Perdi um Sorriso
À margem, aguardo o repouso do rio.
Ao ouvir o murmúrio de suas águas, aquieto-me.
Sinto um amalgama de esperanças futuras
e temores imediatos.
Transbordo.
Rompo diques, mas nunca é o suficiente.
Estou exausto!
Reprimo-me.
Sustento um pequeno universo.
Será que algum dia alcançarei minha margem?
E, ao lá chegar, poderei finalmente descansar?
E, nesse merecido repouso, encontrarei
ouvidos ávidos por meus murmúrios, com o intuito de descobrir neles a sua própria serenidade?
À margem, aguardo o repouso do rio...
Um aroma úmido,
um pequeno nada,
exala o singular cheiro de terra molhada.
Composto de chão de terra, britas e
fragmentos do cotidiano.
O perfume da chuva
tem aroma de óleo de sândalo,
restaura lembranças
ao passo que apaga os rabiscos do chão.
Perfuma o vento
no entardecer das cores,
limpa a lousa da calçada e da vida,
hidrata nossa esperança
e restaura nossos sonhos.
Além das Sombras de Ontem
Não me julgues pelo ontem,
onde sombras habitavam um passado distante,
como uma saudade que não sabe ser presente.
Não moro mais lá,
meu ser se desvencilhou das correntes antigas,
como a lua se liberta da noite.
Ao meu passado,
devo o saber e a ignorância,
as necessidades e relações,
a cultura que o moldou e o corpo que me guia,
como um rio que aprende a ser mar.
Não sou mais escravo de seus ecos,
nem de suas sombras persistentes,
que tentam se fazer eternas.
Hoje, sou um novo começo,
liberto dos grilhões que já me prenderam,
caminho firme na estrada presente,
sem olhar para trás, apenas em frente,
como um sonho que aprende a ser real.
Ser pai é mais que um destino traçado; é uma missão tecida nos fios invisíveis do tempo. Não se trata apenas de perpetuar a vida, mas de adentrar as profundezas da própria alma, onde os mistérios da existência se entrelaçam com os laços do amor. Os filhos, esses seres que nos atravessam, não precisam necessariamente brotar de nossa carne, mas devem cruzar o nosso caminho, tocando-nos e sendo tocados por nós. É quando o belo se revela, quando o inesperado se concretiza, e almas destinadas a não ser acabam se tornando.
A paternidade é um processo singular, forjado no calor das alegrias e no frio das dificuldades. Reconhecido, sim, mas quase sempre silencioso, escondido nos gestos simples e nas palavras não ditas. Em cada uma das suas ações, os pais, com o seu jeito finito de ser Deus, nos revelam o Divino que se faz homem. Semelhante a Ele nas tangentes da vida, por vezes invisível aos olhos, mas sempre presente, sustentando nosso mundo.
Talvez o maior pecado dos pais seja a ausência, essa escolha silenciosa de prover o bem-estar que, paradoxalmente, impõe a distância. E assim, de herói a vilão, transita o pai a cada repreensão, a cada tentativa de moldar o caráter, sem perceber que, em sua finitude, é reflexo de algo maior.
No entanto, é justamente nesse dilema que reside a grandeza da paternidade. Pois ser pai é caminhar na corda bamba entre a presença e a ausência, entre o querer proteger e o precisar deixar ir. É viver no eterno dilema de dar o melhor de si, mesmo sabendo que o melhor nem sempre é suficiente. Divergir, e por vezes reconhecer que o ideal nem sempre é o necessário. Mas, acima de tudo, é aprender que a grandeza de ser pai não está na perfeição, mas no amor que, mesmo imperfeito, é capaz de construir pontes onde só havia abismos e de transformar o vazio em plenitude.
E assim, na vastidão desse papel, o pai descobre que ser grande é dissernir entre o estar perto e se fazer próximo, saber que, mesmo na ausência física, sua essência perdura, enraizada no coração e nas ações daqueles que, passaram e se eternizaram por ele.
Sou um amontoado de pedaços, onde moram partes que não nasceram em mim e hoje florescem em um corpo que é, de algum modo, meu. Tenho um pouco de todos e todos têm um pouco de mim, vejo-me espalhado.
Esse eu sem nome, essa parte que nasceu em mim e agora habita em outro corpo, ainda sou eu. Desgasto-me com velocidade absurda, meus fragmentos se espalham por toda parte. Sinto-me completo somente quando estou disperso.
Como um galho arrancado da árvore e plantado em nova terra. Como a árvore que viaja através de suas sementes, eu vivo nas entranhas alheias.
Assim, quem busca a perfeição humana se perderá, pois não há encaixes perfeitos em pedaços distintos.
A felicidade é única, um sentimento inexplicável, mas é fácil compreender o quanto é bom ser alegre.
