Pena eu Nao fazer parte do seu Mundo
Eu me sinto tão exausta como se já tivesse vivido tudo que poderia viver, mas eu ainda tenho 19 anos.
A mulher que um dia eu fui
Houve um tempo em que eu acreditava cegamente no amor. As palavras doces me tocavam profundamente…
Me deixavam vulnerável — e eu achava isso bonito.
Mas o tempo passou.
E com ele, vieram as desilusões.
Hoje, ainda acredito no amor… mas com ressalvas.
A cada dia, luto contra a descrença que me consome em silêncio.
As frases lindas que antes me encantavam agora soam ocas. Começo a pensar que talvez fossem só palavras —
como tantos já me disseram.
Não escrevo mais cartas de amor. As palavras não fluem. A comunicação é difícil. É como se tivessem arrancado o meu lado romântico à força.
E isso me dói.
Porque a pessoa que agora ocupa esse espaço…
gostaria de ouvir o que sinto. Os poemas que um dia fiz — e recitei — pra você.
Será que um dia eu volto a ser? Aquela mulher sonhadora, sensível, romântica... a que você destruiu?
Será? Hoje, tudo o que consigo dizer… tudo o que ainda sobrevive em mim…
é que eu te amo.
Metamorfose
Era eu, agora quem sou?
O que sou é quem eu era?
Carrinhos, ciranda o “era”
adiante, um velho adaptado por consequência.
Menino se foi...
Rugas e falta de memória “predominam”
Quem escapa?
Há um rio que nos leva...
Às mentes, outrora ingênuas
o mundo deu seu “trato”
Do casulo da vida
(metamorfose é certa).
OLIVEIRA, Marcos de. Metamorfose da vida. In: OLIVEIRA, Marcos de.
Tristeza por Borboletas. Porto Alegre: Alcance, 2012. p. 11.
Sou uma criança que envelheceu
Eu sempre quis meus brinquedos
mesmo que velhos e quebrados fossem.
Sou apenas uma criança
num corpo exausto de velho
que não resiste a uma boa gargalhada
sou assim mesmo...
(uma criança cheia de sonhos)
OLIVEIRA, Marcos de. Sou uma criança que envelheceu. In: OLIVEIRA,
Marcos de. Tristeza por Borboletas. Porto Alegre: Alcance, 2012. p. 16.
O menino no espelho
Quem é esse, mais novo do que eu?
Seria mesmo eu?
Ou apenas doces lembranças
Salvando minha velha alma?
Quem é esse menino cheio de sonhos no olhar?
Ele parece desconhecido,
Mas há algo que me prende a ele.
Como pude esquecer o menino todos esses anos?
Agora, diante do espelho,
Me questiono escolhas e desencontros.
CZERWINSKIN, Marcos. 5.In: CZERWINSKIN, Marcos. Dias perfeitos e
muros escuros. Porto Alegre: Besorah Brasil, 2014. p. 52.
Querido defunto
No velório, nunca pode faltar
o que grita num desespero só...
Dizendo, eu quero ir junto... Deus, me leva...
Talvez, o único momento
em que o pobre do defunto
mais se sentiu importante e amado
em toda sua vida.
OLIVEIRA, Marcos de.Querido defunto.In: OLIVEIRA, Marcos de. Tristeza
por Borboletas. Porto Alegre: Alcance, 2012. p. 29.
Antes, eu desperdiçava palavras sobre o que julgava saber; agora aprendo, em silêncio, o que ainda desconheço.
O masoquista e o sádico
“Te amo porque me ama.”
Eu sei que vou te amar, apesar do chorar
Mesmo quando as entranhas há de revirar
Devido aos sentimentos que prendem à mim o ar
O calor no corpo, sinto queimar
A agonia das batidas no peito que vem me subjugar
A hipocrisia de gostar e desejar o continuar
“Te amo porque amo amar.”
O meu deleite sendo seu réu
O amor gosto do fel
Impondo uma penitência a ti
Me aconchega ver você se esvair
A empatia eu parti
O prazer em saber que você nunca vai ir
você olhou na minha cara,
no FUNDO DOS MEUS OLHOS,
eu vi o brilho dos seus olhos
enquanto falava olhando diretamente
nos meus olhos,
foi mentira o BRILHO DOS SEUS OLHOS?
Eu odeio a classe média até o fim dos meus dias.
Em um momento
Em um momento em eu deixei de ser amado
Em um momento eu me tornei o filho bastardo
Em um momento eu larguei o fumo barato
Em um momento eu me tornei odiado
Em um momento transcendi a outro lado
Em um momento só era mais um chapado
Em um momento já não havia mais como o meu sonho ser realizado
Em um momento o fogo havia se apagado
Em um momento o tempo já era passado
Em um momento a consciência não sabia o que tinha se tornado
E, em um último momento, a vida havia se calado
Sinto a sua alma fluir
Desejo o melhor a seguir
Curaria todas as suas dores antes de partir
Se eu pudesse lhe faria sorrir
Em todos os momentos aplaudir
Somente por você existir
Nossos anjos "Tronos" planejaram permitir
Nosso encontro de almas florir
Nossas palavras se encaixam sem pedir
Assim como nossa energia vem a emergir
Tive sonhos ao abrir
Minha mente ao cair
Em sono profundo te vi sair
Comigo no colo sem me ferir
Me deitou em uma mesa ao ir
De encontro com Deus orou sem invadir
Perto de mim ficou sem punir
Acordei com sua presença em colorir
Meu desejo de viver e sentir
Mais instantes com você antes de subir
Eu nem preciso pegar o buquê para saber que um diamante bem grande está à caminho.
Boa noite.
Hoje eu só quero aquietar o coração e agradecer…
Pela vida que pulsa, mesmo nos dias mais silenciosos.
Pelo cuidado que chega, mesmo quando não percebo.
E por esse milagre diário de existir —
que é acordar, caminhar, sentir e recomeçar.
Obrigada, Senhor, por mais um dia inteiro de graça.
Por tudo o que foi, pelo que virá… e por Tua presença em cada detalhe.
— Edna de Andrade
@coisasqueeusei.edna
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