Poema de Inverno
Estações
Negar a idade é negar seu tempo, seu caminho. É enganar sua própria história!
Aparentar jovialidade é saudável quando não se precisa maquiar o tempo, não é uma atitude madura tal feito. A juventude não é madura, a inconsequência da pouca idade não é a beleza da juventude. O belo está na alegria da vida que essa fase deixa com sua virilidade e sede por novas experiências, experiencias estas das quais não precisam ser perdidas no tempo.
Esta é a época que as pulsões de morte paradoxalmente nos fazem sentir a vida. A beleza da juventude é uma fase transitória enquanto a vida se resume em emoções antes de se transformar nas demandas de responsabilidades, no orgulho ou na consequência que se tem por ser quem é.
Negar a idade é estagnar a maturação da vida por uma fantasia fixada em uma época de incertezas, de poucas glórias e de pouco aprendizado. Identificar-se somente com o que é jovem denuncia falhas no processo de desenvolvimento mental, não é original para quem passou dessa fase!
Pessoas todos os dias negam seu tempo de existência para não se responsabilizarem pelo tempo mal aproveitado ou mal vivido, numa tentativa de equacionar a vida aos 20 anos de idade. Mas infelizmente o espelho não perdoa, o tempo não para e os cabelos já não brilham, por isso assumir as primaveras é oportunizar sentir o cheiro e o gosto das próximas estações. O verão já passou, a primavera sempre trará flores, o Inverno é essencial e do Outono ninguém escapa.
Hoje vou me abraçar com meu melhor sorriso e cantarolar o dia todo...
A tristeza fica pequena, quando Deus fala baixinho no seu ouvido, que você tem forças para lutar.
Só hoje, amanhã e depois de todos os dias, preciso algemar qualquer dor; tenho pressa em aninhar meus melhores sentimentos e fazer casulo quando o inverno de emoções chegar. Agora, só a primavera pra pensar, ela me ressuscita e me enfeita com uma coleção de flores pra sonhar!
Simone Resende
A raiz, extrai a vida, para o tronco alimentar.
Da terra, mãe-alimento, vendo a árvore vicejar.
Sorri em fruto, num aceno, num meneio
Mostrando ao mundo a que veio.
Seca!
Diz o inverno: deixe de resistir!
Resisto!
Diz a arvore: é meu destino EXISTIR!
Básico são os outros
Básico é copo d'água sem gelo e uísque Cowboy sem emoção
é solidão abundante e tristeza falseada nas mesas dos bares
básico são os olhares chorosos das pessoas
escondidos por detrás de largos sorrisos de desespero
e o desesperado soluço engasgado no peito
na iminência de rasgar as entranhas de dentro para fora
e transbordar feito fazem os vulcões em cólera.
Básico é o levante furioso dos insetos
disputando os melhores lugares em sua parede favorita
carregando e entremeando os restos mortos de carne
que se encontram caídos no chão
levando-os para as fendas e buracos abertos pelos pregos sujos
que sustentam os engordurados quadros com propagandas
de conhaque, cerveja e cachaça.
Básico é uma pitada de raios dourados de meia lua na retina
e uma noite inteira cheia de estrelas num céu à sua escolha.
Básico é não querer ser o que não se é
e sendo, não ser o que se pode.
Básico é sentir a poesia entrando pelas narinas
queimando a pele, alterando a pulsação
feito o vento frio que maltrata o corpo em uma bucólica manhã de inverno.
Básico é não morrer de véspera, por antecipação
ou viver a vida numa pressa desmedida
embalado por um repetitivo e antiquado refrão.
Básico é embriaguez no mês de dezembro
- às vésperas do natal -
sem pessoas nos pontos de ônibus
cães ladrando pelas ruas
e larápios espreitando a melhor ocasião.
Básicos são os tombos que se cai no caminho de volta pra casa
com a gravata retorcida no colarinho da camisa
e a cara amassada de tanto sono.
Básico é a chave da porta da sala
que insiste em não abrir a fechadura do portão
e o movimento do lápis desembestado na folha
e o da borracha, desgovernada na contramão.
Básico são os outros, nós não.
Quatro Estações
Primavera em minha vida foste.
O frescor de tua pele, o sorriso,
os olhos vivos e alegres eram
borboletas à minha volta.
O amor cresce com os dias, e o nosso
foi quente e ardente.
Eras a chama que aquecia meu coração,
e juntos éramos chamas de um verão.
Passam-se os anos a vida continua,
nós vivíamos o nosso amor eterno.
Tínhamos a calma dos anos,a paciência
de quem já vivera o moderno, vivíamos
agora o nosso outono.
O luar da vida, passou para os cabelos.
A ligeireza e a volúpia foram-se,
foi-se também o teu frescor.
Restou apenas um ser, que respira e vive
desse amor, que até o meu fim será eterno.
