Pedido de desculpas para professor
Perdão do esquecimento
(inspiração adolescente)
Pequei!
Se pequei, pecastes mais!
Eu gritei...
E de um surdo eco me arrepiei.
De joelhos mais uma vez fiquei...
Procurei teu olhar sem encontrá-lo.
Queria-te por toda força junto a mim.
Mas nada fazia sentido...
Tudo desfeito!
O amor que nos unia, findou.
Ódio em teu olhar notei!
Compreendi que entre nós tudo estava acabado...
Chorei noites, fiz nascer dias.
Construí e imaginei mortes.
Mas seu perdão eu nunca mais teria...
1968
Perdão: A Liberdade Que Só Você Pode Dar a Si Mesmo
Autoria: Diane Leite
Perdoar é um ato de coragem. Não para os outros, mas para si mesmo. É libertar o peso que você carrega dentro de você, aquele que corrói por dentro, silencioso. Mas o que significa perdoar? Perdoar não é sobre o outro. É sobre como você escolhe reagir à dor. É abrir mão da prisão que você criou ao redor do que aconteceu.
E pedir perdão?
Pedir perdão é um ato de humildade rara. Não é sobre implorar para voltar, nem sobre apagar o passado. É sobre dizer: "Eu sinto muito." Sinto muito por não ter sido melhor naquele momento, por não ter compreendido, por ter julgado. Mas é também entender que o passado não pode ser mudado, apenas aceito.
Quantas vezes esperamos o perdão de alguém que nunca virá? E quantas vezes somos nós quem deveríamos ter pedido perdão? É fácil cobrar dos outros, mas difícil olhar no espelho e reconhecer nossas falhas. Quando foi a última vez que você disse: "Eu errei"?
E quanto ao perdão a si mesmo?
Ah, esse é o mais difícil de todos. Porque aí não há para onde fugir. Não há outra pessoa para culpar. É você e sua consciência, lidando com o que poderia ter sido diferente. Mas já foi. Já passou. E tudo o que resta é o hoje.
Se você carrega arrependimentos, lembre-se: você fez o melhor que podia com o que tinha. Com as ferramentas, a consciência e as limitações que existiam naquele momento.
"Só machuca quem está machucado."
Isso não é desculpa para o que as pessoas fazem. Mas é um lembrete de que a dor que elas causam muitas vezes vem de uma dor ainda maior dentro delas. E quando você entende isso, algo mágico acontece. Você para de carregar a dor como algo pessoal. Não é sobre o que fizeram com você, mas sobre como você reage ao que fizeram.
Imagine uma luz e coloque sua mão à frente dela. Observe como a pequena sombra de sua mão pode parecer um monstro na parede. Mas quando você olha para sua mão de verdade, ela é apenas isso: pequena, humana, imperfeita. Assim são as pessoas que te machucam. Assim é a sua dor.
Não podemos mudar o que o outro faz, mas podemos mudar como reagimos.
Se alguém te feriu, você tem 24 horas para sentir. Para chorar, gritar, dissolver. Passadas essas 24 horas, o peso que você carrega não pertence mais a essa pessoa. Ele pertence a você. E o que você foca, cresce.
Escolha a luz. Escolha o silêncio. Escolha a reciprocidade com sua essência, não com a atitude do outro. Não é fraqueza; é força. É liberdade.
Sobre expectativas:
O erro mais comum que cometemos é esperar que os outros sejam como nós. Que sintam como nós, que amem como nós. Mas as pessoas dão o que têm. E se não têm o que você precisa, nunca poderão te dar. Isso não as torna ruins. Apenas incompatíveis.
E o amor?
Não existe amor forçado, nem obrigação de ser amado. As almas precisam dançar juntas. Se isso não acontece, está tudo bem. O universo é vasto, e há milhões de almas por aí prontas para dançar com a sua.
A vida é curta demais para perder tempo em lugares que não nutrem sua alma. Plante sementes hoje, não apenas para você, mas para o todo. Plante tamareiras, mesmo que você nunca veja seus frutos. A verdadeira grandeza está em deixar um legado.
A combinação perfeita:
Seja 50% alma e 50% humano. Integre luz e sombra. Use sua dualidade para criar, para crescer, para amar. Não é sobre ser perfeito. É sobre ser inteiro.
Então, eu te pergunto: o que você está plantando hoje?
