Pessoas Sábias
A fé e a ciência ocidentais me ensinaram que minha mente administra meu corpo. Os anos por sua vez me mostraram equivalente necessidade do corpo comandar a mente, epecialmente na letargia ou na hiperatividade desta.
Por trás de qualquer vantagem da consciência sobre a fé; da laicidade sobre a religião, e da ciência sobre a pseudo-ciência; existe no fundo uma só: estas se apresentam como meios viáveis de comunicação entre todos. Agora, se a comunicação de fato entre as pessoas não for possível, um breve apocalipse parece uma hipótese bem provável.
A partir do ponto em que o homem começa a ter recursos singulares dentro da natureza, surge a necessidade dele se pautar por moralidade igualmente singular.
As religiões indo-orientais ensinam a via pacífica há milênios como método pragmático (e utilitário no sentido do menor sofrimento para o menor número de seres) que pode ser conseguido pela aptidão e/ou perseverança da mente e/ou do coração. Ou seja, vemos vários caminhos diferentes, mas todos requerem pureza e esforço interior. Já para a violência, suponho que basta deixar a medula espinhal nos comandar sem restrição superior.
As religiões abraâmicas compartilham de um velho mal: a minoria barulhenta e submissa a líderes perigosos
A Era da Informação não trouxe a expansão mental esperada. A desinformação sempre concorreu deslealmente com a informação. Ambas “tecem a história da humanidade, como com uma linha dupla, uma branca e outra preta” (metáfora de Jostein Gaarder que aparentemente já não cabe na linguística de igualdade racial rss).
Sonhamos com uma Era de Aquário (onde o “bom senso” prevaleceriá, ou prevaleceria), mas fora dos casos isolados e da fé humanista fica difícil imaginar a prevalência da paz, quando o que mais observamos historicamente não foi muito além de um “caos de sensos”.
Só a transformação pessoal produz transformação mundial. O desafio à fé é ver historicamente a Potência Humana majoritariamente a serviço dos grandes manipuladores de mentes.
A PRAGA de todo movimento progressista são os adeptos que estão nele por vaidade. Qual o coerência de estar num movimento de INCLUSÃO para (no fundo) se sentir superior, só apontando o dedo e focando nas diferenças internas?
Penso que o desafio em si do convívio é, no fim das contas, um só: um estar como quer (ou pode)... e o outro simplesmente aceitar. Porque esse é o direito (ou a possibilidade) de cada um... ainda que tal exercício faça mal ao outro.... exatamente como se fosse algo injusto ou proposital. Eis o absurdo sem solução dos relacionamentos.
Socialismo e capitalismo e religiões não merecem ser abraçadas nem repudiadas, mas certamente estudadas. Neste s#5;éculo XXI acumulamos novas experiências e monstros, que nos obrigam a soluções modificadas, provavelmente inéditas.
Não é que#3; a Universidade Brasileira foi cooptada pelo socialismo.#3; É só que#3; quem tem Nível Médio para ingressar numa Faculdade Federal não engole teoria fajuta nem negacionismo.
Se eu quiser que minhas afirmações tenham alguma utilidade, 90% do meu esforço deve se focar em não menosprezar, não ofender e, sobretudo, em não falar bobagem. Uma vez já trabalhados esses moldes, posso permitir meus 10% da energia restantes à divertida tarefa de pensar e afirmar.
Excetuando compromissos, a solução para minha improdutividade é: fazer outra coisa sempre que a tarefa estiver muito interessante e pouco útil, ou muito útil mas pouco interessante. Já para cumprir os tais compromissos, a solução parece ser ranger os dentes mesmo.
