Padre Fabio de Melo Cultivo
Egos inflamados são como flechas venenosas. Disparam em descontrole, porque a cegueira do "próprio umbigo" não permite discernimento, resiliência, compaixão e misericórdia.
Densa inspiração.
Coisas que me sufocam.
Náufragos!
Os horizontes das palavras são quase que inevitáveis nos declives e nos aclives.
A escada não é horizontal.
Quando andamos horizontalmente nos debatemos com paredes blindadas.
Minha mente pernoita vagando em busca de respostas.
Quando? Quanto? O quê é? E para quê?
E até onde devemos ouvir a barulheira dos tamborins e das marés?
Talvez eu não saiba responder,
Talvez eu não saiba expressar,
Ou sei e tenho receio de me sufocar.
Haverá sempre um aclive acentuado na frente.
Vertical é o rumo do nosso Sol.
Haverá dezenas de labirintos tentando nos engolir sem nos dar o direito de uma liberdade justa.
Densa é essa poesia que me faz rir e chorar por horas.
Muitos nem irão entender.
Teias que entrelaçam,
Galhos espinhosos que nos seguram.
Revoluciona-se o que não se aplaca.
E aplaca-se naquilo que não se revoluciona.
Fugimos daquilo que nos tira da luz.
Trituram-se as pedras afiadas que nos cortam.
Como?
Silêncio!
Ele já diz tudo.
Que eu saiba esse mundo não foi feito com varinhas mágicas.
Bom,
Sempre haverá uma mão que nós segura,
E outra para nos derrubar.
Então!
O silêncio foi a melhor resposta que encontrei nesse meu,
Pernoitar......
Autor:Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.
Não sei o que acontece ... se a prosódia me domina, ou se o prosélito em mim, é quem está no controle dos meus versos tão comedidos.
Hoje, tenho certeza, de que estarei aqui para sempre.
Este invólucro, degradável, que está com os anos contados.
Fez-me perder a magnitude de como somos belos e eternos.
Quando finalmente livrar-me dele quero que meus restos mortais sejam incinerados e, suas cinzas jogadas à beira-mar.
Assim, meu espírito entrará em união homogênea com a água salgada e não mas perderei um swell, estarei em todas as ondas do mar, no mas belo e longo surf por toda à eternidade.
Em um lugar existe um quarto e dentro deste quarto, resiste alguém.
Dentro deste alguém existe um lugar e neste lugar reside algo que ainda não existe à espera de ser descoberto.
Quando a gratidão brota no coração, não tem jeito, no olhar brota um riso cheio de meninice, e dos lábios saem pétalas bordadas em palavras de benevolência.
Fantasias de crianças !?
Crianças de antigamente,
Sem pesadelos,
Machucavam os tornozelos e seguiam em frente.
Mundo festeiro!
Pipas voando pelo céu,
Desbicando rumo abaixo na intenção de fazer belas acrobacias no ar e fazendo sorrir o luar.
Antes eram obras de gravetos de bambus recheados de papeis ou jornais.
Na rabiola,
Sacolas fatiadas com tesouras perigosas.
Depois de um bom tempo ,
Lascas de madeiras degradadas sem a força da luz.
Com um pedacinho de pau,
O pneu velho rolava e não sabia onde ia parar.
Mundinho bom!
Cruel é o horizonte que nos espera.
Vasto é ele e nossas escolhas também.
O que podemos esperar do ilusório futuro?
Fantasiar ?
Eu posso dizer...
Fantasiei um mundo inocente.
Tripliquei meus sonhos porque eu era carente.
Tive um pequeno rasgo na face em outrora,
Nem cito porque ja eliminei de minha memória.
Deixei de sonhar,
Viver o hoje é meu dever,
Se o ontem me tirou as alegorias coloridas que eu desejei.
Vivo o presente nu e cru,
Pois de fantasias,
O mundo ja está cheio....
Autor : Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.
Há quem diga que a vida é um trem desgovernado. E é, dependendo da situação. Mas acredite, antes de ficar completamente desgovernado, já foi equilibrado, planejado, cuidado. Planejaram cada parada nas estações, cada embarque e desembarque. Porém, em algum momento algo ficou por despercebido, alguns cuidados e ajustes foram deixados de lado, e somente a existência dos trilhos não foi suficiente para manter o equilíbrio necessário.
Qualquer um que, em Nome de Jesus, pregue uma salvação adquirida por meio de obediência a um conjunto regras e tradições, não anuncia o verdadeiro Evangelho da Graça. Santificação e boas obras são consequências do novo nascimento, nunca requisitos.
