Poema de Pablo Neruda Crepusculario
Águia
Agora é hora de conhecer lá fora
De ir embora pra imensidão do ar
Sou como flecha pronta pra atirar
Miro-me no alvo, deixo-me escorregar
E assim vou voando ao óbice1 da vida
Resgatando o meu direito de ser águia e voar.(bis)
Amanheceu e o sol nasceu
Eu vejo a vida despertar
Sou como flor, pronta para exalar
O seu perfume, solta-se no ar
Cantiga de Amor
Como és belo ó flor que vi nascer
Teu perfume e tua feição me cativou
Como és bela ó flor que me encantou
Teu interior irrompe tanto amor
Amor nascimento inexplicável
Veio habitar o meu ser e o teu ser
Como imagem e semelhança do criador
Nossos frutos terão nosso sabor
Juntos somos a construção do mundo
Nossa missão é viver o amor
Na terra, dentro de nós mesmos
Seja onde for, o Amor existe.
Nem as águas da torrente apagarão
A energia que nos faz crescer
Por sua causa somos seres infinitos
E ao criar nos fez para brilhar.
Devaheira
“Devaheira, Adonai
Divrei Emet*.” (bis)
Você vem com suaves melodias
Devolver-me a alegria e o sorriso
Você está nas notas da canção
A qual meu coração não se cansa,
de ouvir e cantar.
Não tenho palavras para compensar tuas melodias
Que na minha alma se instalam
E aos poucos vão tornar-se infinitas
Como as canções que o tempo trouxe e a história fez.
Tens contigo o íntimo da minha vida
Tenho comigo o íntimo da tua história
Somos amigos infinitamente amigos
Somos livres no contemplar do amor
Esta Canção
Esta canção,
que canto agora
Vai para quem sofre
E sem demora.
Esta canção, que eu dedilho
Vai para quem é
Um grande amigo.
Esta canção,
voa no vento.
E vai buscar
Quem está tenso.
Esta canção, na luz de Deus
Vai colocar o Amor
Em movimento.
Esta canção,
vai pra quem está partindo
E deixando saudades
De um coração menino.
Esta canção, é para quem leva
No peito a dor,
de deixar o que lhe resta.
Esta canção,
vai para aquele que acredita
Que as coisas na vida
Se exalam como a flor.
Esta canção,
no coração do cantor
Expressa o que ele sente
Revela o seu amor.
Esta canção,
que termino agora
Ficará para sempre em minha memória
Esta canção,
que é a própria vida
Se faz agora,
A minha única saída.
A vida é tão bela
Se você está cansado de caminhar
Faça silêncio interior
Para a vida precisamos do verbo amar
Descubra o motivo da tua dor.
A vida é tão bela!
As pessoas vêem o mundo com seus olhos
A vida é tão bela!
Que olhos para a vida, você tem?
O homem nasce puro para o amor e pra paz
Parece que no caminho ele se desfaz
Sei que não sou tão perfeito
Mas sou perfeitamente amado por Deus
A vida explica a própria vida
Não tente você brigar com Deus
Sinta a verdade que vem de dentro
A resposta está em seu firmamento.
Vir em Tua Casa
Mesmo nas tribulações
Ouço a voz do Amor
Ressoar em meus ouvidos
Me trazendo a paz
Eu o procurei em muitos lugares
ELE estava bem aqui
Dentro de mim.
Vir em Tua Casa
É perceber que sou amado
E posso amar
Vir em Tua casa
É reconhecer
A humanidade do meu ser.
Como a chuva que molha o chão
Fecunda em minha alma a luz da canção
Doce vida sem distinção
Viver a inclusão
É minha missão, minha vocação.
Laços de Inocência
Entre as mãos infantis, a inocência
Cuidando de outra criança desprovida
Um século de mãos, em negligência
Que negam amor e segurança à vida
Mas na escuridão, uma luz reluz
A compaixão, como estrelas a brilhar
Aqueles que estendem a mão, a sua luz
Podem nas almas feridas, cura plantar
Assim, na correnteza da existência,
Onde a dor e o amor se entrelaçam,
Encontramos na nossa experiência,
Que é no ato de dar que nos abraçam.
