Ouvi e Observar
Quando voltou para casa, foi na janela e olhou novamente a luz intensa que vinha daquelas quatro estrelas. Desde então, até hoje, estão nelas, marcadas no céu, algumas das melhores lembranças da vida.
Entenderam, então, a importância do silêncio. Entenderam que o jogo correria muito rápido para que ficassem de fora gritando. Entenderam a necessidade momentânea do absoluto silêncio.
Se o acaso me deixar na mão, e os sonhos acerca do que há depois da linha do horizonte inclinar a ficar apenas pela imaginação, sobre a linha do horizonte restará apenas um significado: não esquecer os locais por onde não pôde entrar.
É uma pena de prata que guarda do céu. Tudo cabe dentro daquelas sacolas pesadas de dor. Lá no fundo, resta também um pouco do amor que guardou. Sozinho, construiu sua casa. Ela não tem portas, janelas, nem telhas. É uma casa sem direito às visitas, só ele sabe entrar.
Naquela casa, dorme sozinho toda noite. Os sonhos são sempre mais leves do que encontrava todo dia ao acordar. Mas, aos olhos do dono do tabuleiro, ele era a peça principal do jogo. Por isso, o isolava; era uma forma de lhe preservar. Fora do jogo, o seu confortável quarto estava preparado. Num lugar e no meio de pessoas que seriam incapazes de achar que, aqui, ele não teria onde morar.
Foi um amor de verão, feito apenas de desejos, naquelas tardes quando os beijos e abraços, por mais que assustados eram seus.
Quando soprava o frescor da noite, as primeiras notas eram lembradas dos lábios distantes, tão distantes que lembrava quando, da pele fina, as mãos se fizeram amor
Mas, quando chega o final da estação, com ela também a despedida. E do vidro do ônibus, ou da janela do avião, tem sempre uma canção que começa, que dura, e que termina.
Havia páginas vazias de jornal em pratos cheios de cigarros. Ficou tudo assim, desarrumado, numa conversa da gente. Voou longe, assim, meio descrente. Mas precisou de um truque mágico para decolar. Um toque simples... Acima daquele trabalho, estava também o amor.
E por assim ser, a cor do giz que ia a mão não importava mais. Naquela selva amarga, onde a loucura era negada por quem ia esquecendo os aprendizados da dor, restou viver da saudade, se lembrar da vontade, e refletir sobre o amor.
Ficou imobilizado naquele instante. Sentiu o sangue correr quente. A saudade foi tanta, que tentou fragmentar visões sobre o seu futuro.
Não sabe bem ao certo o motivo, mas lembrou-se da casa onde o afeto de mãe tornou-se o principal refúgio.
Bom seria se todos os ventos fossem como aqueles ventos... Naquele verão, naquele entardecer perfumado de protetor solar, naquela mesa de bar.
Com o barulho do ventilador, o brindar de copos, o sorriso de outras existências. O silêncio da compreensão.
Toda a comunicação deve ser feita com tranquilidade e com segurança emocional para se obter o êxito de transmitir a sua mensagem com clareza, e no mesmo sentido escutar, observar e ler assim devem ser feitos.
Escutar, observar e ler são as urgências da convivência humana nos dias de hoje.
Escutar e observar também são formas de 'leitura", e a leitura
também é uma forma de 'escuta e de observação' nesta era de audiolivros e poeticamente podemos dizer que as pessoas são livros e também músicas diferentes nesta Humanidade.
Escutar, observar e ler devem ser feitos sob a regência do nosso silêncio interior e com a disposição de fazê-los com boa vontade.
Quando não há espaço para falar pacificamente, observar com calma e ler com concentração é melhor esperar a oportunidade ou mesmo silenciar-se para a ansiedade não tomar conta e não distorcer as informações e as intenções.
Aprender a escutar para entender melhor a mensagem e até aquilo que não se diz enquanto se fala é preciso para não criar interpretações frágeis.
Enquanto um fala o outro deve escutar sem interrupção e esperar a sua vez de falar ou mesmo encontrar a oportunidade para pedir a sua vez de falar sem a necessidade de impôr o seu ponto de vista e sem precisar elevar o tom de voz.
Observar com serenidade para interpretar melhor os fatos, porque os fatos podem se perder quando não sabemos observar e a nossa narrativa pode se fragilizar.
Ler com tranquilidade e buscar conhecimento para entender o significado das palavras e observar a mensagem nas 'entrelinhas' do texto
para buscar o entendimento preciso e a interpretação fiel da mensagem.
Quem não consegue escutar, ler e observar, não consegue interpretar, se entender, se comunicar e conviver.
E se eu de repente parar em sua frente sem nenhuma ação ou palavra , apenas me deixe respirar , ouvir as batidas do seu coração , me deixe te amar em silêncio e ser feliz ♥Valnerah
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