Pensadores Alemães
A mediação da serpente foi necessária: o mal pode seduzir o homem, mas não pode se transformar em homem.
Não deixam de ter razão os movimentos espirituais revolucionários que questionam a relevância do anterior, já que, de fato, ainda não aconteceu nada.
"Estava sempre disposto a aceitar os acontecimentos com toda a calma, a admitir o pior apenas quando este surgia, a não se preocupar com o amanhã, mesmo quando as perspectivas fossem assustadoras. Mas ocorreu-lhe que esta não seria a melhor política a seguir"
"Teriam eles estado a dissimular as suas verdadeiras opiniões enquanto ele falava e agora, que chegara ao fim do seu discurso, é que se mostravam cansados de todo aquele fingimento? Que caras o rodeavam! Olhos pequenos e negros apareciam furtivamente de todos os lados..."
«-(...) poderei não ser uma atracção para a maioria dos homens, mas sou-o para ele. Não consigo encontrar maneira de o afastar de mim»
"-... voltarei num instante e irei consigo se o senhor me levar, irei consigo para onde quiser ir, poderá fazer de mim o que quiser, adoraria sair daqui por muito tempo e até gostaria que fosse para sempre"
Como é que uma coisa assim pode acometer um homem? Ainda ontem à noite estava tudo bem comigo, meus pais sabem disso, ou melhor: já ontem à noite eu tive um pequeno prenúncio. Eles deviam ter notado isso em mim.
Era ele um animal, já que a música o comovia tanto? Era como se lhe abrisse o caminho para o alimento almejado e desconhecido.
O que o mundo exigia de gente pobre, eles cumpriam até o ponto extremo.
Se não me contivesse, por causa dos meus pais, teria pedido demissão há muito tempo; teria me postado diante do chefe e dito o que penso do fundo do coração. Ele iria cair da sua banca! Também, é estranho o modo como toma assento nela e fala de cima para baixo com o funcionário – que além do mais precisa se aproximar bastante por causa da surdez do chefe.
Dificilmente o surpreendia o fato de que nos últimos tempos levava os outros tão pouco em conta; essa consideração tinha sido, antes, o seu orgulho.
Como seria agora, se todo o sossego, todo o bem-estar, toda a satisfação chegasse assustadoramente ao fim?
Que tal se eu continuasse dormindo mais um pouco e esquecesse todas essas tolices?
Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso.
Como é possível alguém alegrar-se com o mundo, a não ser quando se refugia nele?
“Puxa”, disse o rato, “o mundo fica menor a cada dia. No início era tão grande que me dava medo, eu vivia correndo sem parar, e fiquei contente quando consegui avistar muros distantes à esquerda e à direita, mas esses muros compridos se estreitaram tão rápido que já estou na última sala, e ali no canto está a ratoeira na qual acabarei pisando.” “É só você mudar de direção”, disse o gato antes de comê-lo.