Se tivéssemos mais consciência de que nossas vidas são apenas como folhas, prestes a cair da árvore, a qualquer momento, ao menor sinal de um vento mais forte, jamais viveríamos uma vida cristã tão rasa e desinteressada em conhecer e prosseguir em conhecer o Senhor.
Você é chamado a louvar e cantar ao Senhor com a mente e de todo o coração, ou seja, com entendimento e com o que vem das profundezas do seu ser. Por isso, o perigo é enorme se andamos louvando só com a mente ou só com a emoção. Lembre-se: tudo que há em nós deve louvar ao Senhor.
Cristo está sendo manifestado por todos os lados, em todos os momentos e em todos os lugares. O que muda não é a luz que brilha o tempo todo, mas são nossos olhos anuviados que não conseguem enxergá-la.
A morte para o verdadeiro cristão não é mais sinônimo de fim ou perda, como para o mundo, mas de recomeço e eternidade.
Jesus não é o que me traz a verdadeira felicidade, Ele, na verdade, é a minha felicidade. De modo que eu possa viver ou morrer, ter muito ou ter pouco, estar alegre ou estar triste e, todavia, estar sempre feliz!
Você
Das lágrimas fiz um riacho
por onde a dor escoei
Foi descendo as correntezas
que um belo riso encontrei
De sorriso florescente
renasci naquela manhã
E de repente encontrei brisa,
em você, meu amanhã.
Náufrago.
Dedicado ao filme Náufrago
Uma profissão...
Uma história para contar...
Observando sempre a vida...
Obcecado...
Sedento...
Admirador dos ventos...
Tentando sempre controlar o tempo...
O relógio...
Como de fato nunca parou...
Os ponteiros...
Sempre foram iguais aos outros...
O tic-tac silencioso...
Acompanhado pelo sol...
Uma aeronave na pista...
Uma decolagem perfeita...
Um amor jovem...
Naquele momento...
Foi deixado para trás...
Uma pani no Ar...
Mas em pleno Ar...
Algo aconteceu...
A aeronave em um declive louco...
Extra acentuado...
Naquele capítulo da vida...
Parece que tudo ficou encerrado...
Para sobreviver aquela queda...
Nem me lembro como tudo aconteceu...
Mas quando eu abri os olhos da alma...
Em uma ilha deserta eu ja estava...
Pequenos destroços...
Comigo acompanhou...
Ali ficou eu...
Alguns pertences...
Uns meus...
Outros desconhecidos...
Tudo que eu tinha passado até alí...
Nada se compara...
Aos quatro anos que vinha na frente...
Mas como eu ia adivinhar...?
Uma jornada...
Uma nova história...
Uma nova vida...
Fiz amarras...
Queria eu me enforcar...
Testei o laço feito...
Mas de fato...
Não tinha chegado a minha hora de ir...
Foram anos...
Comendo e bebendo água de coco...
Frutos do mar...
Mas deu pra sobreviver....
Dente inflamado...
Uma bola de vôlei para me acompanhar...
Apenas queria um companheiro...
Para eu desabafar....
Com as feridas da carne...
Desenhei o Wilson...
Era com ele que eu chorava...
Era com ele...
Que tudo eu falava....
Foram momentos tiranos...
Foram dias e meses...
Foram invernos e primaveras...
A barba cresceu...
Os cabelos se alongaram...
Um estilo de sobrevivência diferente...
De tudo que eu tinha vivido...
Insano...
Louco...
Falei com o Wilsom...
Falei com o fogo...
Falei com os ventos...
Falei com as estrelas...
Falei até com o mar...
Oh vida...
Será se um dia...
Eu ainda irei voltar....?
O coração se apaixonou rápido...
E eu aqui...
Estou aqui...
Em algum ponto do oceano....
Encalhado e isolado de tudo...
Isolado da sociedade...
Isolado das pessoas...
Ah Wilson...
Feliz estou por ter te criado..
Embora és uma simples bola murcha...
Mas redesenhada...
Não é para menos...
Não é para mais...
Aqui...
Alem de você...
Resta-me um retrato...
De minha amada...
Amanhã será outro dia...
Quem sabe o tempo...
E os ventos nos ajudem...
A sair dessa ilha isolada....
Encalhamos juntos...
E se é que juntos chegamos aqui...
Sairemos juntos...
Em alguma jangada...
Tão longe...
E oculto dos olhos humanos...
Estamos....
De onde estávamos ontem...
Olha só....
Um navio cargueiro....
Socorro de imediato...