A sociedade não pode existir, a menos que haja um poder controlador sobre o apetite e a vontade. Quanto menos desse poder existir internamente, mais deverá ser imposto de fora. Isso está ordenado na eterna constituição das coisas: que homens de mente imoderada não podem ser livres. Suas paixões forjam seus grilhões.
Não era a amizade um milagre em si, o encontro com outra pessoa que fazia o mundo solitário de certa forma parecer menos solitário?
Mas o que era a felicidade se não uma extravagância, um estado impossível de se manter, em parte por ser tão difícil de ser articulada?
Somos feitos de conflito. Dentro de cada um de nós, há conteúdos recalcados que insistem em retornar desejos, falhas, impulsos que negamos, mas que encontram abrigo no julgamento que lançamos sobre o outro. Não há pureza psíquica, apenas máscaras moldadas para apaziguar o superego e manter o ego ileso.
A virtude não está em errar menos, mas em reconhecer os próprios mecanismos de defesa, as projeções, as repetições inconscientes. O que nos torna verdadeiramente humanos é a capacidade de enfrentar aquilo que o recalque tentou soterrar. A dignidade está em suportar o próprio inconsciente sem fugir de sua verdade.
Afinal, diante do tribunal da psique, ninguém é inocente. Mas os que aceitam sua culpa, sua ambivalência e seu desejo, talvez caminhem com mais lucidez, ainda que não com mais leveza.
Nunca se deve pensar que ter sido um bom jogador basta para quem quer se tornar treinador.
Depois de ter jogado futebol, dirigir um time é o melhor trabalho do mundo.
Minha infância
foi conturbada
sustos e medos
e a criança assustada
De um lado eu não tinha
nem amor e nem proteção
é o lado da minha mãe
qual eu não tinha nem atenção
Do outro carinho
proteção e amor
essa foi minha vó
que me deu tanto amor
Até os 10 anos
com minha vó eu cresci
tive amor e cuidados
como eu nunca mais vi
Depois disso eu perdi
a vó que eu sempre amei
Foi um susto sua partida
ia se um amor que eu nunca mais terei
Virei filho da minha mãe
porque eu era o filho da vó
isso foi complicado
tudo doía que só
Com minha mãe foi diferente
Amor e proteção eu não tinha
senti sua falta vó
De dia e a noite todinha
Tive que aprender
com ela a conviver
não tinha outra saída
Se não com minha mãe crescer
Com 11 anos
Eu tive muito que aprender
Cuidar de casa e irmãos
Fui obrigado a crescer
Nossa mãe queria rua
Festas, Bares, ela queria sair
Meus irmãos comigo ficavam
Pra ela ir se divertir
Passei Muito tempo com medo
Carregava pesos e problemas e de mim eu esquecia
Tive que lidar com ameaças e tristezas
E ainda tinha a crise de epilepsia
Essa eu descobri aos 7
E me acompanhou até a adolescência
Em meio á um turbilhão de coisas
Aos 12 perdi minha inocência
Foi bem triste
Ela eu ter perdido tão cedo
Mas não tive uma proteção
E ali ficou guardado em segredo
E chegou a adolescência
E tivemos nossos estranhamentos
Brigávamos, eu e minha mãe
Por opostos pensamentos
Já na fase adulta
Criamos uma forte ligação
Um era amigo do outro
Quase não brigávamos não
Nos meus 25 anos
Ela organizou uma festão
Minha mãe amava isso
E se divertia de montão
Esse foi meu último aniversário
Que eu passaria com ela
Deus á levou pra descansar
E encontrar minha vó junto dela
Foi em 2018
Que ela veio a falecer
Em coma e dormindo ela estava
Mas tínhamos fé que ela iria sobreviver
Hoje sinto um vazio
Que Jamais será esquecido
Amor de uma avó, Companhia de uma mãe
Que nunca será preenchido
Mas sigo a vida
Acreditando que um dia iremos nos ver
Abraçar Minha vó, Beijar minha mãe
Que isso um dia venha á acontecer
Termino agradecendo minha vó
Por todo amor e carinho
Sentia sempre seu amor
Eu nunca estava sozinho
Termino agradecendo minha mãe
Por ser louca e bem forte
Lutou o quanto podia
Agradeço os ensinamentos
Conhecer vocês foi minha SORTE
Você hoje é um pensamento
Eu não dou atenção
Eu não deixo voce me invadir
Voce hoje é um sentimento
Porque se eu der abertura
Se eu permitir você de entrar
Voce me preenche todo
Até eu não conseguir aguentar
Até você conseguir me inundar
Voce me inunda
Me preenche até eu vazar
Vazo pelos meus olhos
E dói nao conseguir parar de vazar
Mas como um sentimento
Eu deixo você adormecido
Algo em mim teria morrido
Porque você teria sumido
Eu nem lembro mais da sua risada
Só lembro como foi bom te amar
Mas hoje me preocupo em não inundar
Hoje eu não quero mais vazar
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