Pequenas Coisas Simples
Penso que nas coisas simples da vida encontramos tantos bons motivos para viver que prefiro ser feliz com poucos que caminhar ao lado de complicados seres.
Não podemos permitir que a inteligência inventada, nos roube os prazeres das coisas simples da vida que a emoção nos faz sentir. O rompimento com a realidade não é um sonho, e sim, uma patologia psiquiátrica.
Precisamos despertar a nossa atenção para a coisas simples da natureza - e com dedicação, plantar e colher a produção - lembrando que só se deve encher a cesta, com o trabalho das mãos.
Viver é dar valor às coisas simples, é entender que o presente é um presente, é perceber que quem queremos bem são o nosso maior e melhor bem.
Viver é sentir e expressar, é sorrir, é chorar, é escolher desistir ou continuar. É sabermos que se não quisermos ver, realmente não vamos enxergar.
Viver é acreditar no impossível, é fazer uma loucura sem medir o prejuízo, é plantar para poder colher, é olhar de cima quando se está em baixo.
Viver é errar, é tentar, é acertar. É ir sem saber se vai voltar, se vai chegar onde quer ou em qualquer outro lugar, pois às vezes pode ser melhor correr e não parar.
Se gosto de coisas simples, não quer dizer que sou simples. Quem se emociona com o pôr do sol ou uma flor, tem uma alma complicada.
SIMPLESMENTE COMPLEXO
Não raras vezes, busca-se a solução de coisas simples alegando complexidade.
Onde está a complexidade afinal?
O homem, bem como seus inevitáveis relacionamentos – afinal seres gregários - adquire complexidade com o passar do tempo...
Quando crianças: sentem, falam, brigam e choram abertamente e, dificilmente, se ressentem.
Acredita-se que complexidade é um somatório de coisas simples que vão se acumulando.
Acumulando, por deixar de fazer ou fazer outras tantas...
Quando se deixa de fazer coisas ruins é sinal positivo. Quando se faz coisas boas a mão de direção é a mesma.
Entretanto, quando se deixa de lado a simplicidade e passa-se para uma complexidade com mão de direção contrária, comissiva ou omissivamente, aliás, um caminho natural na atual “modernidade”, envolve-se num emaranhado de situações que tornam pessoas produtos de um meio que nem sempre é o ideal.
Forjado mais pela matéria e menos pela alma.
As relações de família, de amor, de alegria, de tristeza, são “estados de espírito” que devem ultrapassar os chamados 5 (cinco) sentidos.
Devem ser “simplesmente” sentidas. Muito melhor que discutidas... Quem ama: sente...
A chamada “intuição”, já cantada pelo poeta Osvaldo Montenegro, é algo que supera os limites dos vulgares sentidos...
Aquela que grita, vê, ouve, é oxigenada pelo silêncio e degustada pela alma.
“Metade de mim é o que eu grito e a outra metade é o silêncio” (“Metade” – Osvaldo Montenegro).
A complexidade, criada por nós mesmos, é tão dissimulada que implica em buscar culpas quando os sons, paisagens e os ventos não são aprazíveis a todos.
Dentre essas culpas, temos “n” motivos para as dificuldades de trabalho, de família, de relacionamento, de tudo...
De comum, é que quase nunca conseguimos, socraticamente, voltarmos para nós mesmos e assumirmos algumas responsabilidades.
Abaixem-se ou aumentem-se os volumes, busquem-se novas paisagens, sintam-se o prazer da brisa e descubram-se belezas, até mesmo, das tempestades...
Os ritmos são vários: samba, pagode, mpb, funk, hip-hop, eletrônica, rock etc. Sem hipocrisia, busque-se algum sentido em todos, com raras exceções que aqui se permitem ao autor destas palavras, com relação aos ritmos que provém menos do homem e mais da máquina...
Ainda assim, respeite-se quem os “curte”...
Esse é o tempero da vida!
“Eu vou no ritmo da vida, eu vou no ritmo que a vida me levar”... (“No Ritmo da Vida” - Wander Wildner).
Isso mesmo, “ritmo”, do grego “Rhytmos”, que designa aquilo que flui, que se move...
Viva o camarão, viva o bife de fígado... Viva o respeito aos mais diversos gostos... É na diversidade e no respeito a ela que se pode crescer...
Sem disfarces: fluam-se as alegrias e também as tristezas... Busque-se mais aquelas, sem deixar de tentar compreender estas... Que graça teria se tivéssemos sempre o mesmo ritmo...
Embora não seja muito adepto das ciências frias, sempre é bom aferir em que mão de direção se está seguindo... Quais são nossos saldos?
Que “patrimônio”, verdadeiramente, temos? Dinheiro, carros, viagens, imóveis?
