Pensamentos de Aristoteles sobre Teimosia

Somos tão responsáveis por amar sempre como o somos por nunca amar.

Há muitos homens que se queixam da ingratidão humana para se inculcarem benfeitores infelizes ou se dispensarem de ser benfazentes e caridosos.

O desejo de igualdade levado ao extremo acaba no despotismo de uma única pessoa.

Não haverá, entre um espírito que abarrota de invenções alheias e outro que inventa por si próprio, a mesma diferença que vai de um recipiente que se enche de água à fonte que a fornece?

Não pode haver graça onde não há discrição.

O silêncio é o melhor salvo-conduto da mais crassa ignorância como da sabedoria mais profunda.

A ciência dos projectos consiste em prever as dificuldades de execução.

A loucura dos que têm êxito é a de se julgarem hábeis.

Antes de atacar um abuso, deve ver-se se é possível arruinar-lhe os alicerces.

Não há poder. Há um abuso do poder, nada mais.

O interior das famílias é muitas vezes perturbado por desconfianças, ciúmes e antipatias, e enganam-nos as aparências de satisfação, calma e cordialidade, fazendo-nos supor uma paz que não existe; poucas há que ganham em ser aprofundadas.

Os ricos pretendem não se admirar com nada, e reconhecem, à primeira vista, numa obra bela o defeito que os dispensará da admiração, um sentimento vulgar.

Há algo de tão magnífico com um grande homem: um homem de honra.

Os abusos, como os dentes, nunca se arrancam sem dores.

Quando se envelhece, as irritações transformam-se em tristeza.

O nosso espírito é essencialmente livre, mas o nosso corpo torna-o frequentes vezes escravo.

Há muita gente para quem o receio dos males futuros é mais tormentoso que o sofrimento dos males presentes.

A longo prazo uma profissão é como o matrimônio; apenas se sentem os inconvenientes.

O amor começa pelo amor; não se pode passar de uma forte amizade senão para um amor fraco.

Os homens, tão enfadonhos quando se trata das manobras da ambição, são atraentes ao agirem por uma grande causa..