Padre Fabio de Melo Cultivo
No silêncio do coração, há um lugar que não sabe fazer nada. É lá que nos descobrimos em nosso primeiro significado. É ele também o nosso lado mais sedutor. É ele que faz com que as pessoas se apaixonem por nós. É justamente por isso que ele tem que ser bem descoberto, de maneira que, quando façamos o que quer que seja, tudo o que fizermos tenha as marcas do que somos.
É simples. Medicina muita gente faz, mas é no exercício da profissão que cada pessoa se mostra em sua intimidade mais profunda. Aí mora a diferença. Muitos Fazem a mesma faculdade, mas se encontram de maneira diferente com o conhecimento que recebem. Realizo tudo a partir de minha particularidade. Sou único, ainda que imitado por muitos.
Espere o momento da síntese, depois de ter se servido dos dois banquetes. Só então você poderá dizer qual sabor é de seu agrado.
“Chegará o momento em que você quererá agradecer ao traidor. Depois que a dor pungente perder a força, a lucidez lhe confidenciará ao coração: foi a partir do ferimento que você ultrapassou fronteiras, aprendeu que perder faz parte da vida, conquistou uma maturidade que até então nenhuma alegria havia lhe dado”, escreveu o padre, ressaltando que a forma como agimos conosco importa mais do que a forma como os outros nos tratam.
Não faz sentido exigir que alguém sofra só porque você sofre. É cruel. Não é justo impor aos outros o que não suportamos em nós.
O entendimento não nos chega quando queremos, mas quando dele precisamos, ou quando para ele estamos preparados.
Não se corrige o passado. O único tempo que se submete ao nosso comando é o presente. O agora é o único campo possível para a nossa atuação.
O que ainda espero da vida? (...) Quero o despojamento espiritual, o desprendimento emocional que me permitirá olhar nos olhos dela e dizer: "Vida, minha vida, está tudo certo. A senhora não me deve nada".
O amor que nos é oferecido quando não merecemos nunca pode ser esquecido.
Imaginar seria atribuir categorias humanas que são pequenas demais para se referirem à eternidade. Eu prefiro crer. E crer é esperar. E esperar deixa de ser um verbo sem conexão com a realidade quando decidimos construir os detalhes do que esperamos.
Volto à leitura. A arte me entorpece. O êxtase que ela provoca é um abraço que me envolve com a generosidade do esquecimento. É uma redenção poder esquecer do que em mim é insuficiente, ainda que temporariamente.
Nunca sabemos qual é o tempo exato para cada coisa. Ultimamente tenho sido muito seletiva. Escolho o que ver, o que sentir, o que pensar, ouvir e dizer.
Deixar de desejar, ou melhor, desejar sem as cadeias dos determinismos impostos pela vontade, é um sinal de evolução espiritual. Despir-se de expectativas, desacelerar o movimento dos desejos, acolher o que da vida vier, e só.
De tempos em tempos, o extraordinário se faz necessário.
Foi o que eu precisava. Ocupar a mente e o coração com a arte, elevar o espírito, ampliar a consciência com os recursos da beleza.
Alguns amigos nos são dados pelo desejo. A aproximação é uma construção consciente, fruto da escolha, do livre exercício de designação. Outros nos são dados pelo acaso. A aproximação é o resultado de uma casualidade, susto existencial que nos faz reconhecer: “como é que eu pude viver tanto tempo sem saber que você existia também!”
Já disse o poeta: “não sei se o acaso quis brincar, ou foi a vida que escolheu. Por ironia fez cruzar o meu caminho com o seu.”
Hoje, consciente da bonita história que construímos juntos, reconheço que a nossa amizade começou com um frutuoso acaso, mas, depois, com o tempo, fui escolhendo diariamente caminhar ao seu lado. Desfrutar de sua fidelidade, aprender com o seu bom gosto, ser abençoado pela sua generosidade. Eu escolhi, escolho e continuo escolhendo ser seu amigo. Porque eu já não sei contar a minha história sem falar mil vezes o seu nome.
É impressionante a facilidade com que nos tornamos especialistas em "vida de outros". Falamos por eles, dizemos como se conhecêssemos as razões de seus erros, sentimentos, opções. Desmerecemos suas vitórias, ridicularizamos suas fragilidades, julgamos suas condutas. Tudo para encobrir o desapontamento de ainda não sermos especialistas em nós mesmos.
Não se apresse em dizer. Sob o impulso da ira é provável que as palavras lhe machuquem tanto quanto quem as escutará. Espere que a razão ponha ao colo o sentimento e dele cuide. A inteligência tem o dom de esclarecer o que sentimos. Só então, depois de decantadas pela sensatez, solte as palavras. Elas dirão bem mais do que antes. A ira desqualifica. A leveza reforça.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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