Pedro Bandeira - Identidade
Nunca fui bem com as palavra, quer dizer, nunca serei. Acho que nunca falo a coisa certa, ou coisa do tipo. Já tentei mudar, mas mudar pra que se a pessoas não iriam lhe reconhecer mais. É, tá foda viver, mais não por a vida, e sim pela verdade que dizem ser verdade, ou verdade que acreditam ser mentira, e mentira que usam a verdade. Eu preferia não mais viver, ao ver tanta imundice.
Talvez eu nem seja isso que tu pensas ou tens ouvido dizer, certas pessoas têm a mania de tentar interpretar os outros mesmo sem antes as conhecer
Sabe aquele meu jeito frio? Ele derrete quando você chega perto. Sabe aquela minha memória fraca? Ela se torna forte quando o assunto é decorar as palavras que você me diz. Sabe aquele meu jeito desatento? Ele se concentra quando é pra te observar. Sabe essa coisa minha de esquecer as coisas com facilidade? Isso muda quando é pra lembrar de você a todo segundo. E sabe aquele meu eu, tão eu? Ele se perde quando o assunto é você.
Eu sei que o tempo passa e que as coisas não param de mudar. Que o ponteiro do relógio continua, independente de qualquer coisa — a não ser da bateria. Sei também que daqui alguns meses eu vou olhar pra como eu era antes e me espantar ao ver o quando as coisas mudaram, o quanto eu mudei. Mas às vezes as mudanças são tão imperceptíveis, que tempo passa, tempo voa, e parece que tudo continua igual, monótono. Tempo passa, tempo voa, e demora pra gente notar alguma mudança. Por mais que, de fato, elas estejam mudando o tempo todo.
— Tem certeza do que está fazendo?
— Não.
— Então por que faz?
— Porque não dá pra ficar parado esperando as dúvidas serem respondidas com o vento. Uma hora a gente tem que arriscar um caminho qualquer mesmo sem ter certeza dele. Só pra ver se com sorte aquele não é o certo.
— E se não for?
— Aí eu digo “pelo menos eu tentei”.
Não importa quantas evidências existam de que a gente nunca vai dar certo, no fundo eu vou continuar acreditando em nós dois.
Não importa quantos “eu te amo” verdadeiros eu ouça. Nenhum deles fará sentido se não estiver vindo de você.
— Me explica, por quê essas lembranças têm que ficar?
— Pra você olhar pro passado e pensar “não posso ser idiota daquele jeito novamente”.
Fim da vida
Minha vida...
minha vida acabou ali,
naquele instante.
Ali perdi o chão,
ali senti que não podia mais voar.
E então apartir dali já não mais vivi minha vida...
apenas sobrevivi a sua ausência...
Eu não te critico pelos amigos que tens, mas também, não deixo indiferente que sou contra o facto de deixares-te influenciar pelas atitudes destes
