Pedro Bandeira - Identidade
Enfrentar a si mesmo exige um esforço hercúleo — maior do que qualquer batalha física — porque, nesse confronto, força e fraqueza nascem do mesmo lugar: a sua própria mente. 08/12/2025
Manifesto do Insubmisso
Eu escrevo a história dos ninguéns, dos que sofrem o horror da perversidade do sistema.
Eu pinto a tela social dos mais atormentados pela exclusão de um sistema estúpido que é vendido como progresso, mas que atua como máquina de fazer embutidos.
Eu sou a pena que sangra nos cadernos rasgados dos que não têm nome nos registros da glória. Eu fotografo com palavras as cicatrizes deixadas pela engrenagem que tritura a dignidade e cospe o resto. Este progresso não é a luz, mas sim a sombra densa onde a esperança é esmagada sob o peso de um capital que se alimenta da miséria e da obediência cega.
Eles nos querem quietos, padronizados, meros ingredientes no produto final do lucro. Mas eu não me calo. Minhas linhas são o grito sufocado que ecoa dos cortiços, das esquinas frias, dos campos varridos pela ganância. Eu sou o memorialista da resistência silenciosa, e minha arte é o espelho que estilhaça a ilusão: o sistema não falhou; ele está funcionando exatamente como foi projetado. E meu trabalho é garantir que o horror não seja esquecido nem perdoado.
Sou a vela vermelha dos Exus das encruzilhadas, sou o terreiro inteiro se mudando de lugar.
Sou a tenda resistindo à estupidez da hipocrisia religiosa.
Sou o Cristo do crucifixo morto – porque a vida pulsa onde a opressão o mata.
Sou a rua, a esquina, a Banda de esquerda, o armário vermelho amarelo.
Sou o furacão que arrasta o ego e o joga no paredão do terreiro das entidades mais intensas.
Eu sou a contradição que liberta. A liturgia profana que desfaz os dogmas e veste o corpo nu da verdade. Não aceito o céu prometido em troca do silêncio na terra.
Sou a Pomba Gira que dança sobre os contratos sociais não cumpridos. Sou o Zé Pilintra que bebe a indiferença e cospe a revolta, dando dignidade aos que o sistema chama de marginais.
Eu sou o ruído necessário que quebra a missa silenciosa da conformidade. Eu sou o verbo encarnado na pele dos marginalizados, o ponto cantado que ninguém pode abafar.
Minha escrita é a macumba social, feita para desmanchar as armadilhas do "progresso" e invocar a justiça sob a luz da Lua e o cheiro de pólvora da insubmissão.
Pedro Alexandre
Numa discussão dificilmente haverá um vencedor. Enquanto num diálogo é quase impossível haver perdedores.
Enterro meu passado como alguém que se foi,entretanto jamais deixo de levar flores às lembranças,pois graças a elas construí minha maturidade.
"Areia nos Olhos" é melhor expressão que tenho para justificar quando uma pessoa faz algo que fere os bons costumes, literalmente cuspindo areia nos meus olhos, choro e os fecho.
Paz Cristalina
Oh branca luz cristalina,
Es o conforto para este povo
Farto de inertes dores
Almejando outras cores
Cores...
Sem menor importancia
As mais frias das cores frias
Que ignoram a ignorancia
Na alegria presente que se faz
Iluminando minha andanca
Com a eterna chama da paz
Sem a menor lembranca
Lembranca...
Da paz que se planta,
E do amor que encanta
O perpetuo olhar de esperanca!
Da minha obra "Lembrancas"
Desejo um dia maravilhoso com muita paz a todos filhos dessa Bela Patria.
Fopenze Nhacafula
Um ambiente de paz reflecte o
bem-estar, a harmonia, o amor,
a felicidade e alegria, uma
convivencia compreensiva, e um
alto e elevado espirito de auto-
estima.
Não importa se foi p'ra não magoar, mentira é sempre mentira, e independentemente de qual seja a razão não faz bem a quem quer que seja
Breve encanto efêmero, distante oculto e vazio.
De tanto te esquecer, lembrei do meu caminho.
É triste ser o desatento, é frio respirar o ar alento.
Estou Caído, deixado por alguém desconhecido.
Ferido, viciado, mas não quero ser interrompido.
Paixão é querer é saber é sentir.Paixão é viver é perder é partir.
Querer pra si o que não tem fim, Querer fugir e acabar por fim em um final feliz.
Não tem sentido de o amor ser escravo, Mas antes isso do que ser abandonado
Sentindo o frio do vento gelado Feito o inverno do ano passado.
Fez dele razão pra se perder de todas as minhas passionais intenções e dos meus veraneios aos domingos ao teu lado maria.
Canto livre, canto alto, canto triste, canto baixo.
Pássaro solitário no clarão, pássaro amigo do vão
Que de amor vive eternamente, esquecendo de seguir em frente.
Pássaro sem asa que vive sem motivo, descansado, não procura abrigo.
Velho sonho esburacado, velho filme acabado.
Velha dor de te perder, velho caso a acontecer.
É o desdenho de te querer, é a dor de envelhecer.
Pois não existe sorte, existe força de vontade e não existe amor errado, existe não saber amar, mas como é imensa a dor sobre mim, as vezes penso no que está porvir.
