Outono
Algures na vida e no tempo,
encontramos e desenhamos Outono,
o “Nosso Jardim”… só nosso e do mundo...
- É o princípio de tudo! O mar e a serra,
num abraço, o vislumbrar da voz do vento,
o brilho da noite, os sons e o cheiro da alegria…
- O encanto da imagem, a cidade!
- A Lua está agora comigo, bem perto,
ela me conduz de um lado ao outro,
me fascina quando fala, me faz sonhar…
- Meu Deus, é hora! Porquê agora…
- Tenho de novo regressar ao oceano,
ele me chama… Eu quero, eu devo!
- A estrada que percorro, sempre…
O outono veio carregado de maresia
Junto das tardes banhadas das folhas secas que as estradas amarelecia
Ventro rubro de saudade que as campinas percorria
Trazia solidão para um coração que tinha o como uma única companhia
Folhas de outono caem da copa das árvores como lembranças do passado aconchegante
Que em todas as estações no pensamento segue avante
Vivo e imortal na alma do solitário viajante.
É outono...
Como folhas, quedo-me às horas sem horizonte de mãos vazias... Uns parcos grãos atirados ao solo, por certo, não germinarão.
Então... Quebro o silêncio ou - resignada - aceito a queda? Cadê teu ombro, agora?
Se vejo, não sinto; se sinto não há escolha, senão adormecer... E renascer em verdes dias.
Verbo
Para Monsenhor Juvenal Arduini.
Uberaba, MG, primavera de 1998.
Folhas de Outono, 2001.
O verbo é a essência.
O homem é o pote.
A oração é a mensagem.
O verbo, a prece.
Todas as coisas giram ao seu redor.
Sozinho, ele não é nada.
Como eu, tu e ele,
Todos dependemos do nós.
E dos nós que desatamos...
Posso ter me esquecido de ligar as noites de outono a ti, posso ter te visto pouco, te visto muito pouco e, ainda sim, te amei.
" Amor de Outono"
Já tive amores
De todas as maneiras
Amores de Verão...
Quentes, impulsivos
Amores de Primavera...
Doces, romanticos, floridos
Amores de Inverno...
Aconchegantes, mas frios, racionais
Hoje quero um novo amor
Hoje quero um amor
Companheiro, calmo...
Que caminhe ao meu lado
Que contemple ,
O pôr do sol comigo
Que me dê a mão,
Para seguirmos na mesma direção
Que me faça segura,
E não me deixe escapar
Que me faça sentir amada
Que me faça rir
Que me faça chorar
Que me faça acreditar,
Em anjos, novamente
Que me faça duvidar,
Que tudo tem um fim...
Hoje eu quero um amor
De Outono
Quero um amor que
Junte todas as estações
Ou todos os amores...
Autora: Noemia
Caminhar com folhas de outono no chão...
Fins te tarde no portão...
Anoitecer em tuas mãos...
Flutuar de amor e paixão...
Adormecer com emoção...
Te amar sem limitação...
Ser amada sem dimensão...
Se por enquanto estou no céu outono inverno, pouco importa. Meu coração está sempre aberto à luz que pode chegar... por isso nunca deixo a esperança, por mais grilos que saltem aos olhos.
Estou à espera do amor para ser estação definitiva dos meus passos. Muitos torcem para que minh´alma jamais receba esse dom... Para que a felicidade não seja definitiva nos domínios do que há de mais profundo e reservado em mim.
Serei feliz assim mesmo... Contra todas as previsões. Receberei essa graça numa hora inesperada. Quem olhar nos meus olhos verá flores... Os que duvidam de minha primavera... verão.
Outono, outro gosto. Sabor de folhas caindo ao chão. E aquela velha árvore de sombra distante? É na calada da noite que ela me cala.
...Do Sabor Outonal...
O Outono tem sabor!
De manha...de amor sob o edredom
Ao meio dia...saboroso piquenique no parque
E quando cai a tarde...o aquecimento num café com conhaque
De uma noite que promete as delícias de vinho com jazz
Passou o outono já, já torna o frio...
- Outono de seu riso magoado.
Álgido inverno! Oblíquo o sol, gelado...
- O sol, e as águas límpidas do rio.
Águas claras do rio! Águas do rio,
Fugindo sob o meu olhar cansado,
Para onde me levais meu vão cuidado?
Aonde vais, meu coração vazio?
Ficai, cabelos dela, flutuando,
E, debaixo das águas fugidias,
Os seus olhos abertos e cismando...
Onde ides a correr, melancolias?
- E, refratadas, longamente ondeando,
As suas mãos translúcidas e frias...
Enquanto meus dias sopram gelados e minha vida segue como uma folha no outono, não sinto nem mesmo a fome de meu estômago, apenas a necessidade do sono.