Só eu acabei vivendo o inverno.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Flor de pessegueiro
E lá está ela, altaneira, teimosa, colorida e viçosa; é um ser anômalo, destoante no meio do concreto e do cimento; solitária, imperturbável, florescendo prematuramente devido ao calor fora de época; que importa se é inverno ou primavera, teu brilho e teu colorido se sobressaem na paisagem acinzentada das ruas mortas de tédio e de rotina.
Por um momento minha visão do mundo, normalmente em preto e branco, vislumbrou aquela árvore vestida de rosa, destoando do acinzentado da rua e da minha vida. Por um momento, e só por um momento eu tive a ilusão de voltar a ver as cores, o brilho e a alegria da vida. Mas eras única, impotente e insuficiente para preencher de cores e de vida uma alma grisalha e envelhecida.
Talvez no campo, onde o barulho das ruas não me alcance, onde eu possa ouvir o chacoalhar das folhas das árvores numa golfada de vento, o cantar solitário de um pássaro; onde o horizonte não se esconda atrás de prédios feios e frios; talvez lá eu encontre cor e luz suficiente para trocar minhas vestes cinzentas pelo verde dos campos ou pelo colorido das flores e minha tristeza seja engolida pela alegria pueril das aves, pelo coro melancólico das cigarras ou pelo silêncio cúmplice de uma noite estrelada.
ponto de transição
da minha janela
observo uma árvore
e por ela sigo as estações.
não pelo Sol
ou pelos casacos.
é a árvore
que entrega todo o seu corpo
ao tempo
sem receio
segura de que a vida
é movimento.
Novamente me vejo caído, uma tristeza na alma, o desejo de ficar sozinho.
As madrugadas silenciosas refletem o vazio em meu coração, o escuro do meu quarto se torna meu aconchego e os sentimentos tornam-se meus maiores medos.
Ah, querida madrugada porque não és eterna assim como o inverno que existe em meu coração? ter que voltar a realidade é tão duro assim? O frio, o silêncio, a chuva, é como uma orquestra de lindas canções que se completam e se formam criando algo divino e de resplendor.
A sensação é de satisfação, mas é triste a ilusão de que tudo passa num piscar de olhos. A magia é temporária, e os sentimentos ganham vida novamente, dia a pós dia, um como ciclo sem fim.
Ei... Sei que faz tempo que a gente não se vê
Faz tempo que a gente se fala
Eu sinto falta de você
Eu sinto vontade de fazer uma mala
E ir embora
Ir por aí a te procurar
Mas nem sei onde você mora
Nem onde você trabalha
Sinto falta da sua risada
Tomando conta da sala, da casa, da cidade
Do meu coração...
Sinto falta da ingenuidade
Que eu tinha quando tinha a sensação de te ter por perto
Sinto falta do meu sorriso aberto
Do nosso futuro que parecia certo
Mas não foi...
Acabou como o pôr do sol no inverno
Eu esperei pra te ver
Mas você nunca apareceu
As imensas e escuras nuvens te esconderam do meu olhar
Te levaram embora e nem vieram me avisar...
Perdi você
Apesar de nunca te ter...
Passam rápidas as horas,
nos dias que seguem as estações,
todos levam de nós um pedaço
marcando saudade no coração...
Todo dia é uma esperança de amor.
Abrir os olhos tornou-se uma canção
Em noites quentes de inverno frio
Porque você é a luz que eu preciso,
É a voz que não se cala,
É a cortina que se abre.
Porque você é tudo...
Tudo que o amor me faz viver.
Um dia você me disse
Que eu era sua primavera
Com minhas cores e cheiros
O verão chegou
E nós passamos por um calor intenso
Passamos pelo outono
As cores já não tinham muito brilho e o perfume já não era tão forte
Mas você disse que passariamos por essas e outras com sorte
E então chegou o inverno
O tempo esfriou, as cores já não eram vivas
E você já não podia cumprir o que prometeu.
Você foi embora.
O inverno qual você disse que ficaria acabara de chegar
E você, você se foi
Talvez procurar outro lugar
Um mais quente
Pois esse, esse já não te agradava mais
Você reencontrou alguém
Alguém que no passado foi o seu inverno drástico
De forma que eu nunca seria
Você preferiu abrir mão de quem estava aqui
Esperando passar pelo inverno pois sabia que uma linda primavera chegaria
Você preferiu se reaproximar do inverno que te machucou
Que fingiu ser verão, que pulou uma estação
E te derrubou com uma enorme bola de neve
Eu espero que não te ocorra novamente
Eu, esperançosa e colorida primavera
Espero que você perceba a imensidão de qualidades que eu, também inverno, posso ter
Só não demore para perceber
Que está vivendo na estação errada
Pois com as mudanças das estações
Borboletas novas procuram as flores mais coloridas
Turistas novos visitam as praias
Pessoas novas saem e apreciam as folhas secas caindo para que novas folhas apareçam
Animais novos procuram um cantinho bom para hibernar
Não deixe que eles
Tomem o seu lugar.
