Poema de Pablo Neruda Crepusculario

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⁠⁠É um ardor.
Sinto-o em todo o corpo
Como algo que queima
Tão devagar que não faz chama.

É uma dor constante
Uma dor oculta
Envergonhada
Com medo de se manifestar.

Não tento pô-la em palavras
Para ouvidos mudos.

Guardo-a para mim
Até a solidão voltar
Até nada restar para além do silêncio

Aí, expresso-a pelos meus olhos abaixo.
Escorre com sabor a mar
Tão inocente...

O ardor deixa de o ser.
Torna-se incêndio.
Espalha-se pelo corpo,
Que passa a ser nada mais que combustível.

Talvez um dia lhe ponha um fim.
Talvez um dia acabe.
Talvez um dia apague.
Talvez.

Inserida por Maria_F

⁠Quando foi que eu deixei de ser criança
Lembro de quando pequena
Subia na árvore e os galhos eram como trapézio.
Não tinha medo, nem mesmo tontura
Só a diversão de estar ali pendurada.

Depois com o tempo
As árvores viraram meu refúgio
Lá eu ficava, ninguém me via
E assim acredito acabei crescendo
E com o tempo deixei de subir nelas

Hoje sinto falta delas. De sua altura
Mas com a idade é falta de jeito
Já não sei mais subir em uma árvore

O tempo passa , as coisas mudam
Não diga que não se esquece, esquece sim
Com o tempo perdemos o jeito.
Perdemos nossa desenvoltura
E acabamos por ficar adultos
E esquecendo de como é ser criança.

Feliz aquele que mesmo com o tempo
Jamais perdeu sua infância.

Inserida por Poema-as-Bruxas

⁠O fundo do mar
Despertar interesse
Qual seria esse?

Quando se está perdendo o ar
Tudo instiga
Mas no mar! Como seria?

Cores vivas, água é vida
E lá no fundo, bem no fundo
Existe vida?

Inserida por Poema-as-Bruxas

⁠Um dia te falei
Aonde me encontrar

Indiquei o caminho
E todas as jogadas

As páginas de um livro
O filme que me tocava

Mas foi a música que disse
Tudo ... mas você não ouviu nada.

Inserida por Poema-as-Bruxas

⁠Um dia você vai dizer que me ama
Mas quando este dia chegar
Eu vou estar dizendo adeus a este mundo.

Será meu último adeus
Minha última alegria
Minha despedida

Inserida por Poema-as-Bruxas

Todos os dias deveríamos ler um bom poema, ouvir uma linda canção, contemplar um belo quadro e dizer algumas palavras bonitas.

Sou presa.

Esse seu olhar de predadora;
Faz assim:
Avança em mim?

Não pensa...
dispensa todo seu pudor,
me avança,
seja lá como for,
mas que venha por inteira,
fique ao meu dispor...
te espero,
quero...
e nem precisa ter amor.
Quero só que se lambuze,
que me use,
com ardor.

Ame-me

Guie-me entre teus intrigantes relevos
Faça-me sentir teus pontos de impacto
Escravize-me; faça meu corpo teu desejo
Espete-me, cheire e chame de cravo

Leve-me aos maus caminhos
Deite-me e seja má
Castigue-me! Mas com carinhos
Ame-me e só farei te amar.

Pouca ou nenhuma vez se realiza com a ambição coisa que não prejudique terceiros.

Os homens de pouca inteligência não sabem encarecer a própria capacidade sem rebaixar a dos outros.

Faço dizer aos outros aquilo que não posso dizer tão bem, quer por debilidade da minha linguagem, quer por fraqueza dos meus sentidos.

O rosto de uma mulher, seja qual for a sua discrição ou a importância daquilo em que se ocupa, é sempre um obstáculo ou uma razão na história da sua vida.

Saber viver com os homens é uma arte de tanta dificuldade que muita gente morre sem a ter compreendido.

Para o homem, apenas há três acontecimentos: nascer, viver e morrer. Ele não sente o nascer, sofre ao morrer e esquece-se de viver.

Agrada-nos o homem sincero, porque nos poupa o trabalho de o estudarmos para o conhecermos.

A modéstia é para o mérito o que as sombras são para um quadro. Dão-lhe forma e relevo.

Onde intervêm o favor e as doações abatem-se os obstáculos e desfazem-se as dificuldades.

A indiferença ou apatia que em muitos é prova de estupidez pode ser em alguns o produto de profunda sapiência.

Os velhos que se mostram muito saudosos da sua mocidade não dão uma ideia favorável da maturidade e progresso da sua inteligência.

Todos os homens são bestas; os príncipes são bestas que não estão atreladas.