Exatamente 5 horas de uma fria tarde de outono. Desceu de seu Landau vermelho 1977 cheirado a roupa limpa, o cabelos esvoaçando e se perdendo no vento. Com toda sua sutileza e com a cara mais oposta para a situação impossível caminhava com um ar de quem esperava algo a mais da vida, ou simplesmente daquele momento. Ela estava sentada com as mãos nos joelhos suando frio e quase tendo um colapso nervoso, ou um derrame emocional. Com toda sua tranqüilidade sentou ao lado dela e a beijou na testa. Tenho mera certeza que aquele beijo a levou a 30 lugares diferentes sem se mover. Perfeito era o momento e não a noticia que ele vira trazer. Estava partindo, aquela pequena cidade do lado norte do país era pequena demais para ele, para os sonhos dele, para o sentido que ele queria dar ao seu próprio viver. Ela não sabia se era só a cidade, ou se ela era pequena de mais também para faze-lo ficar ao seu lado até os fins dos seus dias. Lágrimas envolveram seu rosto, e quando iria se pronunciar o dedo indicador dela tocou seus lábios em um gesto que pedia silêncio, e então ela se pronunciou:
- Como, como me manter longe de ti se minha boca procura a tua, meu corpo pede casa ao enrosco desordenado dos teus braços, minha mão sem pensar sempre avança a tua nuca! Como?
Exatamente o que ela descreverá em sua unica fala estava acontecendo, lá estavam eles mais uma vez se perdendo de si e se encontrando um no outro. Mas como as folhas do outono estavam tocando o chão, o amor avesso também estava indo ao chão. O passar do trem e o barulho que as ferragens antigas fazia nos trilhos despertou eles do topor aonde se encontravam. Ele se levantou em um pulo desajeitado e se lembrou que aquilo era só mais uma das várias coisas que ele haveria de esquecer se quisesse ser mesmo livre. Ela ficou no chão, sem entender. Com a fome de um lobo faminto, enterrou sua cabeça entre as folhas e quis por um momento que a terra a engolisse.
Outono
Outono
Planos
Folhas
Secas
Flores
Escassas.
Outono
Água
escorre
Pelos
Rios
Rasos.
Outono
Amores
Separações
Solidão
Aflição
e Sono.
Outono...
Sinto o tempo passar implacável
O vento norte a beijar o rosto e a folhagem, é outono, as cores sedutoras esmaecem num terreno lavrado.
Revolvo o húmus da terra, vou ao mais fundo da transição da terra, descubro as raízes e o caudal transbordante de energia, a força transcendente da mãe...
É frágil a condição humana na sua efémera passagem.
As estações sobrepõem-se
Os amores nascem e morrem
Os leitos de folhas secas amaciam o chão, alimentam os pássaros.
De nada serve lamentar a passagem do tempo
Se souberes contemplar
O divino na luz errante de lua.
O seu amor é igual a todas as estações: primavera,verão,outono e inverno.
O seu amor é igual ao sorriso bobo de uma criança .
O seu amor sabe compreender e perdoar.
O seu amor é meu, é nosso,é lindo.
O seu amor é simples,é puro.
O seu amor invade,completa sem transbordar.
O que transborda é a nossa vontade de fazer bem um ao outro.
Espero sentir tudo isso e muito mais vivendo com você,em todas as estações dessa vida...de nossas vidas.
Frio de Outono
Está uma tarde fria
sinto pelos pés
termômetro infalível
Já é hora para um longo banho quente
repudiar os edredons e cobertores
que abrigam a cama
esquecer o pijama de flanela
e sem lamentos
o corpo agasalhar
calçar as botas e luvas
e sair pra labuta.
***
Numa noite de outono, linda e serena...
O frescor suave do vento acariciava seu rosto pálido sob o luar...
Pássaros da noite, tristes voavam...
Voavam em direção aos seus recantos, seus ninhos...
Em árvores secas e sombrias...
Estavam prestes a pousar...
Continuava ela vagando tristemente...
Eu observava e pensava... "Por que será?"
Sua alma se encontrava angustiada e aflita, eternamente...
Caminhando ia ela... O seu amado encontrar...
Amor misterioso... Lindo... Puro e verdadeiro...
Chegando lá... Ansiosamente...
Seu amor beijou-a docemente...
Lua cheia... Brilhosa... Sobre o mar reluzindo...
Estrelas cadentes no céu... No horizonte caindo...
Tudo seria perfeito quando,
Com lágrimas nos olhos...
Seu amado disse-lhe com tristeza sorrindo:
- “Amor da minha vida... Ao amanhecer estarei partindo!”
Amanheceu e seu amado partiu tristemente...
Deixando-a com coração partido.
E voltou a adormecer eternamente...
As coisas já não tinham mais sentido.
Pois de que adianta ter as estrelas, a luz do luar... Ter o mundo...
Se não irá mais o encontrar.
O amor, um sentimento lindo e mais profundo...
Mas muito difícil de explicar.
Anoiteceu e tudo ficou mais triste...
Saiu a noite pra contemplar o mar.
Lua cheia no céu, não mais existe...
Agora tão longe do seu amor, já não podes mais o amar...
