Poema da Geladeira Elisa Lucinda
Abertas estão as
Asas do condor
Sobre o continente,
Carta de pedido
De perdão da Mãe
Pela libertação
Do rebelde filho.
De pé pelo povo
Mesmo após
O susto ocorrido,
Ele não deixa
Quem quer que
Seja fazê-lo rendido,
Da Pachamama
Ele é o protegido.
Abya Yala, terra
Que não se abala,
O Império não nos
Curva e não cala;
Eis a poesia que
Não é a cura
Que você busca,
Cheia de si ela
É amor em via
De retribuição,
E total integração.
Se soa do
jeito dele
como vós,
ele não
pertence a nós,
mesmo que
tente reescrever
a história tal fato
não apagará
da memória:
ele não é santo,
ele se trata
de um algoz,
ele é feroz.
O mascarado
proferiu
que ele soa
como
os 'deles',
não há
como fingir
que não,
o quê saiu
da boca
o condena,
e agora
quer fingir
que nunca
foi investido
na discórdia,
mas Deus está
evidentemente
vendo e não
há como
dissimular para
Ele e para quem
sabe observar,
só Ele concede
a misericórdia,
ele quer apagar
a História.
Ofendendo
da pior maneira
quem quer
defender
a sua existência
fazendo a justa
resistência,
ele não merece
a sua confiança
porque é incapaz
de debater e de
colocar freios nos
seus servos,
e sobretudo
nos seus lacaios
das profundezas
dos infernos.
Dizem que as urnas
não funcionaram
no primeiro turno,
uns até as filmaram,
eu não sei o quê irá
daqui para frente
conosco acontecer.
O povo mesmo que
não cedeu a sedução
passou por um
caminho apertado,
e os que caíram
na tentação do papo
estão arrependidos.
É triste ver que
tem gente que
não se permite
fazer o caminho
de volta porque
reduziu a sua
crença na vida
em viver da
aprovação alheia
só por achar que
pode fazer uma
plateia para
sempre satisfeita.
Você que gosta de
zombar com os
nervos alheios só
para aparentar
fazer parte de um
plano que nunca
te pertenceu,
é bom que saiba
que a vida cobra,
e que tens a total
a responsabilidade
de responder pela
democracia que
ajudou a esconder.
Quando o segundo
turno passar não
adianta querer
fingir que a mim
não provocou
e que a honra
de ninguém atingiu,
porque o quê
deveria ser falado
por causa da
sua baderna
foi impedido de
ser esclarecido,
e levará o país a
um destino maldito.
Brusque
O teu Rio Itajaí-Mirim
e as correntes beijadas
pelo vento relembram
a trajetória das tribos
que ali te pertenceram,
E desta História delas
eu sou o arco e a flecha
contra o esquecimento.
O teu nome é reverência,
nasceste filha do Barão,
Brusque do meu coração,
Te amo antes de tudo isso:
no Santuário de Azambuja
sou a perpétua oração
e no Calvário a procissão.
O teu amor na Fenarreco
me leva e faz viajar
no tempo e na herança
européia da tua imigração,
Brusque eu amo a tua
gente de todo o coração
nesta cidade amo morar
e nunca vou te abandonar.
O teu amor é memória
nestes tempos desafiadores,
de tudo me lembro
que nem mesmo o tempo
apaga o quê ergueu a cidade
feita de doce, tecido, paixão
e de esperança por nossa Nação.
José Boiteux
Minha amada José Boiteux,
esta poesia é feita da tua
gente kaingang, guarani
xokleng e germânica,
E vem se erguendo
como plantação de fumo
nas tuas folhas,
florescendo na primavera
e balançando sinfônica
como árvores nas matas.
Nas tuas cachoeiras
conheço o meu rumo,
Cidade linda onde
o meu coração tem prumo
e por ti muitas histórias
da tua gente brasileira
com toda a paixão
e gentileza hei de escrever.
Extraordinária José Boiteux
no vai e vem das estradas,
não nego para que minh'alma
por ti vive encantada,
Em ti tenho o meu enleio
e o meu doce sossego;
Vivo por ti construindo
os meus planos que só aqui
seguirei vivendo com
o meu coração cantando por ti.
Bom Jesus do Oeste
Bom Jesus do Oeste,
nasceste Linha Gaúcha
e o teu nome consagra
a quem se deve
toda a mais grata prece.
Bom Jesus do Oeste
tu és filha gentil dos caboclos,
e desta História todos
admiram, a gente reconhece
e virou o destino de povos.