A Importância da Liberação do Perdão
Autoria: Diane Leite
Tenho vivenciado um processo profundo de transformação, a ponto de sentir que uma versão antiga de mim morreu para dar espaço a uma nova existência. Essa mudança começou no âmago do meu ser, mesmo que, inicialmente, eu não tivesse plena consciência disso. Foi apenas quando essas transformações começaram a refletir no meu mundo exterior que percebi os primeiros sinais. Afinal, somos espelhos do nosso interior — de nossas dores, abandonos e da forma como nutrimos nossa autoestima. Nossa alma habita este templo chamado corpo e, por muito tempo, negligenciei essa morada divina. Em vez de agradecer por esse presente sagrado, mergulhei em um ciclo de autossabotagem que, pouco a pouco, o desgastava.
Ao nos aprofundarmos em nós mesmos, invariavelmente nos deparamos com questões pendentes a serem resolvidas. Eu mesma enfrentei desafios muito particulares — um dia, talvez, compartilhe essa história completa, mas, por ora, basta dizer que suportei provações que moldaram quem sou hoje. Para lidar com esses obstáculos sem me deixar sucumbir, frequentemente recorri a estratégias inconscientes, como "comer" minhas emoções. Em certo sentido, destruí o templo da minha alma, acumulando cicatrizes emocionais.
O problema de ser uma pessoa considerada forte é que, muitas vezes, a solidão se torna uma companheira silenciosa. Não por falta de pessoas ao nosso redor, mas porque nossa força nos faz assumir um papel de responsabilidade, nos impedindo de abraçar a vulnerabilidade. Talvez seja por isso que superei tantas batalhas internas, mas, ao mesmo tempo, acumulei emoções que agora necessitam de libertação.
Uma etapa essencial desse processo foi buscar todas as pessoas que magoei e pedir perdão genuinamente. Para aquelas com quem não desejo mais contato, escrevi cartas e, em um ato simbólico, as queimei. Essa prática tem um poder transformador: permite que você extraia do subconsciente a dor reprimida, expresse-a com clareza, sinta-a e, enfim, a transforme em cinzas. Para pessoas importantes, escolhi enviar as cartas ou me desculpar pessoalmente. Elas mereciam ouvir de mim que reconheço meus erros e lamento profundamente tê-las ferido.
Contudo, o perdão não é apenas para os outros; ele é, sobretudo, um presente que oferecemos a nós mesmos. Muitas vezes, precisamos nos perdoar por permitir que alguém nos machucasse, por aceitar menos do que merecíamos ou por ignorar os limites que deveríamos ter imposto. Escrever e queimar cartas pode parecer um gesto simples, mas é um ato de coragem e autocompaixão.
Recentemente, percebi que esse trabalho interno intenso me levou a um estado de paz que nunca imaginei alcançar. É como se, ao liberar o rancor, eu tivesse aberto espaço para um amor-próprio mais puro e autêntico.
Convido você a refletir: e se as correntes que a prendem estivessem trancadas por um cadeado cuja chave já está em suas mãos? Essa chave é o perdão. Ao abrir o cadeado e retirar as correntes, você se liberta — não apenas do peso das mágoas alheias, mas também das que carrega dentro de si.
Esse processo não é linear nem imediato. Ele exige paciência, autoconhecimento e disposição para olhar para si mesma com honestidade. Comece pequeno: escolha uma pessoa ou situação por vez. Escreva sobre suas emoções, leia em voz alta, chore se necessário. Depois, liberte-se.
Olhe para cada pessoa e experiência com gratidão, reconhecendo que todas tiveram um propósito na sua jornada. Não se trata de esquecer ou justificar o que aconteceu, mas de permitir que sua alma siga em frente, livre e inteira.
Acredite, a sensação de libertação é indescritível. Ela não apenas ressignifica sua história, mas inaugura a melhor fase da sua vida.
