Pedro Bandeira - Identidade
Como expressar aquilo que sinto?
Se o que eu mais queria neste momento
seria apenas te abraçar
com palavras que nunca te direi...
Mas se o tempo parasse agora
Cada detalhe em meu coração
viraria uma estrela.
Um vasto e brilhante céu, em tuas mãos!
Colhi flores, aromas e cores
Pedi aos céus um clima ameno
Bordei carinhos, teci doces amores
Esperar você, para um simples café,
Torna agitado o meu coração sereno.
Canto a ti meu bem querer, mas bem o sabes
Não podeis ficar
Cedo ou tarde, precisarás partir
Levarás meu canto
e deixarás comigo só o encanto,
de um dia te querer tanto assim.
Mesmo que seja eterno o momento
Mesmo que seja terno o sentir
Então, que seja assim:
Que eu me perca na eternidade de seus braços
Que eu me encontre na intensidade do seu ser
E que você colha flores de encantos
Em palavras que nasceram só por você.
Amo-te tanto
que todo aquele tempo que passamos juntos
transformou-se, em um único instante,
num repetido sussurro em minha mente
de querer te amar
mais e mais e mais...
Velhas esperanças, novos sonhos
Fantasiados pelo amor
Ou pela simples lembrança
Do que se viveu
Do que já não é mais
Dela mesma, então!
Uma vela a manter a esperança
Outra a iluminar a beleza
Acendeu a terceira só por lembrar
De como pode ser efêmera toda a certeza!
No carinho dos detalhes,
revela-se o amor
E o dia só começa
quando sinto o aroma,
quando provo seu sabor.
Queremos abraçar o mundo
Alcançar as estrelas,
mas durante o percurso
encontramos desvios, obstáculos, bifurcações
Nada a indicar o caminho a ser seguido
Pior ainda: Falsas sinalizações!
Quantas vezes nos sentimos perdidos,
sozinhos, sem saber para aonde ir...
A dúvida invade e incomoda o coração.
E o que fazer?
Peça ajuda! Lembre-se: você nunca está sozinho!
Há um bem maior que sempre zela por você!
E como ouvir e entender o que Deus quer nos dizer?
Silencie, ore, reflita, caminhe e confie!!!
Ele lhe indicará o o que fazer, por onde ir
Ele estará a frente, é só seguir!
Ela vem, chega de mansinho, nem percebemos
E quando nos damos conta, já tomou de conta!
Ah, saudade...
Pode sim, me fazer companhia,
só não aperta tanto assim, meu pobre coração.
Amanhecer cada sonho adormecido
Encontrar toda esperança perdida
Carregar consigo a determinação.
Planejamento para hoje
e amanhã, e de novo e de novo...
Bebo a cada lembrança
do tempo em que eu me aquecia em seus braços.
Hoje sei o quanto disso tudo me restou...
Sinto o calor do café em meus lábios
aquecendo minhas ausências,
aquecendo minhas saudades.
E fico eu a imaginar
Quando a noite separa o dia
Se também pensas em mim
Luz intensa de minha vida.
Em meu coração plantaste um jardim
Profusão de aromas, cores, magia
Minha alma tingiu de flores.
Borboletas dançam alegrias.
Sonho é feito borboleta:
Voa ao longe, encanta, hipnotiza...
Quando pousa em nossas vidas,
renova o brilho do olhar,
torna a pulsação acelerada,
a surpreendente incerteza da conquista.
Ter um sonho, por si só,
livre e solto por aí,
mesmo assim, já é uma delicia
seguir a procurar
cada uma de suas pistas.
E quem sabe - e por que não?
Até mesmo voar!
Arrumei a casa, fiz uma faxina:
Tirei a poeira dos livros que nunca escrevi
Guardei cada lembrança esquecida em seu álbum
Separei e selecionei cada filme que vivi e revivi.
Organizei meus “antigos novos” sapatos,
aqueles que eu não usei em todas as festas que recusei.
Desfiz as malas de cada viagem perdida
Repassei as horas marcadas
em meio a tantas outras escondidas.
Enxuguei toda a tristeza que da janela escorria...
E a despachei.
Não quero encontra-la tão cedo.
Hoje, minha casa está aberta apenas à alegria.
E que seja bem vinda e bem vivida!
Minha Grande Ternura
Minha grande ternura
Pelos passarinhos mortos;
Pelas pequeninas aranhas.
Minha grande ternura
Pelas mulheres que foram meninas bonitas
E ficaram mulheres feias;
Pelas mulheres que foram desejáveis
E deixaram de o ser.
Pelas mulheres que me amaram
E que eu não pude amar.
Minha grande ternura
Pelos poemas que
Não consegui realizar.
Minha grande ternura
Pelas amadas que
Envelheceram sem maldade.
Minha grande ternura
Pelas gotas de orvalho que
São o único enfeite de um túmulo.