Bom Jesus do Oeste,
tu és reconhecida pelas tuas
matas, cachoeiras e belezas,
e deste caminho de ternuras
o meu coração está entregue.
Bom Jesus do Oeste
amo a tua gente amável,
vou onde o vento do Oeste
a araucária ainda venera,
és fortuna brasileira e poética.
Guabiruba Poética
Eu te amo do pé
até o topo do Mirante,
e no Morro São José
onde o Sol te beija
como um diamante.
Tu és amada por mim
com vasos nas mãos,
com teus sabores postos
na mesa e com teu povo
que é a tua maior riqueza.
Eu te amo com toda
a tua História raiz
e imigrante europeia,
És a Guabiruba poética.
Tu ergueste cidade e memória
com teus bravos filhos
originários, alemães,
italianos, poloneses e austríacos,
e fez-se assim muito brasileira.
Eu te amo com as linhas
da vida entrelaçadas
com a querida Brusque,
por todas as jóias têxteis
que tu na vida fizestes.
És a Guabiruba poética,
e assim te amo por tudo
o quê fostes, és e ainda será,
no meu coração tu és o quê
demais precioso sempre existirá.
Uma vergonha
Que na vida
Não passarei:
É a de prestar
Continência
À bandeira
Do Império
Porque nasci
Descalça,
Brasileira
E ao poder
Não me
Agarrarei,
Na minha
Áurea tenho
O hemisfério.
Não repito
Lema do
Passado,
Não aplaudo
Quem entoa
Tão pesado
Fardo exaurido:
'Brasil ame-o
ou deixei-o',
Na minha
Alma tenho
O indígeno
E o mistério.
No meu peito
Está escrito
Com o brilho
Das estrelas
Do céu da Pátria,
Com o verde
Das matas,
Com o amarelo
Das nossas
Riquezas,
E com o
Amazônico
Azul do mar
Que com toda
A mística
Consigno:
Brasil ame-o
ou ame-o.
Por ela sou
lágrimas,
desespero
e agarramento
pelas patas,
garras, cantos
terras,
correntezas
das águas
e no mais
alto dos
mil céus;
ela existe
por todo
o lugar,
e até mesmo
nas brumas
das cavernas
e profundezas.
Por ela sou
desconforto,
inquietação
e tormento
pelas peles,
faros, plumas,
asas, ossos,
barbatanas,
ruídos, sons,
escamas,
e pegadas;
ela existe,
deixa rastros,
é só observar.
Por ela sou
altiva, grito,
e assumo
que sempre
tento pelos
caules, folhas,
troncos,
sementes,
frutos,
espinhos,
pedras
fósseis
e areias,
há muito
mais Pátria
do que
te ensinaram,
e muitos
imaginam:
é nelas
que estão
a mística
do Estado
e tua vida.
Por ela sou
aquilo que
você ignora,
e mesmo
resistindo
me atormento.
Soberania
não se
negocia,
não se
flexibiliza,
não se
anistia,
não se
usa de
enfeite,
e tampouco
de amuleto,
e não se
coloca
em degredo,
e não se
desperdiça
nem em
cumprimento.
Rodeio Poemário do Vale
Tu és o meu poemário
perfeito que levo
em mim o tempo todo,
Rodeio poemário do Vale
és o meu recanto de paz,
de aconchego e de liberdade.
Testemunha daquilo
que eu não vi
ao mundo tenho que
fazer esse relato:
ecoou o som do
berimbau quebrado,
no chão o Moa
foi estirado por
causa das doze
facadas de um
sujeito autoritário.
Avança a violência
política programada,
só não vê a verdade
aquele que não quer:
avança o plano da
instalação de um
regime de exceção,
engulo a seco o meu
receio por ser mulher.
Implacável é a dor
pátria que sinto no
meu peito que ecoa
a indignação contra
os repressores dos
dois lados que com
ambas as retóricas
tornaram o diálogo
quase impossível
impedindo que o
povo unido encontre
o melhor caminho.
Balneário Barra do Sul, relicário
Balneário Barra do Sul,
meu precioso relicário,
Te levo no meu peito
sacrário em no segredo
pintado de azul sagrado.
Brunópolis
Nomeada em honra
ao teu orientador espiritual
Padre Bruno Paris,
nasceste com forte
condão norte e celestial.
Fortuna poética do Planalto
Sul de Santa Catarina,
A tua História foi escrita
com ternura, bravura
e entusiasmo da tua gente.