Que o mundo se encha de mãos que doem,
E o amor nasça onde antes havia só poeira,
Pois é na ajuda mútua que floresce o que é ser humano,
Nessa dança de dar e receber, a vida verdadeira.
Na profundeza obscura do meu ser
Habitam angústias e desejos sem fim
Em busca de algo que eu possa conter
E dar um sentido ao que sou e ao que vim
Desfalecendo de amor
Pobre de mim quando você partiu
Eu parecia um barco no mar
Prestes a tão cedo naufragar
Sem força e leme para conduzi-lo
Meu coração como uma folha seca sem destino
Levada com força pela correnteza
À mercê das rochas e incertezas
Angustiada, como uma biblioteca sem livros
A luz do sol brilha através da janela
Mas, para mim, o dia será de sombra
Farei com que minha alma se esconda
Somente à noite, contemplarei a lua bela
Entrego-me à escrita com afinco
Conto para os papéis sobre meu amor
Que ao perdê-lo, a dor, meu sorriso levou
E derramo todo sentimento que deveras sinto.
Lucélia Santos
Dor
Sinto que minha força esgotou-se
Rompeu-se as amarras e fui ao chão
Queria caminhar nas ruas em escuridão
Fugir da excruciante dor, de seus açoites
Ainda que eu mergulhe em alto mar
Rapidamente ela me seguiria
Lá no fundo me dominaria
Ela sempre vai me encontrar..
As provações nos rasgam por dentro
Comprimem com força o coração
Causando um caos, e a solidão
Acelera drasticamente batimentos
Sentimentos de impotência e inutilidade
As mãos não alcançam, nada a fazer
Só Deus sabe o que irá acontecer
Resta confiarmos nele de verdade.
Lucélia Santos
Cálice
Sem teus beijos quase morro de amor
Beberia do cálice proibido
Sem ver-te, seguir não consigo
É um castigo suportar tamanha dor
Se ei de desfalecer, que seja em teus braços
Ao deitar-me, minha alma grita de angústia
Tão melancólica, sussurro a nossa música
Em meu peito abriu-se um buraco..
Esse amor é fogo e flameja em mim
Viver sem ti, eu não suportaria
Fui tragada pelas chamas da paixão que vivia
Mergulhei no mar para delongar meu fim
Nessas águas, a minha dor clama e retorce
Um ser, diante de um cálice, solitária e selvagem
Se teu amor, minha tristeza afugentasse !
Sigo faminta da tua voz e do teu olhar que me envolve.
Lucélia Santos
Sociedade Poética
Feliz de ti, oh homem desejado!
Que ao ser amado por uma poeta, tu nunca morrerá
Pois em seus versos ela o eternizará
Falarão de ti e por toda vida serás lembrado
O amor a consome em total insanidade
Ainda que sangre seu coração, e seja quebrado
Tu jamais morrerás afogado
Pois sem ti, ela não respira de verdade
Quem faz poesia doa fôlego de vida
Ergue uma alma flagelada
Aquece corações e alivia a carga pesada
Converte trevas em paisagem florida
Sociedade Poética invencível, que sabe amar
Inspirações ardem como labaredas
Perscrutam as entrelinhas do mundo, na certeza
Que uma centelha de luz encontrará.
Lucélia Santos
Entre-páginas de um velho diário!
Em meio aos raios de luz do entardecer
Doce harmonia… Pura poesia… Magia…
Embaixo de um céu azul
onde os pássaros embelezam essa tela divinal!
Ouço o eco das memórias perfumadas
que tenho guardadas.
Surge uma sinfonia de recordações mescladas de sentimentos bons,
'prendas do tempo'.
Pensamentos esvoaçantes
voam livremente como folhas outonais.
Livres de estresses.
Num território que não existem falsidades, tampouco adversidades.
Apenas saudades!
Folhas agitando buliçosas.
Esmiuçando histórias
onde borboletas multicoloridas enfeitam esse longínquo passado.
