alegrias,
Na paisagem cinza da vida.
Concreto, fé e suor!
Sonhos de uma selva,
Humanamente de pedra.
Do pó as muralhas
Que protegem, cercam e separam,
Aniquilando liberdade e sonhos.
Reféns da própria ganancia!
Amarrados pela fome do luxo!
Aonde o chão é feito de concreto
Lagrima alguma pode tocar,
Não se permite fazer a vida
Ou a esperança brotar.
Há quem se preocupe com as folhas
Tem aqueles que se preocupam com a vida,
E tantos outros que não estão nem ai.
Há quem misture
Tristeza com alegria!
Também quem faça fofoca,
E aqueles que usam ironia.
Diferentes sentidos
Com variados “porquês”.
E ainda tem gente que insista em julgar
Como você escolhe viver!
Talvez por isso essas vidas
Não sejam tão divertidas!
E ao invés de acompanhados
Vivem em um universo mesquinho,
Fazendo da vida uma enorme perda!
Sem sentindo e nem caminho.
Será eterno
Apenas o momento,
Que escolheste viver!
O resto serão folhas.
Que caem nos outonos,
E sobras de amor...
Que florescem na primavera.
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O face é mais uma ferramenta,
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Sorriu...
Quando ninguém sabia,
Contagiou com amor,
Velhos pensamentos vazios.
Fez o coração pulsar,
Quando já não havia, esperança de vida,
Ao olhar sem desejar, tocou almas para curar.
Por fim...
A criança coloriu a casa,
Com a única coisa que possuía,
Sua alegria!
Mais uma virgula
Mais uma pagina,
Mais uma história!
Se vivem varias vidas
Assim sem saber,
Por meio dos livros.
Se respira o impossível
Torna-se real o pensamento,
Indivisível, invisível e intimo.
Calcanhares
Lentamente os calcanhares tomavam o corpo de assalto, voltando os passos dados, como uma tentativa de retroceder no tempo. Em vão, assim como o olhar lançado ao espaço vazio, cortando os sentimentos confundidos, em alguns momentos parecia ser amor e em outros parecia apenas mais uma noite de solidão.
Não havia a possibilidade de um dialogo por menor que fosse a vontade, pois as palavras não faziam qualquer questão de confortar. Era apenas alguém, um objeto, como tantos outros, que ali se deitaram na esperança de esquentar um corpo, preencher um coração, fingir uma emoção.
Crônicas absurdas lidas ao avesso, mais parecidas com notas musicais tortas, para combinar com a imperfeição dos corpos e todos os defeitos que se tentavam esconder, mesmo com o apagar das luzes, o escuro consegue enganar os olhos, mas não consegue confundir a mente.
Não há roupa ou maquiagem suficiente, para tapar tantos prazeres que a carne, mesmo a boca dizendo não, insiste em se entregar. Pode ser um alguém, pode ter um nome ou ser dono de um sorriso, logo abandonado, logo esquecido e quando acaba a sede, por momentos se mostra triste.
Olha as paredes, observa o teto, faz criticas pela falta de organização, pela falta de bom gosto na decoração. Fala e revela para si mesmo que aquela é a única vez, a ultima tentativa de ser mais individuo vazio.
Pensa em alguma desculpa, sem a necessidade de ser convincente, apenas como rota de fuga ou ponto final. Imagina uma boa cerveja gelada esperando por você. Não se importa em saber que não haverá próxima vez.
Essa é a vida, são assim que as escolhas ditas banais são feitas, parecendo filmes com roteiros programados. Ouve um sussurro ao fundo, mesmo tentando ignorar, responde com a voz calma, para não entregar... Vai fechar a porta, não vai ligar e se o acaso ajudar, será apenas um pecado a mais para perdoar.
As marcas da mão
Escondem uma vida,
Leves toques e olhares
Disfarçam o sentimento.
Passado guardado...
Na mente, subconsciente,
Como noites e dias,
Respirados de forma intensa,
Como velhos amores...
Que chegam e não guardam lugar.
De tantos sonhos antigos
O presente persiste,
Em trazer o futuro...
Carregado pelo vento.
Ao acaso das escolhas
Quem sabe outras rotas,
Para quem deseja outras bocas,
Na procura desvairada...
Respirar a vida.