Marombas, Palmares,
picada aberta e lavoura
com muito amor erguida
no profundo do Estado
erguido pela imigração.
Nos teus sabores postos
na mesa que percebe-se
a sutileza do teu coração,
a tua terra é pura paixão
e tem inigualável sedução.
Na Cachoeira do Marombas
das horas sempre perco
as contas e ganho sossego,
e tenho a nossa História
escrita com romance e apego.
Na Cachoeira do Butiazinho
sem encontro o meu
doce e dileto refugiozinho
nesta cidade que acolhe
a todos com muito carinho.
Rodeio sob o Céu
A cidade de Rodeio
sob o céu armado
desta tempestade,
Um sonho apaixonado
contigo no domingo,
Te quero sempre como
meu eterno namorado.
Timbó Poética
Do Médio Vale do Itajaí
tu abriga a poesia,
o endereço da Casa do Poeta,
a minha alegria de te ver
esbanjando cada melodia
e a gentileza de sempre
que que me dá força
fazendo com que surja
um poema novo todo o dia
que tu me leva pela mão
para passear por cada rima.
No alto a serra,
o passado
não querem
que a encerra.
Temem a liberta
porque cedo ou
tarde o poder
irá escapulir
das mãos
de quem pensa
que a governa.
Na ponta da
lança ela está
sofrendo todo
o tipo de cruel
perseguição,
e suportando
muito além
da rendição;
e clamando
com canto
e poética
para evoluir
a consciência
em convivência.
Os heróis
de Palmares
me concedam
a clemência
porque se é para
ser quilombo,
e resistência,
vou até a última
consequência.
Porque eu que
vivo escapando
todos os dias
das prisões
e fazendo
revoluções,
prefiro muito
estar mais sob
a proteção
memória
e honra
de Dandara.
Força que há muito
Tempo na vida sabe
O quê é esta batalha,
Em cesta de palha
Se criou e cresceu.
Não é nenhum pouco
Uma 'cigarra' humana,
Pelos direitos reclama
De quem a ofendeu.
No barco não quer
Estar porque é sereia,
E nem aceitaria o seu
Bobo convite porque
Dele quer sobreviver.
Não foi correto o quê
Foi feito com ela,
Não haverá chance,
Não há mais lance.
Porque de longe ela
Não precisou largar
A mão de ninguém,
Sozinha se cuidou
E não vai embarcar.
Não aceita grosseria
Nem em alto tom,
Não se curva a tirania,
Não dança esse som.
Cedo conheci
a dureza da
vida no início
do decolar da
democracia,
Tenho um jeito
duro de falar
as verdades
para prevenir
dos abismos
do destino que
são cavados
pelas leis.
Para um povo
em transe
entender
os segundos
faltantes
para combater
o fascismo
não seriam
o bastante
para o povo
voluntariamente
ensurdecido.
Podem vir mil
solos de guitarra
que não serão
suficientes,
Resistência
é um caminho
que abre a
vida inteira.
Botuverá
Do Médio Vale do Itajaí
tu me brinda com
brilhantes da História
do teu nome tupi-guarani.
Do Médio Vale do Itajaí
és meu porto seguro
onde tenho o amor
mais puro do mundo.
Em cada caverna tua
há um mistério meu,
que razão nenhuma
tem capacidade de ver.
Do Médio Vale do Itajaí
és o meu Porto Franco
desde o primeiro dia
que me apaixonei por ti.
Cada centímetro teu
de Mata Atlântica
é a razão de ser meu
grandioso Botuverá.
Do Médio Vale do Itajaí
festa melhor que a tua não há,
por isso meu Botuverá,
espero a Festa Bergamasca.
Porque o teu amor está
em mim, não vou desgarrar
e tua herança da imigração
para sempre vou honrar.
Braço do Norte
Entre a Serra Geral e o Mar
a história do povo originário
e dos desbravadores onde
arpeja o Rio Braço do Norte
ergueu uma cidade de gente
honrada e forte que emoldura
com beleza o sul catarinense.
Montes, vales e colinas
repletam com mistérios
o imaginário contemplativo,
Quedas d'água, córregos e rios
adornam com ternura
a terra que retribui com fértil
e gentil beijo ao Homem.
O curso da água doce
com o mar se encontra,
O tamanho do amor que tenho
por Braço do Norte perdi a conta:
Só sei que verei a Lua surgir
e o Sol nascer além da conta.
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