Tudo isso é salutar, nunca esquecendo que a segurança econômica está longe de ser a segurança de felicidade. O que, repita-se, não quer dizer que sejam “seguranças” contraditórias.
A solidariedade seria uma boa resposta, fazer mais ao outro do que se faz a si próprio... Pensamento interessante, mas, também, necessariamente, complexo! Fazer aos filhos, fazer à família, fazer ao trabalho, fazer...
Todos os “fazeres” são assertivas positivas, se é que se possa imaginar o contrário...
Porém, mantenha-se, constantemente, buscando racionalizar um pouco dessa complexidade e volte-se para os segredos da simplicidade. Nem que isso signifique a “árdua” tarefa de voltar-se a si mesmo e, não raramente, assumir uma vulgar pecha de egoísta.
Pode-se deslocar, rapidamente, para qualquer lugar do mundo sem que se vislumbre as suas belezas, caso se esteja, como diz a moda, com a visão monocromática sob “mesmo tom de cinza”!
Assim como culpamos, também seremos, constantemente, culpados...
Que isso não sirva de motivos para mitigar qualidades ou supervalorizar os defeitos – de quem quer que seja - mas que sirva de uma sincera reflexão...
Voltando às ciências frias, com seus resultados exatos, poder-se-ia ponderar que, em vários itens, as operações resultem no vermelho, mas, nunca, nunquinha, deixar dúvidas ou saldo negativo sobre a sinceridade de propósitos, especialmente, na busca de aperfeiçoamento humanístico.
Para isso, todavia, não, necessariamente, tenha-se que trilhar num sentido indicado por alguém, nem mesmo por aqueles que mais amamos.
As sentenças já devem estar prontas! Especialmente, as condenatórias, às quais, se acaba, paradoxal e indissociavelmente, como cúmplices, vez que somos sujeitos ativos e passivos de nossas próprias condenações.
Para encerramento, vai-se parafraseando, triplamente, o mestre Osvaldo Montenegro: “Hoje eu quero a rua cheia de sorrisos francos, de rostos serenos, de palavras soltas eu quero a rua toda parecendo louca, com gente gritando e se abraçando ao sol (“Sem Mandamentos”), “sem o compromisso estreito de falar perfeito, coerente ou não... sem o verso estilizado, o verso emocionado, bate o pé no chão...” (“Intuição”); “e que a minha loucura seja perdoada, porque metade de mim é amor, e a outra metade também” (“Metade”)!!!
Se alguns calvinistas entendessem coisas simples como:
1- Deus não prever nada, pois Deus não precisa prever, ou consultar algo que Ele já conhece;
2- Parar de confundir livre-arbítrio filosófico com teológico;
3- Aprender sobre a etimologia da palavra presciência, que não é prever o futuro;
4 - Diferenciar didaticamente entre fé comum, fé intelectual e fé salvífica.
Eles já dariam um grande passo em direção ao verdadeiro Evangelho e a Sã Doutrina!
Confesso
que hoje sou um assíduo
apreciador das coisas simples...
Uma vez que serão elas
o último refúgio de todos nós,
criaturas demasiado
complexas!
... confesso
ser hoje um fiel apreciador
das coisas simples!
Uma vez que são elas - e
somente elas - o último refúgio
reservado a todos nós,
criaturas demasiado
complexas!
No prodigioso
universo das coisas simples, ao nos dispormos em vivê-las - aos olhos dos
quepouco compreendem - corremos
o risco de sermos taxadoscomo
pessoas extravagantes
e exigentes!
a beleza das coisas simples...dias há em que encontro a sede das palavras bem no centro das minhas mãos e no mistério das linhas, eu leio instantes inacabados, sem que alguém me escute...
natalia nuno
Não são os valores das coisas que fazem deles serem especiais. Muitas vezes, é nas coisas simples da vida que encontramos a verdadeira beleza.
VIII
Comece escrevendo
sobre coisas simples
sobre o teu cotidiano,
poucas linhas
e o quê você está
sentindo que a sua
poesia, prosa ou poema:
você vai escrever.
IX
A tua poesia, poema
ou prosa devem
ser feitas com
as palavras
que você domina,
E busque dicionários
quando você sentir
que não conhece,
ou caso uma
dúvida te surja,
porque tenho
certeza absoluta:
você vai escrever.
X
Saiba que rimar
ninguém é obrigado,
E depois de certo
tempo e domínio
se verá obrigado
a criar novas palavras
e será imparável
nesta vida seja por
gente chata, qualquer
ironia ou pelo poder
que o momento domina,
e tenho total certeza
que aconteça
o quê venha acontecer:
você vai escrever.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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