Versos de estação em estação
Janeiro... sol e calor
Veraneou a primavera.
Sol e sal...
à beira mar...
minha tez a queimar... a salgar.
Março... são as águas fechando o verão.
Inundam o mundo de melancolia.
Do outono que a nostalgia traz...
Arrastam restos de outra estação.
Desmorenar bem devagar.
Junho... invernou...
Profunda e fria solidão.
Um violão mal tocado
no canto da sala...
meu sono embala.
Do frio que hoje meu coração sente
a cada noite mais se ressente
minh’alma carente... só ...
só... e isso me apavora...
só queria que tudo passasse brabdamente...
sem ventanias, nem tempestades...
só invernasse suavemente.
Setembro... outra estação.
Descongelar.
Perfumar.
Quase a marear...
Jogar no mar...
... deixar a onda levar.
Recomeçar?
Eu não tenho regra por aqui.
Para relaxar tenho muito repertório.
As vezes um livro, outras uma taça de vinho, uma #comédia no netflix, um desenho, um textão, cozinhar, criar novos modelos de japamala.
Andar descalça, olhar o céu, fotografar, pegar estrada me faz bem, me (re)alinha.
Eu odeio rotina porque fere meu valor de liberdade. Vira automático e perde o propósito.
Gosto mesmo é de fazer coisas diferentes , aprimorar a rotina e pôr meu toque de luz e amor.
Hoje a noite pede livro, vinho, e cobertor!
Tu
foste o
meu outono...
Que se perdeu.
Caiu...
Deixou que o vento
te levasse de mim.
Mas novas
primaveras virão...
E jamais irei passar
um inverno
sem um doce
amor de verão!
Eu não me lembro de acordar, levantar, imaginar um dia frio
Mas me lembro da neve, do tempo
Do mundo, que por dias parou de girar
Para sentir comigo a pequena tristeza, hoje depositada numa caixa,
Que sucedeu de uma infinita alegria,
Não me trouxe esperança,
Me trouxe calma ao coração,
Trouxe certeza,
De que sendo mudança, uma pessoa por dia
Sobrevive-se a vida,
E parar no tempo é dizer adeus a quem você foi,
Feliz tristeza,
Sou a frieza
Em dias de verão.
O tempo
O tempo parece inimigo de quem tem pressa. Na verdade o tempo não passa mais rápido ou mais devagar dependendo da situação. O que muda é a nossa forma de ver o tempo. A nossa ansiedade faz com que o tempo pareça caminhar lentamente. Já a vontade de querer que algo não aconteça tão depressa nos dá a sensação de que o tempo tem andado velozmente. Mas o tempo tem andado da mesma forma todos os dias. A única diferença é que assim como nas estações do ano as vezes as noites são mais longas e a parte clara do dia muito mais curta. Tem dias que desejo que as noites sejam como as do inverno, longas e frias. Porque é na noite que eu te encontro, e mesmo que o frio seja intenso o seu amor irá me aquecer. Em outros momentos desejo que a parte clara seja muito mais longa como no verão. Também porque você estará presente no meu dia pra me fazer sorrir. E no verão por mais que alguma nuvem por acaso possa vir a cobrir o sol, o teu sorriso trará de volta a beleza do dia. Mas espero pelos dias como no outono e na primavera onde tanto a noite quanto do dia tem a mesma duração. Terei prazer em viver tanto o dia quanto a noite na mesma intensidade, pois você estará sempre comigo.
Amor por estações
Que o nosso amor seja como o Verão,
Quente e propensos à viagem,
Assim como o sangue que circula em meu coração
Viagem para descobrir em teu corpo cada linguagem,
Linguagem essa que desvendo agora,
Como o mistério da luz da aurora.
Que o nosso amor seja como o Outono,
Como as folhas que caem e florescendo uma nova flor
Assim como o ipê-Mamono;
Quem sabe para amar não seja necessário um novo amor.
O que é ruim se esqueceu, e o que é bom será guardado,
E que venha novos amores para que assim seja cultivado.
Que o nosso amor seja como o Inverno
Frio e cauteloso para congelar nossos defeitos,
Assim tenhamos um relacionamento perfeito,
Com cuidados e carinhos para brindar o que é eterno,
Que no frio desse amor, seja relembrada nossas boas lembranças,
Para que nosso sentimento volte a ter esperança.
Que nosso amor seja como a Primavera
Como o florescimento das flores,
Floresça o mais lindo dos amores.
E com simplicidade e espera,
Seja brotado em nossos corações sem dor,
A semente do nosso amor.
-Bruno Melo-
"Sentidos vagando em dispersão,
Olhos abertos apenas para ver,
Te ler feito um livro,
Ouvir tua doce voz e crer que tornei-te minha dimensão.
Desgovernada mergulho em planos incertos,
Incerta me desgoverno.
A relação desse agora sem méritos,
Me aquecendo no frio do teu inverno."
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