Pessoa Adoravel
Uma pessoa bela é geralmente boa, mas é raro que seja sensível. Ocupa-se pouco dos outros quem tem tanto prazer de se contemplar a si mesmo; não se esforça muito em amar quem sabe que deve agradar.
Não hás-de apreciar a pessoa pela aparência, mas pela função. Pondera o exercício da sua função e reconhece a sua dignidade.
Explicar o que é responsabilidade para publicitários é como tentar convencer uma pessoa de 8 anos que relações sexuais são bem mais gostosas do que um sorvete de chocolate.
Uma pessoa pode chegar aos sessenta anos sem fazer uma ideia do que é um carácter. Nada é mais oculto do que as coisas com que continuamente andamos na boca.
Enquanto você continuar a colocar uma pessoa para baixo, você também vai para a mesma direção; o que significa que você não poderá alcançar maiores altitudes.
Acróstico
Linda mulher que tem o sorriso sincero
Inquieta, adorável e de coração aberto
Raio de luz, estrela que brilha na vida
Irmã do coração, mais que família
Amigas da escola, do trabalho e do bar
Nunca essa alegria e amizade vai acabar
INSTANTES
Por um instante, eu pensei em você
E vi como seria adorável poder estar ao seu lado
Beijar a sua boca, tocar em seu rosto
Sentir o seu perfume
Para poder lembrar-me de você...
... Por um instante, você olhou pra mim
Que lindo olhar,
pude então sonhar...
Sonhar com um momento,
em que eu pudesse tê-lo.
Por um instante, você sorriu pra mim.
Então uma imensa alegria tomou conta do meu coração
Resolvi retribuir o seu sorriso...
Por um instante, conversamos.
Que voz maravilhosa você tem
Sonho com ela todas as noites.
É a música mais harmoniosa, a mais bela!
Por um instante, você me abraçou.
O aconchego que eu precisava,
o calor de seus braços.
Junto, o suave cheiro de seu perfume,
que sinto a cada suspiro.
Por um instante,
um maravilhoso momento,
você me beijou.
Magia,
a pura magia,
seus lábios,
seu rosto,
seu perfume...
Tudo refletia a beleza da ida, mas...
Por um instante, você partiu.
Agora o passado virou lembranças,
a incerteza em sonho.
Porém, lembranças tão vivas
que o passado é o meu presente.
E a esperança tão certa é minha única força,
meu futuro.
Mas são instantes que ficarão na memória.
Instantes que marcaram e que talvez não se repitam.
Nesse instante só me resta esperar você voltar...
Para que juntos possamos realizar grandes momentos.
Lembrando nosso instante mágico.
Posso ser adorável ou irritante, ser doce ou amarga, ser seu anjo ou seu demônio. Eu sou eu mesma, mas não serei a mesma para sempre!
Será que se eu pedir tu poderias me ensinar a sorrir? Pois, com este teu sorriso adorável, poderia eu ser amado?
Eu quero você de qualquer jeito. Não porque você é bonita ou inteligente ou gentil ou adorável, embora você seja todas essas coisas. Eu quero você porque não há ninguém igual, e eu nunca quero começar um dia sem te ver.
O ANDAIME
O tempo que eu hei sonhado
Quantos anos foi de vida!
Ah, quanto do meu passado
Foi só a vida mentida
De um futuro imaginado!
Aqui à beira do rio
Sossego sem ter razão.
Este seu correr vazio
Figura, anônimo e frio,
A vida vivida em vão.
A 'sp'rança que pouco alcança!
Que desejo vale o ensejo?
E uma bola de criança
Sobre mais que minha 's'prança,
Rola mais que o meu desejo.
Ondas do rio, tão leves
Que não sois ondas sequer,
Horas, dias, anos, breves
Passam - verduras ou neves
Que o mesmo sol faz morrer.
Gastei tudo que não tinha.
Sou mais velho do que sou.
A ilusão, que me mantinha,
Só no palco era rainha:
Despiu-se, e o reino acabou.
Leve som das águas lentas,
Gulosas da margem ida,
Que lembranças sonolentas
De esperanças nevoentas!
Que sonhos o sonho e a vida!
Que fiz de mim? Encontrei-me
Quando estava já perdido.
Impaciente deixei-me
Como a um louco que teime
No que lhe foi desmentido.
Som morto das águas mansas
Que correm por ter que ser,
Leva não só lembranças -
Mortas, porque hão de morrer.
Sou já o morto futuro.
Só um sonho me liga a mim -
O sonho atrasado e obscuro
Do que eu devera ser - muro
Do meu deserto jardim.
Ondas passadas, levai-me
Para o alvido do mar!
Ao que não serei legai-me,
Que cerquei com um andaime
A casa por fabricar.
Fernando Pessoa
"E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas..."
I/ ABISMO
OLHO O TEJO, e de tal arte
Que me esquece olhar olhando,
E súbito isto me bate
De encontro ao devaneando -
O que é ser-rio, e correr?
O que é está-lo eu a ver?
Sinto de repente pouco,
Vácuo, o momento, o lugar.
Tudo de repente é oco -
Mesmo o meu estar a pensar.
Tudo - eu e o mundo em redor -
Fica mais que exterior.
Perde tudo o ser, ficar,
E do pensar se me some.
Fico sem poder ligar
Ser, idéia, alma de nome
A mim, à terra e aos céus...
E súbito encontro Deus.
II/ PASSOU
Passou, fora de Quando,
De Porquê, e de Passando...,
Turbilhão de Ignorado,
Sem ter turbilhonado...,
Vasto por fora do Vasto
Sem ser, que a si se assombra...
O Universo é o seu rasto...
Deus é a sua sombra...
III/ A VOZ DE DEUS
Brilha uma voz na noute...
De dentro de Fora ouvi-a...
Ó Universo, eu sou-te...
Oh, o horror da alegria
Deste pavor, do archote
Se apagar, que me guia!
Cinzas de idéia e de nome
Em mim, e a voz: Ó mundo,
Sermente em ti eu sou-me...
Mero eco de mim, me inundo
De ondas de negro lume
Em que para Deus me afundo.
IV/ A QUEDA
Da minha idéia do mundo
Caí...
Vácuo além de profundo,
Sem ter Eu nem Ali...
Vácuo sem si-próprio, caos
De ser pensado como ser...
Escada absoluta sem degraus...
Visão que se não pode ver...
Além-Deus! Além-Deus! Negra calma...
Clarão de Desconhecido...
Tudo tem outro sentido, ó alma,
Mesmo o ter-um-sentido...
V/ BRAÇO SEM CORPO BRANDINDO UM GLÁDIO
( Entre a árvore e o vê-la )
Entre a árvore e o vê-la
Onde está o sonho?
Que arco da ponte mais vela
Deus?... E eu fico tristonho
Por não saber se a curva da ponte
É a curva do horizonte...
Entre o que vive e a vida
Pra que lado corre o rio?
Árvore de folhas vestida -
Entre isso e Árvore há fio?
Pombas voando - o pombal
Está-lhes sempre à direita, ou é real?
Deus é um grande Intervalo,
Mas entre quê e quê?...
Entre o que digo e o que calo
Existo? Quem é que me vê?
Erro-me... E o pombal elevado
Está em torno na pomba, ou de lado?
[1913?]
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp