Pensamentos de Goethe
Não tenho mais capacidade de raciocinar, nem sensibilidade pela natureza, e os livros me repugnam. Quando sentimos falta de nós mesmos, falta-nos tudo.
Tenho tanta coisa, e o meu sentimento por ela devora tudo; tenho tanta coisa e sem ela tudo se reduz a nada.
Consentimos que nos apontem os nossos defeitos, aceitamos as punições que deles decorrem, sofremos pacientemente por causa desses defeitos. Mas perdemos a paciência se nos obrigam a pô-los de lado.
Aquele que depois de três milênios não é capaz de se ter na própria conta estará fadado a viver uma vida de ignorância.
Um homem deveria escutar uma pequena canção, escrever um pequeno poema, contemplar uma bela imagem todos os dias de sua vida, para que as preocupações do mundo não suprimam o senso de beleza na qual Deus implantou na alma humana.
Não há nada insignificante no mundo. Tudo depende do ponto de vista.
Tudo o que liberta o nosso espírito sem nos dar o controle de nós próprios é prejudicial.
A cultura espiritual pode continuar a progredir, as ciências naturais podem crescer cada vez mais em extensão e profundidade, e o espírito humano pode se ampliar o quanto quiser: jamais ele ultrapassará a elevação e a cultura moral do cristianismo como ela cintila e brilha nos Evangelhos!
Nenhuma alegria é comparável à de ver uma grande alma abrir-se para nós.
Não há alegria mais verdadeira e cálida neste mundo do que ver uma grande alma que se abre inteira para nós.
A vida pertence aos vivos, e aqueles que vivem devem estar preparados para a mudança.
Queria que o palco fosse uma corda esticada onde nenhum incompetente ousasse caminhar.
Não desejaria eu outra coisa senão que o teatro fosse tão estreito quanto a maroma de um funâmbulo, para que nenhum inepto ousasse nela subir, ao contrário do que ocorre agora, quando qualquer um se sente apto o bastante para se exibir em público.
É possível ser instruído em sociedade, mas é possível ser inspirado apenas na solidão.