Para Educadores de Infância
A MENINA DE PALMARES
Havia uma menina
cuja infância se foi na cheia
afogada nas águas pretas
e escuras do Rio Una
Daqueles tempos molhados
carrega consigo meia dúzia de fotos
e os espaçamentos da memória
cujas lacunas completam o inteirar de sua história
Na inocência dos seus olhos
brincava com a farra das águas
assistindo do alto da casa que lhe era abrigo
junto com outras crianças que como ela
aguardava o retorno desalojado dos pais
Era uma infância úmida devorada pela fome da boca
inundada de dilúvios e pelo banhar selvagem do rio
Não nasceu dos ossos das costelas
mas da mesma argila e do mesmo barro que Adão
Por sobre as águas das chuvas e do lado
boiavam entre bonecas e tiaras
as sobras flutuantes de suas lembranças
e do vestido submerso de sua primeira comunhão
apenas sobreviveu o terço presenteado de sua mãe
No leito em que hoje dorme convivo com suas noites
e me banho todo dia me enxaguando
nos afetos encharcados dos líquidos
de seus mais profundos amores
A infância passou.
Ficaram, no tempo, as vivências
de palavras suaves,
que preenchiam carências.
Há a dor latente
(morte natural),
último toque dos ‘eus’.
O tempo que traz
também leva.
A despedida não foge.
Numa estação qualquer,
alguém parte.
É o inevitável
adeus.
Na minha infância teve circo de lona e palhaços, eu simplesmente amava os palhaços. Mas o palhaço que eu não me esqueço se chamava Pirola, acho que todos eles se chamavam "Pirola".
SAUDOSAS PROFESSORAS
Professoras, professores,
que em minha infância me aguentaram,
e que em minha adolescência me suportaram,
e bem me orientaram...
Ósculos e amplexos generalizados...
Saudade é algo que nos faz lembrar
daquele bom tempo que atrás ficou...
Saudade do tempo de escola,
daquela nossa furtiva cola,
que a professora fazia que não via...
Doces lembranças de um tempo feliz...
Aquela doce professora,
e seu avental sempre sujo de giz...
Doces recordações de nossa mestras queridas...
Lembranças de um passado, para toda a vida...
Quando a saudade bate, a lembrança vem forte...
Ah!!! Que saudade que tenho...
A Descrição da Saudade
Infância, adolescência,
hoje adulto lembro-me dessas fases de minha existência,
tempo em que enxergava a vida naquilo que transparecia pela aparência, parte do processo de amadurecimento da consciência.
Seja sozinho, seja com alguém,
seja em meio à multidão ou para além,
lembranças do passado surgem como num passe de mágica,
simplesmente elas sobrevém.
Envolvem e me impulsionam como o soar da melodia,
a realizar uma viagem em forma de poesia,
trazendo esses bons momentos de nostalgia,
em sussurros e até suspiros chego a dizer: Que tempo lindo! Quanta euforia!
De repente, não me contendo,
em algumas situações, invadido pela emoção,
lágrimas brotam e saem escorrendo,
enquanto essas lembranças vêm tomando forma na memória, revivendo,
até que se vão, como se em mim estivessem desprendendo.
De cara para o presente, na realidade,
me dou conta de que, na vida, devo dar continuidade,
deixo de lado, por um momento, a saudade,
mas com a certeza de que ela, muito em breve voltará,
sem mais nem menos, numa outra ocasionalidade.
A forma que eu me vi na infância criou um trauma de bermuda, sempre achei bonito em outra pessoa menos em mim, minhas pernas eram curtas e não ficava bem me olhando no espelho, porém depois de adulto com meu cérebro de 25 anos lembrei do meu tamanho naquela época, não era eu, mas sim a bermuda que era grande demais para mim, e se ela fosse do meu tamanho? Será que eu gostaria mais? Eu não sei, mas depois de refletir sobre isso, passei a valorizar as experiências e o viver da vida, ao invés de apenas me limitar em coisas que aparentemente não fica belas em mim, hoje eu me dou a chance de experimentar.