"EU E O PERDÃO"
...já culpei tanta gente e todo o mundo por meus desatinos, mas, diante das "bordoadas", aprendi que sou o único culpado de meus erros. Se acertei não fui condecorado e quando errei fui julgado e condenado. Deve ser o paradoxo do humano agir assim. Se acerta ninguém aplaude, mas se erra até rojão soltam fazendo festa. Então, de tantas "mazelas" vividas, à custa de decepções e frustrações, aprendi a me "perdoar pelo que não deu certo em minha vida". Sou o único culpado por não dar certo o muito que pensei e desejei. Eu me perdoo porque a vida ensina que sou eu a causa dos males que me afligem. São eles, os erros, que fazem eu entender o quanto preciso melhorar. E, me perdoando, consigo e posso liberar perdão que, tantas vezes, esperei das pessoas. Hoje vivo o melhor de mim, pois descobri que, perdoando, posso olhar acima do horizonte e ver o quanto a vida é maravilhosa. Assim, deixo essa reflexão, e reitero que perdoar é a virtude dos valentes que tem um coração alegre que aformoseia o rosto... Viva a vida " perdoando " para " se perdoar "
Antes do ódio aprendi o perdão
O ódio ninguém ensina
Ele nasce da ingratidão
Até com todo ensinamento
Do "é dando que se recebe"
Que fala em doar
sem nunca cobrar pelo feito
Quando o que falta é respeito
É difícil o que possa abrandar
A dor que nasce
no lado esquerdo do peito
Como o vento que dá e que passa
Assim também acontece com a gente
Dor que brota não cria raiz
Não é uma boa semente
O perdão de Deus nos coloca em uma condição irrefutável. Você que recebe o perdão de Deus está em divida com a pessoa que precisa ser perdoada.
Perdoa-me por aquilo que não tem perdão,
Eu fui embora, e levei comigo o seu coração.
Perdoa-me pelas noites que não te iluminei,
E sobretudo não te aconcheguei...
Perdoa-me por tudo que abandonei,
Sim, eu fui embora, eu te deixei...
Perdoa-me ao girar da tranca,
Dei as costas para a tua esperança.
Perdoa-me porque a pena eu paguei,
Por tudo que construí, e larguei...
Perdoa-me por ter te deixado
Solitário,
Não quis ter te abandonado
No poemário,
E muito menos te humilhado
Por ter desconfiado de ti;
Perdoa-me por te amar mais
Do que a mim mesma.
Perdoa-me porque não fiz a tempo,
De ter entregue o meu sentimento.
Orgulho-me ter o meu ego pisoteado,
Para transformá-lo em estrela no éter
Deste amor infinito - e implacável;
Entrego ao mundo o que eu já devia
Ter tornado teu, e te revelado...
Perdoa-me pelo desespero,
Porque você não sai da minh'alma,
E não sai da minha retina;
Continuo por ti seduzida.
Perdoa-me eu sei que errei,
Como o fogo consome a brasa,
O amor quando é amor nunca acaba.
O coração bate descompassado,
É a fera que há em mim querendo
O teu laço que se chama [abraço];
Permanece o intenso sabor pelo fato
De nós termos nos [beijado]...
Perdoa-me porque é indescritível,
O amor que sinto é infalível,
O tempo não o apagou amor incrível.
Se o amor é o limite do amor,
Amar jamais terá limite,
O tempo me mostrou
Que enquanto houver céu,
Entre nós não haverá limite.
Um mundo sem perdão e sem reconciliação é um mundo irrespirável. Qualquer corrente política que seja que opta em dividir para convulsionar a sociedade eu quero distância. Opto pelo caminho mais fácil: o distanciamento.
Desabafo para tentar
acreditar que o mundo
terá alguma salvação,
muito além do perdão
que nos dá libertação,
é preciso ser redenção.
Porque está muito
difícil de se esperançar
diante de tudo o quê
ando testemunhando,
não gosto de viver
sempre me queixando.
Talvez estamos ainda
vivos para nos resgatar
da ironia e da indiferença
que está nos afastando,
e nos matando todos
os dias por dentro.
Corro contra o tempo
para tentar encontrar
a humanidade além
de mim porque quero
crer que a vida tem
a perfeita solução.
Peço perdão
à Venezuela
por tudo, tudo,
aquilo que não
tem perdão,
eles pisotearam
o meu coração.
O teu ar que
é o teu amor,
que é a tua
própria vida
pôde entrar,
e inúmeros
teus ainda não.
Não há mais
o quê esperar
a não ser
o tempo,
a tempestade passar,
e pedir pela tropa
e o teu General
a justiça libertar.
O verdadeiro terror
para o futuro é viver sem
reconciliação e sem perdão.
Não preciso descobrir
ou ler que o livro
da vida não deseja o pior
para cada um de nós
nestes tempos quase perfeitos
para o ego morrer onde esgotamos
a coragem de manifestar
a vontade e a nossa bondade.
É preciso reagir
e dar espaço generoso
para a liberdade
e reconciliação
com o General, a tropa
e toda a sua Nação.