Dando vida… Num garboso revoar!
Nesse belo jardim da memória de delicadezas sem fim
trago ternuras orvalhadas pelo tempo,
memórias de outrora.
Me deparo com pétalas de amor
nas entre-páginas de um velho diário
adornando o cenário,
cartas românticas, bilhetinhos escritos para mim.
Hoje, visto-me de poesia e vou (re)vivendo momentos, beijos e carícias,
abraços envolventes...
Ah!… doce mocidade
que passa tão rápido
como um raio de felicidade!
Rosely Meirelles
🌹
Solitude solitária, a solidão sutil,
Um estado estranho de desamparo hostil,
Onde o vazio enche o espaço vazio,
E a escuridão devora o que é brilhante e frio.
A solidão é um labirinto intricado,
Onde pensamentos se perdem, torcidos e dobrados,
Ecoando em corredores sem fim,
Apenas para morrer sem um eco ou um sinal.
É um estado de melancolia,
Onde a tristeza se mistura com a nostalgia,
Onde a esperança é um fio tênue,
E o desespero é o único companheiro na jornada.
Mas mesmo na solidão, há beleza,
Um silêncio suave que acalma a natureza,
Um tempo para reflexão e contemplação,
E um espaço para encontrar uma nova inspiração.
Quando a solidão te encontrar,
Lembre-se de que é apenas um momento passageiro,
Um tempo para olhar para dentro e crescer,
E um tempo para se preparar para o próximo capítulo da sua vida.
Bem vindo Março!
Que será um Marco
As água que levam e trazem novos rumos.
Abençoados os corações esperançosos que transbordam amor.
Pois sem amor, nada seremos nem mesmo seríamos
Pode ser sobre mim,sobre você ,sobre nós.
O nós feito da cumplicidade do olhar da troca que ficou,do toque que eternizou.
Se é poesia? Não sei.
Se é poema?Talvez.
Se é arte? Sempre.
Obras do universo paralelo.
É loucura te amar
mas sou um louco, sabia disso?
Então continuarei aqui, escrevendo
até que você apareça e me faça um
homem
louco.
Louco,escritor,"poeta"
vários títulos, mas
ser seu é o meu único título.
(texto do meu livro, @uffael)
Tempo
Nada.
Meus filhos nunca quiseram nada.
Tudo.
Meus filhos sempre quiseram tudo;
E eu não sabia.
Havia.
Havia uma chance nova à cada dia.
Houveram.
Houveram "revanches", como às chamo ao lembrar-me;
Mas às desperdicei como quem desperdiça a vida milésimo a milésimo de segundo.
Queria.
Do meu âmago eu realmente queria,
Abster-me de todo o lucro que obtive em vida para saciar a fome de presença que meus filhos desejavam;
Queria de fato, agora inapto, ter visto seus olhos lacrimejantes e sentir o peso do mundo sobre minhas costas, ouvir seus soluços solitários em seus quartos e compreender minha falha.
Busquei?
Não, eu não busquei as respostas ou melhor,
Não fiz as perguntas certas;
O preço da ausência muitas das vezes se manifesta de forma abstrata e até incolor.
O preço da ambição desmedida,
É o fim do amor...
Tudo o que eles ansiavam tinha um nome: Tempo.
Metáfora
A vida é um floco de neve.
Também pode ser uma lata de lixo se você prefere;
A vida é como uma prece.
Mas também pode ser uma melodia simples;
A vida é uma vidraça.
E também pode ser um gume com duas facas...
Entre Tolos e Sábios
Eram espinhos banhados de ouro,
mas não deixaram de serem espinhos.
O tolo enxergava apenas os quilates,
O sábio enxergava os espinhos.
Eram apenas fezes banhadas de ouro,
Mas não deixavam de serem fezes.
O tolo enxergava os quilates,
O sábio enxergava às fezes.
Eram dias de chuva, eram também dias de luta;
O tolo se protegia, deixando de sorrir por nublado estar.
O sábio regozijava-se deliciando-se á cada gota que caia,
Sorria e cantava junto aos pássaros e vivia.