Acima de mil e quinhentos dias naquela ilha...
Sabe lá onde é...
Arrisquei a vida...
Rabisquei nas pedras...
Um dia talvez...
Alguém possa ler...
Saberão que passou ali um homem...
Mas jamais decifrarão...
Os dias de glória...
E os dias amargos...
Encontrado no meio do oceano...
Encontrado no meio do nada...
Cheguei novamente ao meu lar...
Mas....
Tudo está mudado...
Ja tinham me dado como morto...
Desaparecido...
Engolido por grandes feras marinhas...
E minha amada...
Nos braços de outro alguém...
O que me resta...
É seguir...
Caminhar....
Viver...
Náufrago por náufrago...
Ja estou afundado....
Deixar tudo que vivi...
É impossível....
Mas de um certo modo...
Vou tentar salvar algo que ainda me resta....
Antes daquele vôo eu era um...
Naquela ilha...
Eu fui outro...
Eu sou agora...
O mesmo náufrago...
Em um oceano diferente...
Em uma ilha conhecida....
Em uma sociedade arrumada...
E sei eu...
Ah como sei....
Só preciso continuar...
Só preciso me manter vivo....
Porque quem sabe o futuro...
Me proporciona algo de bom...
E dessa história que eu levo...
Vou tentar ativar o meu lado catalizador...
Criar um tipo de energia...
Um tipo de química...
E tentar rejuvenescer....
E viver mais....
Vou em busca de mobilizar sonhos...
Andar com sonhos...
Viver com sonhos....
De tudo que eu vivi...
Nem sei se mereço aplausos....
Foi pesadelo....
Foi ou está sendo fantasia e poesia....
Aspirando eu vou...
Respirando eu volto....
Somente sei...
Que fui movido por algo....
Mas não sei....
Se preciso de um terapeuta....
Sei lá...
Talvez....
Mas uma palavra final eu quero deixar....
Os dias que vivi naquela ilha....
Jamais desejo....
Nem para o pior inimigo meu....
E querem mesmo saber...?
Acho que o melhor dos sonhos....
Está mesmo é nas prateleiras de alguma panificadora da vida...
E por final....
Eu sei que preciso....
Ser no mínimo....
Melhor que ja fui.....
Até hoje....
Autor:Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.
carisma
Reiventando um Poema mal elaborado...
Reformulei a cláusula do erro absurdo que cometi....
E de outras formas....
Utópicas imaginaçôes...
Eram palavras...
Mal posicionadas....
Algo opressor...
Invadia a minha imaginação....
Oh Glória....
Achei o erro e consertei...
Aberto ao mundo....
Aberto a novas ideias....
Completei com adjetivo...
Esse meu verso inspirado....
Tudo novo...
Tudo bem arquitetado....
Coluna de aço....
Revestido e pintado....
Aguardei a chave mestra....
A ser confeccionada....
Abri as cortinas....
Rumo ao norte...
Leste e oeste...
Caminhei ao sul....
Oh conforto bem esperado....
Ousado....
Outras formas de escrever...
Me veio a mente....
Defendi na subtração....
Apoiei a soma....
Calculei com uma extra divisão....
E multipliquei o pequeno refrão....
Não posso duvidar de mim....
Sou imagem da criação....
Espírito louco...
Possuído por um par de mãos...
Mãos do Criador....
Que fomenta todo o meu ser....
Não é um jogo....
Muito menos um ego....
Minha arrogância eu deixei....
Toda igorância se dissipou....
Aqui não existe superioridade....
O quê é bom....
Ainda está para acontecer....
Tudo isso aqui....
É passageiro e não viverá para sempre....
Levo comigo paz....
Levo comigo pecados....
Levo comigo risos....
Tudo que eu sou...
Nem me interessa saber....
Nessas palavras poéticas....
Esbanjo risos de mim...
Esbanjo lágrimas de minh'alma....
Se ofendi o meu próprio ser....
Defendo então...
Esse pequeno refrão....
Xô obstáculos....
Sai de mim e do meu chão...
Venci esse poema....
Através da minha imaginação...
Na minha mesa...
Há bastante vinho e pão....
Isso é uma beleza....
E ela...
Foi dada a mim....
Com toda gentileza....
Mas sei....
Um dia eu violei a lei sem saber....
Flores de Hortências....
Cultura para quem crê....
Isso não é um talento....
É carisma em meu jeito de escrever...
Os versos são meus....
E essa poesia é pra agradecer....
E digo de boca cheia....
Grande e talentoso mesmo...
É o nosso Deus.....
Autor:Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.
