Pequena Menina dos Olhos Castanhos
Vestido mulher.
Linda menina
Que veste vestido
Que aos meus olhos
Tira pra dançar.
Dás a lua um brilho doce
As cores mágicas de um sol
Que reluz ao dia
Abrilhanta a noite.
Brinca e roda num afago
Com sorriso largo
Que até a alegria
De tua beleza galanteia.
Tão belo delineado vestido
Sinto a tua nudez
Airosa e delicada
Nas curvas maliciosas
Das flores que te cobrem.
Suave é teu caminhar
Que o coração faz dançar
Vestes a forma feminina
Tua beleza é ser mulher.
És tu menina
Um presente elegante e sedutor
De quem te vê além das cores
Que meus olhos tem.
Tu és rosa que veste o lindo
Encantando meu olhar
Que eclode meu sorrir
Tal amor que vem de ti
Faz leve e solto meu viver.
Vestindo vestido
Quase sem querer
Faz brilhar o anoitecer
Que contigo apenas
Num eterno sempre
Amanhecer.
José Henrique .
Neste mundo são os olhos de quem ama as flores que se abrem, as grinaldas acesas em um barco, sinos das escolas, uma paisagem, conversas inesquecíveis, amigos, o domingo de uma criança, as músicas prediletas, o vestido novo para a festa, a roupa favorita, o outono e todas as estações...
Seus olhos se enchem de lágrima, a música se torna instrumental matando qualquer outra palavra, a cidade não respira, o tempo não existe, a solidão é coisa de gente que mora muito longe dali, minha mente aquieta todos os monstros.
Nada podem teus olhos doces,
como nada puderam as estrelas
que me abrasam os olhos e as faces.
Escureceu-me a vista o mal de amor
e na doce fonte do meu sonho
outra fonte tremida se reflecte.
Depois... Pergunta a Deus porque me deram
o que me deram e porque depois
conheci a solidão do céu e da terra.
Olha, minha juventude foi um puro
botão que ficou por rebentar e perde
a sua doçura de seiva e de sangue.
O sol que cai e cai eternamente
cansou-se de a beijar... E o outono.
Pai, nada podem teus olhos doces.
E na noite imensa
com as feridas de ambos seguirei.
Penso que descobrir o caminho da felicidade é ter olhos de garimpeiro para as imensas pequenezas do dia a dia...
Por um milésimo de segundo eu fechei os olhos e senti meu peito esvaziado de você. Foi realmente quase. Acho que estou andando pra frente. Ontem ri tanto no jantar, tanto que quase fui feliz de novo. Ouvi uma história muito engraçada sobre uma diretora de criação maluca que fez os funcionários irem trabalhar de pijama. Mas aí lembrei, no meio da minha gargalhada, como eu queria contar essa história para você. E fiquei triste de novo
Muito custa ao homem revelar-se mau, até aos seus próprios olhos; e não se atrevendo, faz-se hipócrita.
Abro bem os olhos, e não adianta: apenas vejo. Mas o segredo, este não vejo nem sinto. A eletrola está quebrada e não viver com música é trair a condição humana que é cercada de música. Aliás, música é uma abstração do pensamento.
Você não me conta seus desejos. Sorri com os olhos, com a mesma boca que mais tarde, um dia, depois daqui, poderá me dizer: não.
Parece uma parábola, mas acontece todo dia: a gente só tem olhos para o que mostra a nossa janela, nunca a janela do outro. O que a gente vê é o que vale, não importa que alguém bem perto esteja vendo algo diferente.
Ia me fazer muito bem abrir afinal meu coração e mostrar afinal a alguém que fechasse os olhos e não ouvisse, que horror pode se guardar numa pessoa. A solidão de que sempre precisei é ao mesmo tempo inteiramente insuportável.
Ele fechou os olhos, ela fechou os olhos. Ficaram rodando, olhos fechados. Muito tempo, rodando ali sem parar. Ele disse: ― Eu não vou me esquecer de você. Ela disse: ― Nem eu.
Eu nunca vou ver ninguém mais, Bella. Eu só vejo você. Até quando eu fecho meus olhos e tento ver outra coisa. Pergunte ao Quil ou Embry, isso deixa eles todos loucos.
Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo.
Nota: Trecho de texto de Marla de Queiroz. Por vezes, é atribuído de forma errônea a Caio Fernando Abreu e Clarice Lispector.
...MaisA realidade nunca é a mesma depois que olhamos para o mundo com olhos diferentes. Uma vez que abrimos a possibilidade de ver o que está além, não retornamos ao que éramos antes!
Como? Como ajudaria dizer que vejo o rosto dele todas as noites quando fecho os olhos? Que acordo e começo a chorar quando vejo que ele não está? Que as memórias são tão fortes, que já não posso mais separá-las das minhas?
Quando eu vou dormir eu me pergunto:
você continuará aí, quando eu fechar os olhos?...
E quando eu fecho os olhos eu me pergunto:
você estará aí quando eu acordar?...
(eu espero que sim...)
É difícil conviver com esta elasticidade:
as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos.
Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações. Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma.
O egoísmo unifica os insignificantes.
Não é a altura, nem o peso, nem os músculos.
que tornam uma pessoa grande.
É a sua sensibilidade sem tamanho.
E é então que esqueço de tudo e vou olhar nos olhos de minha bem-amada como se nunca tivesse visto antes. É ela, Deus do céu, é ela! Como a encontrei, não sei. Como chegou até aqui, não vi. Mas é ela, eu sei que é ela porque há um rastro de luz quando ela passa; e quando ela me abre os braços eu me crucifico neles banhado em lágrimas de ternura; e sei que mataria friamente quem quer que lhe causasse dano; e gostaria que morrêssemos juntos e fôssemos enterrados de mãos dadas, e nossos olhos indecomponíveis ficassem para sempre abertos mirando muito além das estrelas.