Na infância, tudo me parecia imenso da cicatriz na perna à praia onde cresci.
Mas ao me tornar adulto, percebi: não era o mundo que era grande demais,
era eu que era pequeno demais para compreendê-lo.
Com o tempo, vi que nada tinha o tamanho que imaginei.
Hoje, sou grande demais para aquela cicatriz,
grande demais para aquela praia,
grande demais para a vida que vivi.
Eu não sou mais o mesmo.
Apenas... cresci.
Grace Carneiro
Sim, tudo o que vc viveu na infância, na adolescência, refletirão na vida adulta.
A rejeição, as escolhas feitas com emoção, mas sem nenhuma sabedoria, palavras semeadas no seu coração,e que sem conhecimento, você deixou crescer, e não arrancou, como se arranca uma erva daninha.
Aí, de repente a vida, o futuro chegou e não chegou como você imaginou.
É a hora da colheita.
De uma infância em uma família desestruturada.
De dores guardadas e não curadas.
De palavras jogadas sem cuidado.
E agora?
Nada a fazer?
Talvez, ainda haja esperança.
A terra ainda está aí.
Sementes na sementeira.
Água pra irrigar.
E o tempo, para fazer uma nova colheita, quem sabe chegar....
A entropia naturalmente nos conduz da infância à velhice. Todavia, a maturidade só é alcançada perante a ascensão da serenidade.
Meu poema: SINTO
Sinto
Sinto muito
Sinto Saudades
Saudades...
Da infância
Dos amigos
Dos meus pais( in memorian)
Da primeira professora
Dos meus pastores
Da primeira escola
De momentos incríveis
Sinto
Sinto?
Sinto muito
Por não está do seu lado agora
Por não ter certeza de que tudo está bem
Mas também eu SINTO
uma alegria enorme
Pelos amigos que conquistei ao longo dos anos
Pelas conquistas no mercado de trabalho
E principalmente
Sinto Deus agora tocando em nossas vidas
E dizendo: Filha,Eu estou aqui!!!
Isabel Carvalho,em 05 de novembro de 2010
Não ignorem
a juventude
e a infância
adoçadas
pela guerrilha
na fronteira,
se ninguém fizer
nada a tempo
em boa coisa
isso não vai dar,
os filhos do povo
não podem servir
de diversão
em parque eleno.
Tudo anda a cada
dia neste mundo
anda mais insólito
como o estranho
mistério de Anabel,
como deputado
fugindo de fininho
depois ter aceso
o pavio do bloqueio;
quem faz isso
cedo ou tarde
a História irá cobrar,
porque se ela
assim não fizer,
eu é que vou recordar.
Insisto que ele
e os outros salvem
a vida do General
que nem deveria
ter sido preso,
só de saber que ainda
segue desassistido
tem me causado
um confesso tormento.
Algo me diz que
os olhos de azabache
inabaláveis do General
observam cada
verso de insistência
que pedem
a reconciliação nacional.
O som da Congada da Lapa
ainda soa na memória,
O doce da infância ainda
guardo na História,
Os heróis ainda vivem
em mim também,
O velho teatro não
saiu do coração,
Algo me diz que
vamos juntos até lá,
Só não sei quando,
Eu só sei que nós vamos.
Trazer o momento
mais marcante e infância
à tona para su'alma,
Com os pés descalços,
sem temer percalços
e com as mãos dadas
sob o céu de setembro
enquanto o Jacarandá de Minas
enfeita os nossos cabelos,
os mútuos enleios
e a primavera dos desejos.
A altura e o sabor
dos cocos dos Jerivás
contam a histórias
de quem experimentou
a infância com os pés
na terra e andou
de braços dados com
a verdadeira poesia,
Ficar contente só de rever
os Jerivás dançando no raiar
do dia remete que ainda
mantenho a original alegria.
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