Poema com o None de Andreia
Vi o tempo levar vidas...
Vi as estações fugirem...
Vi às horas correrem...
Vi o sol a lua e as estrelas desaparecerem...
Vi as nuvens mudarem de cor...
Vi no céu arco-íris e raios darem sinais..
Vi flores nascer e morrer, mas não vi aquela velha pedra se mover.
O país das maravilhas estava em um toca de coelho.
O mundo encantado de Nárnia dentro de um guarda roupa.
O paraíso pode estar onde menos imaginamos?
Eu sou a solidão
Filho da noite e do silêncio
Amante das estrelas
Vazio quanto a lua
Sem luz
Sem reflexo
Sem rastro
Sou a minha própria sombra.
Eu não sei o que é a vida?
E se assim não fora, viveria!
Por não viver!
Por não ser!
Por não ter!
Eu apenas existo!
Como uma árvore plantada, onde?logo alí...
Em uma determinada busca de sentidos me perco ao vento dos meus pensamentos e já não sei nem mais quem sou?
Morrer, afinal, o que é?
Deus fez o homem a sua semelhança, e o homem contemporâneo fez de Deus um pequeno boneco inflável e o colocou preso em um pote de vidro.
Um Deus que só a eles pertencem
Um Deus que eles próprios colocam palavras em sua boca
Um Deus que não tem voz e nem vez
Um Deus que eles pintam e bordam
Um Deus enfeitado de fantasias
Um Deus que eles próprio ditam suas regras
Um Deus que não pode se manifestar no inferno ou até mesmo ir ao inferno
Um Deus que tem seu preço
Um Deus ao mesmo tempo intocável
Um Deus que só pertence ao mundo deles
Um Deus limitado demais, pra caber em um mundo infinito.
Quem me dirá se as lágrimas que caíram dos meus olhos eram bem mais profunda do que o oceano que me banhava?
Quem me falará se o pequeno pedaço de chão onde meus pés pisaram era bem mais firme que as ondas da maré que vinha constantemente me bater onde naufraguei?
Quem adivinhará se morri ou sobrevivi naquela profundeza de um mar profundo que me lançaram? Ah! e o ar que eu prendi me diz tantas coisas (...) uma delas que estou vivo!
Cidade das sombras, bairro da luz, rua do anjo; foram tantos endereços a me despedir...
Em cada despedida soterrava ali uma enorme vontade de ficar...
Quem dera se reconstruisse dos seus escobros castelos, aranha céu seria...
No jardim florestal folhas de outono escondia túmulo de parentes queridos.
Da infância querida já não lembro das brincadeiras de roda enquanto brincava de cirandar.
Fui arrastado das minhas casas queridas e jogado fora como um móveis velho.
Quando me procurar me encontrarás nas lembranças de um passado que o tempo jamais apagará da memória
Quando me procurar me sentirás no estômago a ansiedade de um breve futuro me reencontrar
Quando me procurar estarei no pulsar do teu coração provando o tempo todo que o amor não para e não morre facilmente.
E por falar em paixão
Em razão de viver
Você bem que podia me aparecer
Nesses mesmos lugares
Na noite, nos bares,
Onde anda você?
Não me macem, por amor de Deus!
Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?
Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja de companhia!
(...) Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!
O fim
Indo e vindo, desgastando e abandonando displicentemente mas sem querer abandonar por completo,
coração vadio, carente das sombras, mesmo sem ser notado na rotação certa buscava o consolo insignificante naquele amor vazio,
na história contada do irrelevante, o invisível é a estrela protagonista,
coração doente, soberba em exposição, correria da razão, fuga dos sentimentos,
morre mais um amor inocente.
"Meu tempo de vida coincide com a maior parte da época de que trata este livro", "por isso até agora me abstive de falar sobre ele". Com linguagem simples, mas envolvente, a história da "era das ilusões perdidas"...assim se pronunciou William Waack, na Revista Veja, sobre a Era dos Extremos, de Eric Hobsbawn.
Num momento de dor de amor, que um poema, uma canção sirva de alento, ou uma forma de lamento pra que não se precise chorar.
O poema vem para expressar, o choro vem para aliviar, o sorriso vem para disfarçar (…) a vida é um vai e vêm para acalentar a dor!
Um florista que oferece uma rosa à namorada é como um poeta que dedica um poema a pessoa amada, a escolha é sempre a melhor.
Cada verso vai ter um pouco de carinho, nenhum ponto vai ser final, todo poema do início ao fim vai ser amor puro, sem desejo carnal!
