Poema de Mario Quintana a Pessoa Errada

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Uma nuvem sobre a alma cobre e descobre muito mais a terra, do que uma nuvem no horizonte.

Os homens sem mérito algum, brochados de insígnias e de ouro, são comparáveis aos maus livros ricamente encadernados.

Os tolos são muitas vezes promovidos a grandes empregos em utilidade e proveito dos velhacos, que melhor os sabem desfrutar.

Os homens enganam-se miseravelmente quando esperam encontrar a sua felicidade, mais na forma dos seus governos que na reforma dos seus costumes.

O mal que podem fazer os maus livros só é corrigido pelos bons; os inconvenientes das luzes são evitados por luzes de um grau mais elevado.

Os maus não são exaltados para serem felizes, mas para que caiam de mais alto e sejam esmagados.

Nós não temos nem a força nem as oportunidades de executar todo o bem e todo o mal que congeminamos.

Ninguém considera a sua ventura superior ao seu mérito, mas todos se queixam das injustiças dos homens e da fortuna.

A razão dos filósofos é muitas vezes tão extravagante como a imaginação dos poetas.

As épocas perturbadas fazem perder tempo. Só se pensa em salvar a cabeça, e não há tempo para fazer mais nada.

Os males da vida são os nossos melhores preceptores, os bens, os nossos maiores aduladores.

Quanto mais independentes formos, devido à fortuna, tanto mais escravizados seremos pelos sentimentos e pelos deveres.

Os moços, por falta de experiência, de nada suspeitam, os velhos, por muito experimentados, de tudo desconfiam.

Os homens são geralmente tão avaros do seu dinheiro, como pródigos dos seus conselhos.

Os anarquistas são como os jogadores infelizes ou inábeis, que, baralhando muito as cartas, ou mudando de baralhos, esperam melhorar de fortuna e condição.

Em geral, a lei é a razão humana, na medida em que governa todos os povos da terra.

A probidade, que impede os espíritos medíocres de atingir os seus fins, é mais uma forma, para os astutos, de conseguirem o que querem.

Não haveria História mais insípida e insignificante que a dos homens, se todos tivessem juízo.

As paixões são como os vidros de graus, que alteram para mais ou para menos a grandeza e volume dos objectos.

A vida humana é uma intriga perene, e os homens são recíproca e simultaneamente intrigados e intrigantes.